❅ 84 ❅

150 27 46
                                    

84. BEIJOS E DESENHOS
❅ •• ┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈ •• ❅

Sua Alteza já havia saído quando Atsumu acordou. Em seu travesseiro, havia um bilhete e um desenho muito peculiar. Era um boneco de palito com um rosto deformado, ao seu redor, haviam vários retângulos de tamanhos diferentes que pareciam ter sido brutalmente cortados. A raposa continuou pensando a respeito, e a resolução veio a si enquanto escovava os dentes.

O boneco era Sua Alteza, o rosto deformado na verdade era uma carinha triste, e os retângulos eram pilhas de papéis de trabalho acumulados. Os cortes… Vai saber, deviam representar as divisórias? De cada trabalho?

Foi só depois de sair para a área conjunta que percebeu que havia perdido o café da manhã. Sua Alteza o havia deixado dormir.

— Hey, olha quem deu o ar de sua graça.

Atsumu abriu os braços e recebeu um coelho muito animado. Oikawa o abraçou e beijou, segurando seu rosto e esfregando suas bochechas juntas.

— Eu também estava com saudades, Tooru.

— Você precisa contar tudo sobre como foi com a sua família — o estômago de Atsumu roncou alto —, mas primeiro vamos alimentar você.

Oikawa lhe fez companhia, aproveitando para atualizar as novidades. Kageyama estava progredindo no treinamento de Cora, treinando junto Suya e Siyo para Atsumu. Suga estava ensinando uma nova professora, que assumiria suas aulas nos dias em que ele se ausentaria durante a primavera. O próprio Oikawa declarou com orgulho que estava se aquecendo para a próxima estação, fazendo Atsumu engasgar com uma bolacha enquanto ria. Akaashi estava lutando para encontrar um meio termo sobre com quem passaria o Equinócio. E Kenma…

— Eu acho que nunca vi ele tão ativo — murmurou Atsumu, sua cabeça virando de um lado para o outro enquanto via Kenma misturando furiosamente um pote de tinta.

— Ele teve a inspiração ontem durante a madrugada e desde então está aqui pintando. Akaashi teve que arrastar ele para comer.

Espalhados pelo corredor estavam vários potes de tinta, pincéis de diferentes tamanhos, recipientes variados, baldes de água e outras coisas que Atsumu não sabia o nome. Algumas várias gotinhas de tinta sujavam o chão, porém a raposa tinha a sensação de que Sua Alteza não se importaria nem um pouco.

Kenma não estava pintando uma tela. Ele estava pintando uma parede inteira. Na verdade, parecia que ele próprio estava se pintando.

A cauda de Kenma estava num misto de verde e rosa, gotas de azul e amarelo caiam em seu cabelo e seu rosto estava manchado de roxo.

Na parede, um esplendoroso jardim estava se formando.

— Tá ficando tão lindo — murmurou Atsumu.

[Espera eu terminar], sinalizou Kenma, parando brevemente, sua respiracao ofegante.

— Faça uma pausa — pediu Oikawa. — Você mal comeu de manhã.

Kenma começou a negar com a cabeça, porém um rosnado baixo o parou.

— Agora Kenma, venha descansar — mandou Atsumu.

O puma o olhou, suas orelhas mexendo. Então obedeceu. O Palácio providenciou uma área macia onde eles poderiam sentar confortavelmente. Atsumu se recostou em almofadas e puxou Kenma para deitar no meio de suas pernas, deitado em seu peito.

— Come — ofereceu um prato de biscoitos de baunilha, milho, chocolate e morango. Já havia um copo de leite quente esperando, cortesia do Palácio.

Kenma hesitou um pouco, olhando de canto para a parede inacabada, mas logo suspirou e pegou um biscoito, mordendo-o devagar. Um momento depois, ele estava devorando os pobres coitados.

O Reinado do Corvo (AtsuHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora