Capítulo 45 - Para sempre

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Rana acompanhou os convidados até a porta. Encostou no batente da entrada, observando o último carro sair pela garagem. Passou as mãos pelo corpo ao sentir o vento frio, em breve a primavera daria os primeiros sinais. Olhou para o jardim na esperança que houvessem flores, Moscou era um lugar frio e cinzento na maior parte do tempo.

Andou silenciosamente até a sala de jantar vendo Yelena e as empregadas retirarem as louças, além dos restos de salgados e doces.

Dimitri permanecia sentado à mesa, tomando uma xícara de chá, pensativo.

Sentou ao lado dele:

- O que foi?

O garoto levantou o olhar:

- Meu pai me contou que manteve o filho de Kravan preso, para que ele não comparecesse no julgamento. Será meu primeiro inimigo em potencial.

Ela franziu as sombracelhas:

- Eu não sabia. Seu pai não deveria ter feito isso.

- Se ele não tivesse agido dessa forma, estaríamos comemorando o aniversário dele em uma prisão de segurança máxima.

Ficou quieta, pois seu enteado tinha razão. Suspirou ao pensar que se tratava de um círculo vicioso que não teria fim. A facção asiática não esqueceria em nenhum momento que os russos haviam entregado Kravan para a agência. O sequestro de seu filho, dias antes do julgamento de Samuel, seria um motivo a mais para atacarem Dimitri no futuro.

E ela era considerada uma traidora.

Respirou fundo:

- Vão vir atrás de mim, também. Esperavam que eu eliminasse você e seu pai.

O garoto a encarou, com os olhos verdes um pouco escurecidos:

- Não seria capaz de nos abandonar novamente, não é?

Respondeu rapidamente:

- Seu pai é a única pessoa que tenho, além de você.

Ao ouvirem o barulho metálico, viraram em direção à porta, onde Sergei acendia uma cigarrilha:

- Não está sozinha, você é parte da nossa família.

Rana sorriu, levantando-se e andando em direção ao seu marido, abraçando-o:

- Eu sei e por isso mesmo vou voltar a treinar junto com Letizia, preciso estar preparada para qualquer situação.

Pela primeira vez ela parecia aceitar a situação de ser a mulher do líder e portanto, um alvo constante. Sergei a olhou admirado, estava acostumado com os argumentos ácidos, culpando-o por tudo o que tinha acontecido de errado em sua vida. Passou as mãos pelas suas costas:

- Não vai participar de nenhum combate, estamos entendidos?

Rana apertou os olhos:

- Vou ficar na reserva, prometo.

Dimitri sorriu, pois tinha certeza que ela estava mentindo. Entraria em campo para defendê-los como sempre havia feito. Pediu licença e foi para seu quarto.

Sergei segurou a mão de Rana, guiando-a para o escritório.

Pegou um envelope que estava sobre a mesa, entregando para ela:

- Preciso que assine esses documentos.

- O que são?

- Uma partilha, dos meus bens para você.

Abriu, olhando os papéis:

- E Dimitri?

Ele sentou na cadeira, pensando que se fosse qualquer outra mulher, não pensaria duas vezes antes de assinar.

O acordo (Rana & Sergei) (livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora