Rana abriu os olhos, incomodada pela claridade que entrava através das cortinas.
Só então percebeu que não estava no seu quarto de hotel.
Sentou-se assustada e olhou para o lado, vendo Sergei deitado de bruços, respirando profundamente. Perdeu-se por um minuto, observando seu nome que continuava no meio das costas dele, abaixo do emblema da família. Um pouco mais acima, perto do ombro, estava a cicatriz causada pela bala que havia perfurado o colete e se alojado perto do pulmão, salvando a sua vida.
Foi tomada pela falta de ar, o coração queria sair pela boca.
Levantou rapidamente, sentindo-se tonta e agachou no chão se arrastando até o frigobar em busca de uma garrafa de água. Abriu de forma brusca, o que fez com que as garrafas de vidro batessem umas contra as outras, mas não se importou com o barulho.
Pegou uma delas, abriu e bebeu no próprio gargalo, com os olhos fechados.
Parou ao ouvir a voz grave e rouca:
- Está desidratada, por causa do álcool.
Terminou de beber, colocando a garrafa no chão. Virou para ele:
- Por que me trouxe para o seu hotel?
Sergei ficou em pé e se espreguiçou, abrindo o zíper da calça social da noite anterior, tirando o resto das roupas, dirigindo-se para o banheiro:
- Porque não sabia onde estava hospedada.
Rana desviou o olhar, envergonhada, até ouvir a porta do banheiro fechar e o barulho da água caindo do chuveiro. Tomou mais uma garrafa de água e resolveu deitar ali mesmo, no tapete.
Ficou olhando para o teto, estava com fome.
Algum tempo depois, Sergei saiu com uma toalha enrolada na cintura e os cabelos molhados. Rana tentou disfarçar, mas não conseguia deixar de admirar o tórax bem definido, os braços musculosos.
Suspirou, voltando a olhar para o lustre.
- Vai se sentir melhor depois de um banho – ouviu-o dizer.
Sem sair do lugar, ela respondeu:
- Não tenho roupa.
Ele foi até a mala que estava aberta em cima do móvel e pegou uma camisa, andando até onde estava:
- Pode vestir essa.
Estendeu a mão para ajudá-la a se levantar.
Descalça e descabelada, Rana entrou no banheiro, trancando a porta.
Ao sair, Sergei a aguardava, já vestido. Na mesa haviam pães e frutas. Agradeceu em segredo, estava faminta. A camisa que vestia mais parecia uma camisola comprida. Se sentou à mesa, evitando olhar para ele, que a serviu com café, água e um prato com maçãs.
Comeram em silêncio, até que ela olhou no relógio, espantada:
- Tenho que voltar para meu hotel. Meu voo para Nova York parte daqui a quatro horas.
Sergei terminou de mastigar o pão:
- Meu motorista irá levá-la.
Ela tomou um gole de café e sorriu:
- Obrigada.
Ficou em pé, enrolando as roupas usadas embaixo do braço. Calçou os sapatos de salto, tomando cuidado ao andar, estava sem nada por baixo da camisa.
Não sabia ao certo como se despedir dele.
Por fim, improvisou antes de ir embora:
- Dimitri irá visitar o museu na semana que vem e vou fazer uma pequena comemoração no meu apartamento.
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O acordo (Rana & Sergei) (livro 3)
General Fiction"Ficou um pouco assustada. Sua irmã tinha apenas 20 anos. O homem à sua frente devia ter em torno de 45 ou 50 anos. Não deixava de ser interessante, embora um tanto rústico para o seu gosto, mas pensar em unir Aika à ele era um absurdo. Notou que el...