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61. BRILHANDO
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Com um suspiro, Atsumu fechou mais uma gaveta da mesa no escritório de Sua Alteza. Aquela era a última. Documentos, adagas aleatórias e até mesmo pulseiras eram guardados ali, porém nenhum sinal de um caderno.

— Sua frustração está ficando mais óbvia — comentou Sua Alteza do sofá, um sorrisinho descarado no rosto. Em seus braços estava um dos filhotes de Maeve sendo alimentado.

— Obrigado por notar, que tal me ceder mais uma dica?

— Se for assim então é mais fácil eu te dizer diretamente.

Tradução; ele não estaria dando mais dicas.

— Você é malvado — reclamou. Suya, de seu lugar em um dos ombros da raposa, repetiu a palavra. Siyo estava ocupada brincando com um dos enfeites de cabelo de Atsumu. — Isso mesmo, Suya. Seu outro pai é muito malvado.

— Embora a culpa não seja minha se você não achou meus compartimentos secretos.

Atsumu soltou um gritinho de felicidade e frustração. Como não havia pensado nisso? E lá se recomeça a saga de abrir e fechar gavetas. Porém dessa vez foi mais cuidadoso e, ao invés de apenas olhar dentro, envaziou todas e procurou por fundos falsos, compartimentos sobressalentes e coisas assim. Foi com alegria que achou alguns. Entretanto...

— Eu estou realmente curioso para saber porquê você esconde tanto doce.

Em absolutamente todos os compartimentos secretos haviam balas, chocolates, pirulitos e gomas.

— Nunca se sabe — foi a resposta de Sua Alteza. — Pode me trazer balas de maracujá?

Atsumu procurou as ditas balas e pegou algumas, indo sentar ao lado do príncipe. Sua Alteza largou o pequeno lobinho sobre seu colo, onde os três outros filhotes ressoavam em seu sono, as barrigas proeminentes depois de se alimentarem.

Contanto com Siyo, a gata preta de Atsumu, eram cinco filhotes. Duas gatas, uma loba e dois lobos.

— Maeve já decidiu se vai doar o restante dos filhotes? — perguntou Atsumu.

— Apenas um.

— É uma decisão difícil — disse uma terceira voz. Uma voz feminina.

Atsumu virou a cabeça para olhar para frente, para o outro sofá. Onde antes estava a gata de sombras agora estava uma linda mulher. Ela era gorda, coxas grossas cruzadas e apertadas em calças pretas de couro, seios fartos saltando de um corset. Sua pele era marrom, o cabelo pintado de um tom escuro de roxo, liso em sua maioria, ia até o queixo.

— Quem é você?

— Eu sou Maeve, Mestre Atsumu. Apenas em forma humana.

A raposa piscou e olhou da mulher para Sua Alteza, e então entre os dois de novo.

— Eu não sabia disso. Por que não me contou?

— Eu nunca comentei?

Nem Atsumu sabia. Talvez houvesse sido comentado em algum momento.

— Por que nunca te vi em forma humana?

— Uma gravidez minha não era esperada, então não mudei para a forma humana durante e gestação.

— Entendi. É estranho não ter a sua voz na minha cabeça.

— Eu também prefiro a forma de gato. Mas não me sinto confortável em falar mentalmente com aqueles que não são meus mestres.

O Reinado do Corvo (AtsuHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora