No dia de Natal, Rana acordou cedo e foi trocar de roupa em seu quarto. Não queria acordar seu marido e o deixou dormindo, estava ansiosa pois receberia os convidados para jantar. Fez as contas de cabeça, doze pessoas. Era a primeira vez que recebia as pessoas como anfitriã, sem a interferência de Yelena.
Desceu as escadas arrumando os cabelos em um rabo de cavalo, vestida com uma camisa de seda branca, pantalonas pretas e botas. Foi até a cozinha, sendo recebida por Dimitri que estava sentado à mesa tomando o café da manhã:
- Não esperei você para comer, porque achei que estivesse cansada.
Ela se serviu de suco e uma fatia de bolo:
- Podemos conversar agora.
Na noite anterior haviam saído em família, assistiram um concerto de música clássica e depois jantaram no restaurante de Polina. Gostou de rever seus ex-companheiros de trabalho, ganhando uma torta de maçãs como presente do chef, o que rendeu alguns olhares enciumados por parte de Sergei.
Sorriu ao lembrar que se manteve emburrado durante todo o trajeto de volta.
Enquanto mastigava, ouvia Dimitri contar sobre o término do treinamento de armas que seria dali a seis meses e dos preparativos para que assumisse a organização de seu pai. Durante um ano o acompanharia de perto, para que pudesse aprender sobre os negócios. Depois assumiria o lugar de Sergei, que passaria a ser o segundo no comando.
Sentia um aperto no coração ao pensar que um garoto como ele ia se misturar à um mundo de violência e crime, mas sabia que deveria se preocupar somente com as coisas sobre as quais ainda tinha (algum) controle.
Curiosa, resolveu perguntar:
- Algum acordo em vista? Há uma herdeira asiática, acho que ela tem a sua idade.
Dimitri ficou pálido:
- Não, de jeito nenhum. Nos próximos anos vou me dedicar de forma integral à organização.
Curiosa, perguntou:
- Não pensa em ter uma namorada?
Viu o garoto abrir um sorriso:
- Já conheci alguém.
Interessada, se ajeitou na cadeira:
- Quem? Eu conheço?
- Uma das suas colegas do museu, depois do seu aniversário começamos a nos encontrar.
Lembrou de Sarah, uma das garotas que foi na comemoração. Era estagiária, tinha dezoito anos e estava cursando a faculdade de artes. Cabelos escuros e olhos esverdeados, como ele.
- Vai deixá-la, sem ao menos explicar o porquê?
- Ela é sobrinha de Ben, entende o nosso mundo. Não vou deixá-la.
Rana abriu a boca, espantada:
- Seu pai...
- Não sabe de nada.
Foram pegos de surpresa:
- Não sei o quê?
Os dois se viraram ao mesmo tempo. Sergei estava em pé, no canto da mesa. Usava roupas casuais, calças jeans e um suéter verde, que realçava seus olhos. Rana olhou para o garoto e fez um sinal para que se acalmasse:
- Ele está namorando Sarah, uma das minhas ex-colegas do Metropolitan.
Sergei levantou uma das sombracelhas. Desconfiado, sentou ao lado de sua esposa:
- Desde quando?
Ela continuou:
- Desde o meu aniversário. Ela é sobrinha de Benjamin, então está acostumada com a organização.
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O acordo (Rana & Sergei) (livro 3)
General Fiction"Ficou um pouco assustada. Sua irmã tinha apenas 20 anos. O homem à sua frente devia ter em torno de 45 ou 50 anos. Não deixava de ser interessante, embora um tanto rústico para o seu gosto, mas pensar em unir Aika à ele era um absurdo. Notou que el...