Capítulo 38 - Batalha

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Rana abriu os olhos ao sentir os dedos de seu marido tocarem na marca em seu braço que se encontrava sensível e inchado.

Estava sentado na cama, ao seu lado e já vestido. Ela tentou se apoiar no cotovelos, mas sentiu dor, voltando a deitar em seguida.

Sergei se abaixou, preocupado:

- Dói muito?

- Um pouco – olhou para ele – você me arrastou pela casa, esqueceu?

Ajudou-a a sentar, retirando o cobertor e inspecionando suas pernas que também exibiam alguns hematomas, resultado das batidas contra os degraus.

Respirou fundo, se sentindo culpado:

- Vista-se e venha tomar o café. Vou levá-la ao hospital.

- Não é necessário.

Ele franziu as sombracelhas:

- Posso ter quebrado o seu braço.

Rana suspirou e balançou a cabeça, concordando. Colocou suas roupas e acompanhou seu marido, que lhe mostrou onde ficava o banheiro. Entrou no local, muito simples, como o resto da casa. Abriu o armário que também servia como espelho e sorriu aliviada ao ver um pente e enxaguante bucal. Lavou o rosto, penteou os cabelos e bochechou o líquido verde, que tinha um gosto forte de menta.

Achou estranho o fato de um homem como Sergei, líder de uma organização e com acesso à tudo que o dinheiro pudesse comprar, gostasse de ficar sozinho em um lugar tão discreto e com poucos recursos.

Andou até o saguão do restaurante, que permanecia fechado, e o viu terminando de colocar a mesa:

- Torradas ou pão?

Ela sorriu:

- Torradas.

Foi novamente transportada para o local onde seu marido não passava de um homem comum, que naquele momento lhe servia o café da manhã.

Voltou a si rapidamente, ao ouvir o toque do celular.

Pegou o aparelho e viu o nome de Letizia, dizendo a ele que ia atender, colocando no viva voz:

- Alô.

A voz da amiga parecia desconfiada:

- Quem está falando?

- Rana.

- Ah, está com Sergei. Pensei que pudesse ser, sei lá...

- Uma das garotas – completou, vendo seu marido olhar para ela.

- Sim, nunca se sabe. Mas eu tinha certeza que você não o trairia. Onde estão?

- Em um hotel.

Viu Sergei novamente desviar o olhar, sério.

- Quando pretendem voltar?

Dessa vez ele interviu, impaciente, elevando a voz para que pudesse ser ouvido:

- Entre hoje e amanhã, Tizia. Por que?

- Estou em Moscou. Gostaria que viessem jantar em casa, amanhã.

Rana respondeu:

- Pode contar conosco.

Desligou em seguida.

Sergei se sentou à mesa e começaram a comer, em silêncio. A dor no braço esquerdo de Rana estava pior e ela se deu conta que ele poderia agredi-la de forma mais intensa ou até mesmo matá-la, se não houvesse a opção da troca pela liberdade de Dimitri.

Resolveu confirmar:

- Se eu realmente tivesse entregado você para a agência e eles não aceitassem o acordo, você teria...

O acordo (Rana & Sergei) (livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora