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Aviso: esse capítulo contém assédio e um personagem muito filho da puta, se preparem pra passar raiva.

52. SERPENTE
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Atsumu se inclinou sobre a mistura, ansioso para ver alguma mudança.

— Não tão perto — lembrou Sua Alteza, gentilmente o afastando. Ele adicionou um pó amarelo a mistura e segurou o moedor.

— Eu estou animado. Eu nunca fiz venenos antes.

— Não é um processo mágico, alguns levam tempo. Esse que estamos fazendo agora ainda vai demorar alguns dias para fermentar.

— E depois?

— Depois coamos.

— Que tipo de veneno é esse?

— Esse é para mergulhar dardos, ele causa paralisação por algumas horas. Ideal para sequestros.

— E aquele ali? Parece uma gelatina.

Era um mistura verde e viscosa. Parecia muito nojento.

— Esse ainda está em fase de desenvolvimento. Meu objetivo com ele é que se torne uma bala.

— Uma bala? Tipo um doce?

— Isso. — Sua Alteza pegou uma caixinha bonita e abriu, exibindo balas de gelatina azuis. — Igual essas.

— Está me dizendo que essas balas são venenos? — Atsumu pegou uma e apertou. Era molinha, igual uma gelatina. O cheiro também era igual. — Parece uma bala normal.

— Obrigado. — Sua Alteza ficou na ponta dos pés e roubou, com a boca, a bala dos dedos de Atsumu.

— Sua Alteza!

— Não se preocupe. Eu sou imune a praticamente todos os venenos.

Atsumu conseguia imaginar quais seriam eles. Venenos derivados de flores, feitos com o pólen delas, ou venenos de fogo.

— O pretende fazendo uma nova vertente dessas balas?

— Quero fazer uma que não tenha um efeito imediato, e sim que se acione em contato com álcool. A ideia é que não importa o tamanho da bala, o efeito será o mesmo.

— Para poder esconder ela dentro de outras comidas?

Sua Alteza sorriu.

— Exatamente, Raposinha.

Atsumu retribuiu o sorriso, ainda mais diante da onda que orgulho que emanava da ponte. Nos últimos dias, esse parecia ser um sentimento constante de Sua Alteza. A raposa ainda estava um pouco carente depois de assistir seu irmão de longe, no dia anterior, então aceitou quando o príncipe lhe chamou para ajudar na confecção.

— Você pode pegar a seringa que está na água para mim? — perguntou Sua Alteza.

— É claro.

Atsumu foi até a outra mesa do lugar, onde havia uma bacia de água morna com uma seringa de ferro dentro. Ele molhou a mão em outra bacia antes de segurar a seringa e levá-la para onde o príncipe trabalhava.

— Para que vai usar ela? — perguntou ao entregar.

— Vou extrair meu veneno. — Atsumu inclinou a cabeça para o lado, suas caudas balançando. — Eu tenho veneno mesmo em minha forma humana, lembra? Assim como tenho minha visão de Corvo.

Oh, verdade. Puro-sangues só assumiam a forma humana. Alguns mantinham naturalmente algumas características animais, como era o caso do veneno de Sua Alteza.

O Reinado do Corvo (AtsuHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora