Rana abriu os olhos ao sentir os dedos de seu marido tocarem na marca em seu braço que se encontrava sensível e inchado.
Estava sentado na cama, ao seu lado e já vestido. Ela tentou se apoiar no cotovelos, mas sentiu dor, voltando a deitar em seguida.
Sergei se abaixou, preocupado:
- Dói muito?
- Um pouco – olhou para ele – você me arrastou pela casa, esqueceu?
Ajudou-a a sentar, retirando o cobertor e inspecionando suas pernas que também exibiam alguns hematomas, resultado das batidas contra os degraus.
Respirou fundo, se sentindo culpado:
- Vista-se e venha tomar o café. Vou levá-la ao hospital.
- Não é necessário.
Ele franziu as sombracelhas:
- Posso ter quebrado o seu braço.
Rana suspirou e balançou a cabeça, concordando. Colocou suas roupas e acompanhou seu marido, que lhe mostrou onde ficava o banheiro. Entrou no local, muito simples, como o resto da casa. Abriu o armário que também servia como espelho e sorriu aliviada ao ver um pente e enxaguante bucal. Lavou o rosto, penteou os cabelos e bochechou o líquido verde, que tinha um gosto forte de menta.
Achou estranho o fato de um homem como Sergei, líder de uma organização e com acesso à tudo que o dinheiro pudesse comprar, gostasse de ficar sozinho em um lugar tão discreto e com poucos recursos.
Andou até o saguão do restaurante, que permanecia fechado, e o viu terminando de colocar a mesa:
- Torradas ou pão?
Ela sorriu:
- Torradas.
Foi novamente transportada para o local onde seu marido não passava de um homem comum, que naquele momento lhe servia o café da manhã.
Voltou a si rapidamente, ao ouvir o toque do celular.
Pegou o aparelho e viu o nome de Letizia, dizendo a ele que ia atender, colocando no viva voz:
- Alô.
A voz da amiga parecia desconfiada:
- Quem está falando?
- Rana.
- Ah, está com Sergei. Pensei que pudesse ser, sei lá...
- Uma das garotas – completou, vendo seu marido olhar para ela.
- Sim, nunca se sabe. Mas eu tinha certeza que você não o trairia. Onde estão?
- Em um hotel.
Viu Sergei novamente desviar o olhar, sério.
- Quando pretendem voltar?
Dessa vez ele interviu, impaciente, elevando a voz para que pudesse ser ouvido:
- Entre hoje e amanhã, Tizia. Por que?
- Estou em Moscou. Gostaria que viessem jantar em casa, amanhã.
Rana respondeu:
- Pode contar conosco.
Desligou em seguida.
Sergei se sentou à mesa e começaram a comer, em silêncio. A dor no braço esquerdo de Rana estava pior e ela se deu conta que ele poderia agredi-la de forma mais intensa ou até mesmo matá-la, se não houvesse a opção da troca pela liberdade de Dimitri.
Resolveu confirmar:
- Se eu realmente tivesse entregado você para a agência e eles não aceitassem o acordo, você teria...
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O acordo (Rana & Sergei) (livro 3)
Ficción General"Ficou um pouco assustada. Sua irmã tinha apenas 20 anos. O homem à sua frente devia ter em torno de 45 ou 50 anos. Não deixava de ser interessante, embora um tanto rústico para o seu gosto, mas pensar em unir Aika à ele era um absurdo. Notou que el...