Rana acompanhou os convidados até a porta. Encostou no batente da entrada, observando o último carro sair pela garagem. Passou as mãos pelo corpo ao sentir o vento frio, em breve a primavera daria os primeiros sinais. Olhou para o jardim na esperança que houvessem flores, Moscou era um lugar frio e cinzento na maior parte do tempo.
Andou silenciosamente até a sala de jantar vendo Yelena e as empregadas retirarem as louças, além dos restos de salgados e doces.
Dimitri permanecia sentado à mesa, tomando uma xícara de chá, pensativo.
Sentou ao lado dele:
- O que foi?
O garoto levantou o olhar:
- Meu pai me contou que manteve o filho de Kravan preso, para que ele não comparecesse no julgamento. Será meu primeiro inimigo em potencial.
Ela franziu as sombracelhas:
- Eu não sabia. Seu pai não deveria ter feito isso.
- Se ele não tivesse agido dessa forma, estaríamos comemorando o aniversário dele em uma prisão de segurança máxima.
Ficou quieta, pois seu enteado tinha razão. Suspirou ao pensar que se tratava de um círculo vicioso que não teria fim. A facção asiática não esqueceria em nenhum momento que os russos haviam entregado Kravan para a agência. O sequestro de seu filho, dias antes do julgamento de Samuel, seria um motivo a mais para atacarem Dimitri no futuro.
E ela era considerada uma traidora.
Respirou fundo:
- Vão vir atrás de mim, também. Esperavam que eu eliminasse você e seu pai.
O garoto a encarou, com os olhos verdes um pouco escurecidos:
- Não seria capaz de nos abandonar novamente, não é?
Respondeu rapidamente:
- Seu pai é a única pessoa que tenho, além de você.
Ao ouvirem o barulho metálico, viraram em direção à porta, onde Sergei acendia uma cigarrilha:
- Não está sozinha, você é parte da nossa família.
Rana sorriu, levantando-se e andando em direção ao seu marido, abraçando-o:
- Eu sei e por isso mesmo vou voltar a treinar junto com Letizia, preciso estar preparada para qualquer situação.
Pela primeira vez ela parecia aceitar a situação de ser a mulher do líder e portanto, um alvo constante. Sergei a olhou admirado, estava acostumado com os argumentos ácidos, culpando-o por tudo o que tinha acontecido de errado em sua vida. Passou as mãos pelas suas costas:
- Não vai participar de nenhum combate, estamos entendidos?
Rana apertou os olhos:
- Vou ficar na reserva, prometo.
Dimitri sorriu, pois tinha certeza que ela estava mentindo. Entraria em campo para defendê-los como sempre havia feito. Pediu licença e foi para seu quarto.
Sergei segurou a mão de Rana, guiando-a para o escritório.
Pegou um envelope que estava sobre a mesa, entregando para ela:
- Preciso que assine esses documentos.
- O que são?
- Uma partilha, dos meus bens para você.
Abriu, olhando os papéis:
- E Dimitri?
Ele sentou na cadeira, pensando que se fosse qualquer outra mulher, não pensaria duas vezes antes de assinar.
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O acordo (Rana & Sergei) (livro 3)
Художественная проза"Ficou um pouco assustada. Sua irmã tinha apenas 20 anos. O homem à sua frente devia ter em torno de 45 ou 50 anos. Não deixava de ser interessante, embora um tanto rústico para o seu gosto, mas pensar em unir Aika à ele era um absurdo. Notou que el...