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71. SALA SECRETA
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No terceiro dia da troca de pele de Sua Alteza, Atsumu resolveu retomar sua busca pelo quarto secreto de seu namorado. Como iria conhecer Osamu em breve era melhor se adiantar na investigação. Era muito capaz de esquecer de procurar, por estar animado com seu irmão.

A comemoração da noite anterior foi até altas horas da madrugada. Todos haviam se transformado em dado momento, exceto Akaashi, que ficava os acariciando e conversando com Sakusa. Atsumu havia gastado uma energia, que nem sabia que tinha, brincando. Havia brincado de lutinha com Kageyama, perseguido Oikawa e Sugawara, apostado corrida com Kags e Kenma. Ambos os canídeos perderam para Kenma[1]. Sua Alteza, Kuroo e Ushijima também entraram na brincadeira.

Por causa disso, Atsumu se arrastava pelos corredores da biblioteca, com os olhos quase fechados de tanto sono.

"Você deveria dormir, precisa descansar", brigou Sua Alteza pela enésima vez. "Desse jeito seu resfriado vai voltar."

— Estou bem. Vou ir para cama mais cedo hoje.

Atsumu virou em uma curva e por pouco não esbarrou em Sakusa. O demônio estava com uma máscara azul naquele dia, com delicados detalhes em dourado. Toda sua roupa seguia esse padrão.

— Opa. Olá, lindo.

Atsumu sorriu.

— Oi Sakusa. O que está fazendo aqui?

A raposa meio que esperava Akaashi aparecendo a qualquer momento. A coruja costumava se pegar com seus amantes nos cantos escuros da biblioteca nos intervalos de seus afazeres.

— Vim procurar um livro. E você?

"Ele está mentindo", informou Hasunari, que dormia até então. "Na verdade, ele queria se encontrar conosco e fazer companhia."

"Como você sabe?"

"Nós somos raposas. E, mais importante que isso, eu sou a sua parte mágica. A magia que você está aprendendo eu já nasci sabendo."

"Isso é injusto."

"Eu sempre posso te ensinar. Mas agora você deveria responder Sakusa."

Raposinha abusada. Mas ele era divertido.

— Estou procurando uma sala secreta — respondeu por fim. Concentrando-se um pouco, invocou a chave e mostrou ao demônio. — É a sala que esta chave abre.

— Posso? — Atsumu passou a chave e Sakusa a ergueu na altura dos olhos. — Ah. Eu sei qual sala é.

— Sério? Pode me mostrar?

"Isso é trapaça", murmurou Sua Alteza, subitamente se pendurando na frente do rosto de Atsumu.

— Quieto. Já estou procurando há dias. — A serpente voltou a deslizar, sua pele causando um arrepio no pescoço de Atsumu.

— É claro que eu posso. Venha.

Atsumu deixou que Sakusa segurasse sua mão enquanto o guiava, eles subiram e desceram andares, o demônio fez pausas para puxar e tirar livros da estante, viraram em mais corredores do que a raposa podia contar. Eles pararam quando Atsumu estava convencido de que estava sendo enrolado.

— É aqui — Sakusa mostrou uma parede em branco entre duas estantes.

— Você está brincando comigo?

— Não, é sério. Olhe com atenção.

A raposa se aproximou. A parede parecia apenas uma parede. Porém o chão… Haviam marcas nele, que formavam o desenho de um quadrado.

O Reinado do Corvo (AtsuHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora