Capitulo 6 - Presente

1K 70 0
                                    

Assim que o carro parou em frente ao prédio, Rana ficou maravilhada com a arquitetura. Olhou para cima, observando os detalhes das janelas, pequenas esculturas nas paredes.

Subiram pelo elevador. Só então se deu conta que o restaurante ficava no último andar, com um teto de vidro que permitia ver as luzes da cidade.

Uma mulher loira, de olhos verdes, magra e alta se aproximou de Sergei, sorridente:

- Um prazer revê-lo após tanto tempo. Está sozinho?

Ele olhou para trás, Rana estava do outro lado, em cima de um pequeno degrau da parede, olhando através do vidro para o lado de fora.

Respondeu:

- Não, estou com a minha noiva - apontou - gostaria de uma mesa com a melhor vista da cidade.

A mulher ficou surpresa:

- Claro, vou pedir que providenciem agora mesmo.

Sergei andou até ela, tocando de leve no seu ombro:

- Vamos, vai ter a melhor vista do lugar.

Ela olhou para sua mão estendida e a segurou. Ele a guiou por entre as mesas e algumas pessoas cochichavam, olhando para o casal.

A mesa reservada para eles ficava em uma espécie de terraço, onde parte da parede também era de vidro. Rana se sentou e pegou o cardápio oferecido pelo garçom. Olhou rapidamente, até que se fixou em um determinado ponto. Levantou os olhos e viu que Sergei a observava, atentamente. Estava curioso para saber qual prato havia chamado sua atenção.

Ela se antecipou:

- Margret de canard. Não vou querer nenhuma entrada.

Ele fez sinal para o garçom:

Margret de canard para ela, bacalhau com aspargos e uma garrafa de Sauvignon branco, para mim.

Ela sorriu, sem graça:

- Água com gás e bastante gelo, por favor.

Assim que ficaram sozinhos, ele comentou:

- O prato que pediu também tem a ver com o ex-namorado francês.

- Sim, nós ficamos juntos por algum tempo, até ele insistir em conhecer a minha família.

Sergei levantou uma das sobrancelhas:

- Hum.

Pegou a cigarreira, sendo advertido:

- Você deveria tentar fumar menos. Pela sua saúde.

- Incomoda você?

- Um pouco, o cheiro é forte e você pode ficar doente.

Ele desistiu de fumar, guardando o estojo de prata no bolso do paletó.

Rana colocou um dos cotovelos sobre a mesa, segurando o queixo:

- Qual é o seu ramo de negócios?

- Entorpecentes e boates.

Ela respirou fundo:

- É um modo chique de se referir ao submundo. Nada de armas?

Sergei sentia falta do cigarro e agradeceu, aliviado, quando o garçom apareceu com a garrafa de vinho já aberta, o servindo em seguida.

Tomou um gole:

- Toda a parte de armamentos é administrada por Letizia.

Rana bebeu um pouco de água, franzindo o nariz por causa do gás, que formava pequenas bolhas, fazendo cócegas. Continuou:

O acordo (Rana & Sergei) (livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora