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67. CONSELHO DE UM COELHO
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Atsumu estava suando ao ponto de pingar quando acordou. Estava quente e pegajoso. Suas caudas estavam amassadas entre o pelo espesso de Ushijima e suas costas. E havia muito peso sobre si. Abrindo os olhos, olhou ao redor.

— Ah.

Havia um puma enrolado contra seu peito e um lobo negro dormindo em suas pernas. Estreitando através do decote de sua camiseta conseguiu ver duas bolinhas de pelo, uma marrom e uma cinza.

Eles estavam em suas formas animais. Por e para Atsumu.

— Está acordado?

Atsumu olhou para cima, percebendo que estava com a cabeça apoiada no colo de Akaashi.

— Uhum. Quanto tempo eu dormi?

Sua voz estava rouca e falha, sua garganta estava um pouco dolorida e seu nariz doía tanto quanto se estivesse quebrado.

— Algumas horas. Deve ser de madrugada agora. Como se sente?

— Arrependido. Eu nunca mais vou fazer isso.

— Eu estava esperando uma lista de sintomas.

— Estou tonto e tudo dói. Sinto como se meu nariz tivesse sido quebrado. Respirar queima.

— Você estava a beira do congelamento. Espere um pouco.

Akaashi ajeitou a cabeça de Atsumu em uma almofada e se levantou. Um momento depois ele estava de volta com um pote em mãos. Ele passou o conteúdo, uma meleca branca, no nariz de Atsumu. O alívio foi instantâneo.

— Céus, obrigado — murmurou a raposa. — O que é isso?

— Um remédio feito por Sua Alteza através de neve e a saliva dele.

— Sua Alteza! Onde está Sua Alteza?

— Ainda no quarto.

Decepção pulsou através de Atsumu. Estava magoado pelo príncipe não ter ficado consigo enquanto os meninos o aqueciam.

— Tsumu, o que aconteceu? Vocês brigaram? — perguntou Akaashi, passando a mão atrás de suas orelhas em um carinho.

Atsumu se ajeitou de lado, da melhor maneira que podia dados os coelhos dentro de sua roupa e demais animais colados a si.

— Não brigamos — respondeu a raposa, sua voz falhando. Akaashi pediu um pouco de água morna ao palácio e ajudou Atsumu a beber. — Eu briguei com ele.

— O que aconteceu?

— Sobre isso… Ele é meu avó, Akaashi.

— O quê?

Atsumu afastou as cobertas pesadas de si e posicionou seu braço de forma a segurar os coelhos antes de sentar.

— Sua Alteza é o meu avó, Akaashi. A filha dele, Misaki, é a minha mãe.

Os olhos de Akaashi se arregalaram e sua boca se abriu, mas nenhum som saiu. Ele deu uma piscada longa, seguida de outra e depois várias piscadas rápidas.

— Ah, Céus! — exclamou, passando a mão pelo rosto. — Você é igualzinho a ela. Como eu não percebi isso antes?

— Um feitiço para nublar a mente — disse Kuroo surgindo das sombras.

— Você sabia disso? Espera, isso significa que Saki está viva? — Akaashi parecia livido.

— Bom, eu que interrompi a briga deles e mandei Saki para fora do Norte — explicou a pantera, coçando a cabeça. — O feitiço deve ter se desfeito quando Atsumu fez a conexão. Agora você pode ver as semelhanças entre Atsumu e Saki.

O Reinado do Corvo (AtsuHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora