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Aviso: Esse capítulo contém tentativa de suicídio e massacre (não me perguntem se são inocentes ou não, pergunta difícil essa).

90. OLHO POR OLHO, DENTE POR DENTE
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Kuroo Tetsurou olhou a cena a sua frente e negou com a cabeça. Ele não ganhava o suficiente para isso.

— O desespero torna as pessoas burras, e no momento, você está sendo a pessoa mais burra que eu conheço, Alteza.

Pois a cena era a seguinte. O Primeiro Príncipe Shiro estava de pé sobre uma cadeira, colocando uma corda ao redor de seu pescoço.

— Você sabe que isso não vai funcionar, não é?

— Eu preciso tentar antes dele chegar — Shiro apertou o nó. — Já fazem alguns dias, então talvez eu tenha uma chance.

— Se você diz.

Kuroo já nem se preocupava mais com as tentativas de suicídio. Claro, elas eram mais frequentes do que gostaria. Mas justamente por isso não eram mais preocupantes. Eram cômicas.

— Eu quero que saiba, Kuroo, foi um prazer te ter ao meu lado todos esses anos. E me perdoe por te manter afastado do Akaashi.

— Ele escolheu o lado dele e eu o meu. Você não deveria se apressar?

A pantera já conseguia sentir o frio chegando. Sua Alteza devia estar circulando pelo palácio, se certificando de ser visto.

— Tem razão — as mãos de Shiro tremiam. — Uma última coisa, promete que vai ficar de olho em Satori? E que…

— Claro, claro. Eu prometo tudo. Agora fique à vontade.

Kuroo fez um gesto amplo com a mão, indicando para Shiro seguir em frente. E ele o fez, a determinação brilhando em seu olhar. Ele pulou para frente e chutou a cadeira para trás, ficando pendurado pela corda em seu pescoço.

De imediato, suas mãos subiram para a corda, mas ele se deteve e as apertou junto ao corpo. Ele soltava pequenos sons de engasgo enquanto procurava inutilmente por ar.

Inspirando fundo, quando Kuroo soltou o ar, ele se condensou a sua frente.

— Você é patético — murmurou a voz fria de Sua Alteza.

Um vento muito leve passou por Kuroo, e no instante seguinte o corpo de Shiro desabou no chão, tossindo e engasgando em busca de ar.

— Quantas vezes eu já disse — cada palavra era um passo mais perto, até que Shoyo estava agarrando o cabelo vermelho como sangue de Shiro e praticamente rosnando em seu rosto —, não adianta tentar escapar. Mesmo que você consiga a proeza de se matar, eu vou apenas trazer você de volta.

— Sho-Shoyo, eu — sua fala foi cortada por uma joelhada forte em seu peito. Depois seu corpo foi atirado com força em uma parede.

— Você me envergonha com esse comportamento.

Sua Alteza mirou seus gélidos olhos azuis em Kuroo, fazendo um arrepio de medo subir por sua espinha. Não havia nada ali. Nenhum carinho, nenhum reconhecimento, apenas indiferença fria. Era como se olhasse apenas uma formiga e não a criança que havia acolhido e criado desde bebê.

Era tudo atuação, Kuroo precisou se lembrar. Caso contrário, cairia de joelhos e imploraria por perdão e misericórdia.

Já havia estado na mira desse olhar mais vezes do que podia contar, dado seu trabalho duplo. Mas nunca iria se acostumar a ser olhado assim por Sua Alteza.

— Você — falou Sua Alteza — saia.

Tremendo de medo e suando frio, Kuroo fez uma reverência rígida, embora profunda, e desapareceu nas sombras. Quando já estava de volta ao seu quarto no palácio vermelho, ouviu a voz de Sua Alteza em sua mente.

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⏰ Última atualização: May 13 ⏰

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O Reinado do Corvo (AtsuHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora