O Reinado do Corvo (AtsuHina)

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62. LUTO
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Apesar de passar muito tempo na biblioteca, Atsumu não havia ido aos outros andares com frequência. Perguntou a Akaashi quantas salas secretas haviam, mas nem mesmo ele sabia. Bom, claro, eram secretas.

"Apenas trinta delas são trancadas. Boa sorte", foi o último conselho de Sua Alteza.

"Espera, como eu vou saber quais são salas normais e quais são as secretas?"

"As secretas são escondidas sabe? Procure em lugares escuros, atrás de cortinas."

"Diga para mim que eu não vou precisar procurar puxando livros. Juro que se houver uma sala atrás de uma estante de livros..."

"Relaxe, eu não sou tão ruim assim. Boa sorte, Raposinha. Eu tenho uma reunião agora."

"Bom trabalho, Sua Alteza."

Atsumu sentiu ele recuando para sua própria mente, embora um eco ainda estivesse ali. Caso se concentrasse o suficiente, seria capaz de sentir Shun e Yuki na mente do príncipe. Agora que sabia sobre eles, era mais fácil se conectar, afinal eles faziam parte de seu namorado.

Isso o levava a pensar na própria raposa.

Sua Alteza havia explicado que Atsumu precisava se transformar primeiro para poder conhecer sua outra metade. Porém estava relutante. E se eles não se gostassem?

"Pare de pensar besteira e vai procurar. Estou indo para a cozinha."

"Você não tinha uma reunião, Sua Alteza?"

"Já acabou. Estou com vontade de comer bolo, o que acha?"

Tradução: ele matou.

"Pode ser de chocolate com maracujá?"

"É claro."

Atsumu sorriu sozinho e decidiu se concentrar na busca. Seu pai apareceu quando decidiu vestir seus óculos. Já fazia um dia, entretanto não havia se acostumado com isso. Estava tão feliz.

— Oi, papai.

[Oi. Eu decidi que vou ajudar na sua busca.]

Um sorriso surgiu nos lábios de Atsumu.

— Você é um fantasma. Até onde eu sei não pode tocar nas coisas.

Hikaru estufou o peito e gesticulou com animação.

[Mas eu posso atravessar elas. Assim eu posso entrar nas salas secretas.]

"Diga a ele que é inútil. As salas são protegidas com feitiços. Você só pode entrar se tiver uma chave com o emblema correto."

Outra coisa que havia acontecido era que, agora que Atsumu era capaz de ver seu pai, também via as discussões entre sogro e genro.

— Não vai adiantar, pai, mas obrigado. Vamos, você ainda pode procurar comigo.

E assim se iniciou a busca.

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O clima no castelo estava sombrio. Antes, as pessoas estavam tentando ser otimistas. Estavam forçando sorrisos, garantindo que tudo ia ficar bem e que a família real iria se recuperar. Porém ninguém tinha coragem de sequer tentar.

Com a súbita onda de calor no reino humano houve uma piora na saúde da realeza, pois tão rápido quanto veio, foi o quão rápido ela se foi. E foi nesse intervalo que tudo foi por água abaixo.

De alguma forma todos sabiam. Quando o dia amanheceu e o céu continuou escuro, carregado de nuvens escuras. Foi ali que as pessoas souberam. Os membros da família real não iriam viver muito mais.