Rana olhava com atenção para a decoração da sala de reunião, na casa de Letizia. As paredes possuíam cores mais escuras, avermelhadas, com detalhes dourados que remetiam à pequenos afrescos. Alguns quadros pendurados, pinturas famosas que ela já conhecia. Aquele aposento, assim como o resto da casa, se assemelhava a um museu.
Sentiu a mão de Sergei apertar a sua, quando a porta se abriu. Aika entrou, acompanhada de um homem mais velho, por volta de uns trinta anos, alto, com cabelos escuros e olhos de um azul frio e profundo.
Era atraente, sem dúvida.
Aika fez as apresentações:
- Esse é James, da promotoria de justiça inglesa.
Ele então cumprimentou Letizia, Giuliano e Sergei com um aceno de cabeça. Ao ver Rana, se aproximou e estendeu a mão. Ela se levantou e segurou a mão dele, que sorriu e disse:
- Muito prazer, Rana.
- Olá, James.
Ao se sentar novamente, Rana notou o olhar pouco amigável de Sergei para o homem da justiça.
James abriu o laptop, conectando-o ao monitor que se encontrava na mesa e explicou para todos a situação atual do tráfico de mulheres da Europa para a Ásia. Chamava a atenção a idade das garotas, muito jovens, o que configurava um crime ainda mais grave, por se tratar na maioria de menores de idade, em torno de 16 a 17 anos. Eram observadas na saída das escolas e sequestradas, levadas diretamente para Bangkok ou Jakarta em regime de semiescravidão, sendo obrigadas a trabalhar em casas de massagem, onde na realidade realizavam programas com executivos e celebridades locais que pagavam um valor extremamente alto por hora de atendimento.
As forças-tarefas das polícias internacionais não haviam conseguido obter informações que ajudassem a encontrar o local onde as garotas ficavam presas e escondidas, aguardando o transporte para a Ásia. Alguns indícios apontavam para a fronteira da Rússia com a Mongólia.
Terminou dizendo que toda a ajuda que pudessem oferecer seria bem-vinda e acompanhada de um acordo, não seriam incomodados em relação aos seus negócios pelos próximos cinco anos. Aika havia mentido, dizendo que todos ali eram do ramo de importação e por isso mesmo eram sempre questionados pelas polícias internacionais, que desconfiavam de contrabando.
Giuliano foi o primeiro a falar:
- Estamos dispostos a ajudá-lo, existe algum padrão entre as meninas sequestradas?
James sorriu:
- Excelente pergunta. Sim, na sua maioria são loiras, de olhos claros.
Letizia continuou a fala de seu marido:
- Podemos infiltrar uma garota com esse perfil e assim rastreá-los. Tenho como fornecer toda a aparelhagem necessária. Na verdade, minha cunhada é proprietária de uma empresa de tecnologia, que fabrica os melhores rastreadores, praticamente indetectáveis.
Até que Rana teve a ideia:
- Sei quem pode se passar por uma das garotas. É um pouco mais velha, mas aparenta ser menor de idade, se mudar o cabelo e retirar a maquiagem.
Sergei olhou para ela, que encostou no seu ouvido, falando o nome de Yuliya.
Satisfeito, James olhou para os quatro:
- Temos um acordo, senhores? Vou enviar os documentos que asseguram a ajuda de vocês nesse caso, como colaboradores da justiça e assim cumprimos também com a nossa parte – olhou para Aika e sorriu – estarei no Metropol, se precisarem de mim.
Todos balançaram a cabeça, de forma afirmativa.
Assim que Aika e James deixaram a sala, Rana comentou:
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O acordo (Rana & Sergei) (livro 3)
General Fiction"Ficou um pouco assustada. Sua irmã tinha apenas 20 anos. O homem à sua frente devia ter em torno de 45 ou 50 anos. Não deixava de ser interessante, embora um tanto rústico para o seu gosto, mas pensar em unir Aika à ele era um absurdo. Notou que el...