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63. FILHA
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Catorze. Atsumu conseguiu encontrar catorze salas secretas antes do horário de jantar. Infelizmente nenhuma era a que precisava. Ele já estava no sexto andar da biblioteca e foi direto para ele no dia seguinte.

— Vocês dois, não derrubem nada — advertiu Atsumu para Suya e Siyo. Os dois gatinhos corriam na frente, se enfiando entre estantes e por trás de cortinas.

— Eles tem muita energia — murmurou Kageyama. Sua pequena lobinha de sombras estava segura em seus braços, olhando silenciosamente a bagunça dos outros dois.

Foi uma surpresa quando Kageyama pediu para acompanhar Atsumu durante a manhã, mas foi agradável.

— Por que não solta a pequena Cora?

— Eu não tenho certeza... Eu deveria treiná-la.

— Nesse ritmo ela vai se tornar uma gata de bolsa.

Kageyama corou até as orelhas. Estava tão fofo que Atsumu não resistiu em deixar um selinho em seus lábios.

— Vamos, coloque ela no chão.

O lobo obedeceu, suas orelhas curvadas em preocupação. A raposa esbarrou uma de suas caudas na dele e sorriu de maneira reconfortante. Os dois caminharam lado-a-lado, observando a filhote recém livre explorar ao lado dos outros dois.

— Você está parecendo um pai de primeira viagem.

Kageyama esbarrou sua cauda de volta nas de Atsumu enquanto respondia.

— É claro, Koushi é bom com crianças. Eu não sou.

— É porque você parece intimidante.

— Ei.

— É verdade. Você tem uma aura assustadora.

— Você não está ajudando.

— Mas você é gentil, Kageyama. Você decidiu se tornar um guarda para ser capaz de proteger os outros. Tenho certeza que você pode ser bom com crianças.

— Eu gostaria disso. — Os olhos de Kageyama ficaram distantes por um momento. — Eu quase fui pai algumas vezes.

— Quando você diz isso... — Atsumu temeu as próximas palavras.

— Koushi perdeu os bebês.

Oh céus.

— Eu sinto muito, Kageyama.

— Faz alguns anos desde o último e decidimos não tentar mais. Ambos bebemos chás anti concepcionais. — Kageyama desviou o olhar para Cora. — Me pergunto se a competição foi mesmo o único motivo para Sua Alteza nos dar ela.

— Suga gostou?

— Ele trouxe ela para dormir na cama com a gente.

Atsumu soltou um risinho e se moveu para verificar uma porta, meio escondida atrás de uma estante. Não havia nenhum emblema igual o da chave, mas a porta estava trancada. Quinze agora.

— Você sabe, ela ainda pode ser sua filha, mesmo sendo de Maeve e dos gêmeos. Você sabe que eles tem forma humana, certo?

— Sim. É assim para você? Suya e Siyo são como seus filhos?

— Eu acho que sim, mas eu sou um pai meio ausente e geralmente deixo eles com Elliot. Gosto de brincar que Sua Alteza é o outro pai deles.

— Faz sentido — Kageyama sorriu. — Você consegue imaginar Sua Alteza como pai? Imagina ele com um bebê chorão no colo.

O Reinado do Corvo (AtsuHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora