80. AMOR DE MÃE
❅ •• ┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈ •• ❅Atsumu olhou o corredor do castelo, absorvendo o ambiente. As pedras cinzentas pareciam absorver a luz que entrava pelas inúmeras janelas. Ou talvez fosse sua visão que não estivesse funcionando direito. Talvez houvessem pontinhos pretos nela.
"Respire, meu amor", lembrou Sua Alteza, gentilmente.
Tudo bem, respirar. Atsumu puxou o ar para dentro pelo nariz e soltou lentamente pela boca. Repetiu o processo.
"Isso, muito bem."
Atsumu continuou respirando, dando um suave pulinho quando sentiu alguém segurar sua mão. Era Osamu, que o olhava preocupado.
— Você tá bem?
— Só preciso respirar. Eu fiquei igualzinho antes de você chegar. Eu queria esperar na sala, mas quando vi já tava rodando pela casa.
— Espero que não tenha revirado minhas roupas íntimas — brincou Osamu.
— Ah, então era sua aquela com estampa de onça.
— Não, essa o Shoyo me deu de presente uma vez. — Os gêmeos encararam Bokuto, que deu de ombros. — O tema era “presentes bregas”.
— Ele me deu um salto vermelho. Eu tinha cinquenta anos — compartilhou Sua Alteza. — Fiquem os três aqui, eu vou buscar a Saki.
Atsumu observou ele se afastar até que desaparecesse na curva do corredor, então a contagem regressiva começou. Suas pernas viraram gelatina, incapazes de continuar sustentando seu peso.
Sua mãe estava vindo aí. Sua mãe!
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Shoyo encontrou Saki fazendo careta para um livro de etiqueta. Ela estava sozinha, e não vestia mais o traje de serva. Agora trajava um vestido bonito e leve. Particularmente, o príncipe não achou digno da futura rainha. Mas fazer o que, eram humanos.
— “Em bailes reais, deve-se usar vestidos longos, cuja barra cobre os sapatos” — leu por cima do ombro dela. — Qual o sentido? Esconder os pés descalços?
Saki soltou um gritinho agudo e pulou do assento, uma de suas pulseiras de prata se tornando um pequeno grampo afiado.
— Vai fazer o que com isso? Tirar minha cutícula?
— Você é muito idiota!
— E você poderia estar morta.
Ela abriu a boca para retrucar, então a fechou. O metal voltou a ser pulseira. Tudo bem que Shoyo estava sendo injusto, afinal ninguém conseguia detectar ele em algum recinto se ele não quisesse. Porém Saki estava com a guarda baixa. Isso era perigoso.
— Como estão as coisas, Misaki?
— Miguel está cada vez mais debilitado, agora não consegue mais comer nada sólido. Os nobres ainda estão receosos em me ter como herdeira, porém Miguel fez um decreto. E as aulas são insuportáveis.
— É lógico. Você aprendeu a etiqueta dos puro-sangues. Comparado a isso a etiqueta humana será entediante. Mais importante que isso, você não deveria me cumprimentar adequadamente?
Rapidamente, Saki fez uma pequena reverência.
— Olá, pai.
Shoyo conteve a vontade de bater na própria testa e abriu os braços.
— Eu estava falando sobre um abraço, Misaki.
Ela piscou, surpresa, então abriu um sorriso suave e o abraçou, encaixando sua cabeça sob o queixo dele.
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O Reinado do Corvo (AtsuHina)
FanfictionSer um híbrido em um reino como o de Haken, era ser destinado a uma vida de escravidão. Porém não mais. Atsumu deixou de ser um escravo quando caiu nas mãos de Hinata Shoyo, que, segundo os boatos, era o príncipe mais cruel e poderoso do reino. Os...