Após a partida de xadrez, que durou várias horas e resultou na vitória de Rana, os dias se passaram rapidamente.
Dois meses.
Ela já estava lecionando normalmente. A antesala do seu quarto funcionava não só como escritório, mas como uma sala de aula. Passava quase o dia todo trancada, fazendo suas refeições ali mesmo.
Aos finais de semana, acordava um pouco mais tarde, o que fez com que a rotina da casa fosse alterada a pedido de Dimitri. Assim, o café da manhã começou a ser servido depois das nove horas, pois eram os dias em que ele não estava na academia e podia conversar com ela, antes de ir visitar a mãe.
Uma vez por semana, às quartas-feiras, era orientada a aguardar e descer para jantar somente quando Yelena a avisasse. Sergei recebia as garotas nesse dia e conforme solicitado, fazia isso para que não houvesse nenhuma chance de encontrá-las pelos corredores.
Porém, em um desses dias Rana se esqueceu do combinado. Teria um reunião virtual com os reitores da universidade à noite.
Apressada, desceu as escadas indo até a cozinha, para comer um lanche antes do evento.
Ao chegar lá, ouviu uma voz diferente, foi diminuindo o passo.
Deparou-se com uma mulher loira, com um vestido muito curto e justo, sandálias de salto alto e um perfume enjoativo, que impregnava o local. Puxava conversa com Yelena, que estava preparando algo no balcão.
Ambas estavam de costas para ela, que pôde ouvir a conversa:
- Natalya, o patrão já disse que você não pode circular pela casa.
- Eu praticamente morei aqui.
- Se já terminou o seu serviço, por que não vai embora?
Yelena virou-se, ficando pálida ao ver a dona da casa:
- Senhora, o que está fazendo aqui?
A loira também virou, olhando-a de cima a baixo.
A diferença entre elas era brutal. Não só pelas roupas, mas pela postura.
Com classe e educação, Rana respondeu:
- Esqueci que era quarta-feira, tenho uma reunião mais tarde e queria comer um lanche, pode pedir para alguém levar para mim, por favor?
Ouviu atrás de si a voz de Sergei, que a fez tremer:
- NATALYA! O QUE AINDA ESTÁ FAZENDO AQUI? JÁ TERMINAMOS.
Rana encostou na parede, assustada, e tentou justificar:
- Eu desci antes do horário...
- Você é minha esposa. Ela – apontou para Natalya, que estava encolhida em um canto – não devia andar por aí sem permissão.
A loira parecia desesperada:
- Não vai mais acontecer.
Ele riu, irônico:
- Não vai mesmo. A partir de hoje você está fora da minha lista.
Começou a chorar, descontrolada:
- Não faça isso comigo, Sergei.
- Saia daqui!
Antes que Rana pudesse se mexer, Natalya estava jogada aos seus pés, soluçando:
- Me desculpe, eu nunca mais faço isso.
Ficou chocada quando viu dois seguranças entrarem e levarem a mulher arrastada, para fora.
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O acordo (Rana & Sergei) (livro 3)
General Fiction"Ficou um pouco assustada. Sua irmã tinha apenas 20 anos. O homem à sua frente devia ter em torno de 45 ou 50 anos. Não deixava de ser interessante, embora um tanto rústico para o seu gosto, mas pensar em unir Aika à ele era um absurdo. Notou que el...