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59. TRAIDOR
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Antes de Atsumu acordar.

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Shiro estava enrolado em suas cobertas, exausto depois de gastar seus poderes. Exausto de cumprir sua parte do juramento. Tinha certeza que provavelmente haviam partes de sua casa e território ainda queimando.

Batidas soaram na porta de seu quarto. Shiro não teve nem forças para mandar a pessoa embora, apesar... Só havia uma pessoa que seria louca de bater em sua porta assim. Não porque Shiro fosse um bárbaro que punia a todos sem motivo, odiava fazer isso. Só o fazia por ordens de Shoyo. Também havia o acréscimo que todo mundo o temia.

Então, a única pessoa que bateria na porta de Shiro era...

— Acorda! Você tem trabalho a fazer.

Shiro se afundou ainda mais em suas cobertas, desejando estar morto. Desejando não ter que lidar com as consequências daquilo que era obrigado a fazer.

Foi em vão, pois os tecidos foram arrancados de cima de si e de sua cama. Então ele estava lá. Pupilas de gato em olhos âmbar escuros lhe encaravam, duas cicatrizes pequenas perto de um dos olhos era escondida por uma franja longa e negra, em um penteado esquisito.

— Vamos levantar, Alteza — brincou ele.

— Já disse para você não me chamar assim. Você pode me tratar pelo meu nome.

— A gente nunca sabe quem está ouvindo.

— Como se fosse algum segredo que eu ajudei a te criar.

Shiro finalmente fez algum esforço e sentou na cama, olhando para ele com aborrecimento. As roupas pretas e vermelhas de seu amigo mais antigo ondularam quando ele bateu palmas.

— Deixe de ser debochado, Kuroo.

A pantera sorriu. Kuroo Tetsuro sorriu e fez uma reverência ainda mais debochada.

— Vamos nessa, Alteza. Você tem muita coisa para fazer hoje. — Kuroo continuou falando enquanto Shiro se levantava e seguia para o banheiro. A pantera entrou junto, sem nenhum pudor mesmo quando o príncipe começou a se despir. — Eu acho que hoje você deveria recomeçar a busca pela criança que é filha do rei demônio. Não está fácil descobrir onde ela está localizada.

— Sempre começando pelo mais difícil, não é?

— Você precisa se tornar rei se quiser cumprir seu objetivo. E isso não vai acontecer até ganhar a lealdade dos demônios.

Faziam séculos, desde a guerra, que Shiro estava jogando o jogo do Rei, de seu pai. Pequenas e grandes competições entre si e Shoyo, para decidir qual deles seria o príncipe herdeiro. Eles faziam coisas desde competir para saber qual fazia o melhor chá com mel (Shiro, por conseguir controlar a temperatura e fazer a infusão corretamente) até conseguir acordos diplomáticos vantajosos com nobres (Shoyo).

Atualmente eles estavam empatados, o desafio de ganhar a lealdade dos demônios sendo o último. Quem conquistasse isto seria declarado príncipe herdeiro. E Shiro precisava ganhar.

— Nossa, ele realmente te teu uma surra, não é? — murmurou Kuroo olhando as costas feridas de Shiro, enquanto este entrava na banheira. — Eu não sei porque você insiste tanto nele.

— Ele é meu irmão.

— Hmm. Isso é motivo para você ter que suportar tanta dor?

— Shoyo também está sofrendo.

O Reinado do Corvo (AtsuHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora