Flashback on...
Eu: Eu acho que os meus pais não vão me deixar ir morar com você, amor!. Digo me sentando na cadeira.
Gabriel: Você vai fazer dezoito anos amanhã, vai ser dona do próprio nariz, não precisa da permissão deles!. Diz como se fosse simples.
Eu: Eles vão ficar chateados comigo, não quero decepcionar ninguém!. Abaixo a cabeça e escuto ele bufar.
Gabriel: Você se importa demais com a opinião dos outros!.
Eu: É óbvio que me importo, são os meus pais!. Digo chateada e ele assente me pedindo desculpa.......— Às vezes você é muito insensível comigo!. Faço um biquinho.
Gabriel: Não faça bico, Maraisa, sabe que não suporto quando faz drama para o meu lado!.
Eu: Nossa Gabriel, você está insuportável!. Me levanto batendo o pé e indo embora, mas ele me abraça por trás me impedindo.
Gabriel: Desculpa, desculpa, me desculpa!. Ele beija a minha nuca........— Desculpa, meu amorzinho!. Distribui beijos pelo o meu pescoço me desarmando........— Não vai embora, me deixa compensar a minha grosseria!. Sinto a mão dele desabotoar o meu short.......— Deixa?.
Eu: Sim!. Sussurro já totalmente entregue.
Flashback off...
Como uma bela boba apaixonada, acreditei que eram apenas coisas da minha imaginação e que o meu amor seria incapaz de ser tão ruim pra mim, com palavras manipuladoras ele me fazia acreditar que ele era tudo aquilo que eu precisava para ser feliz. Gabriel dizia que éramos incapaz de vivermos longe um do outro e sempre diz que se mataria caso eu o deixe, ele me manipulou, fez a minha cabeça para deixar a casa dos meus pais porque segundo ele, as coisas iriam melhorar caso morássemos juntos, parece até piada se for parar pra pensar.
Quando o relógio bateu 10 horas da manhã, juntei as minhas forças e fui para o banheiro para tomar um banho e assim que terminei, me vesti com uma calça jeans e uma blusa de manga curta. Acabei tendo que fazer uma maquiagem um pouco pesada para esconder o presente que ele deixou no meu rosto ontem, deixei o meu cabelo solto, passei um perfume, peguei a minha bolsa e fui para sala.
Eu: Cadê o dinheiro do ônibus?. Gabriel estava jogado no sofá comendo besteiras.
Gabriel: Está ali em cima da mesa!. Vou até lá e pego o dinheiro........— Como você está bonita, meu amor!. Ergo a sobrancelha........— Gosto do que vejo, tenho sorte em ter você, sabia?.
Eu: O que você está querendo com isso?. Cruzo os braços e ele balança a cabeça sorrindo........— Gabriel!. Ele se levanta vindo em minha direção.
Gabriel: Queria ficar com você hoje, estou de folga e pensei em fazer uma comida gostosa pra você, mas me esqueci de que você vai na casa dos seus pais!. Abaixa a cabeça.........— Vou ter que comer sozinho então!. Diz triste......— Por que não vai depois do almoço?, você pode ir de uber se quiser!. Coloco a minha bolsa no sofá e forço um sorriso fazendo ele sorrir também........— Eu te amo, sabia?, te amo muito!. Ele me abraça e logo em seguida inicia um beijo.
E sabe o final da história?, nós transamos, almoçamos e no final eu não fui na casa dos meus pais, esse era o plano dele, me ganhar com um papinho fuleiro e no final me manter em casa.
Eu sei que as vezes parece que não tenho vergonha na cara, que só eu e apenas eu posso colocar um ponto final nisso tudo, mas é fácil julgar quando você não vive a situação. Uma mulher iludida, carente e facilmente manipulada dificilmente consegue se livrar de uma vida como essa. É horrível a sensação de derrota quando você percebe que uma pessoa entrou na sua cabeça, te fez acreditar que fadas existem, te destrói e no final te faz acreditar nas mesmas coisas e assim tudo se repete, sua vida vira um labirinto sem saída e você não tem mais ninguém a não ser o seu agressor, o mesmo que te faz acreditar que fadas existem.
Gabriel diz que me ama, as vezes eu acredito, as vezes não. O amor de algumas pessoas se resume a gritar, mandar e proibir. É muito louco parar para pensar em como as pessoas estão doentes, em como o ser humano está frio por dentro, é muito louco ver como o feminicídio só aumenta. Por que matar a pessoa que só te deu amor?, por que agredir aquela que se deita com você?, por que ser ruim para a mulher que te deu a chance que muitos querem?, porra, nascemos de uma mulher. Sem as mulheres, os homens não são nada. Deveríamos ser tratadas como princesas e não com tanta maldade.
•••
Gabriel: Está me olhando com essa cara por causa de quê?. Pergunta em um tom rude........— Será que não posso tomar o meu café em paz?. O dia já amanheceu e o arrependimento caiu sobre mim.Eu: Você me usou, entrou na minha cabeça para me fazer desistir de ir na casa dos meus pais!.
Gabriel: Não tenho culpa se você é burra o suficiente para acreditar que eu precisava mesmo da sua companhia!. Diz sem ao menos me olhar.
Eu: Desgraçado, filho da puta, miserável!. Ele soca a mesa.
Gabriel: Entope essa porra dessa boca de pão e fecha a matraca, Maraisa, eu não aguento mais escutar essa sua voz insuportável!.
Eu: Ah não aguenta?, então some da minha vida!.
Gabriel: Sabe quando eu vou sumir da sua vida, meu amor?, nunca, você é minha pra sempre!. Sinto a lágrima querer escorrer........— Se acostume!.
Eu: Na primeira oportunidade que eu tiver, eu juro que mato você!. Ele rir irônico.
Gabriel: Não se eu matar você primeiro!. Se levanta e para atrás de mim........— Agora come esse pão!. Ele enfia o pão na minha boca com violência......— Come!. Ele sai de perto de mim e cuspo tudo em cima da mesa........— Ah quer fazer graça?, pois então fique com fome, hoje não tem almoço e nem janta pra você. Se depender de mim hoje você não come mais nada, sua infeliz!. Ele me pega pelo o braço e me leva para o quarto.
Eu: Me larga, para com isso!. Me joga na cama.
Gabriel: Eu vou trabalhar e para garantir, você vai ficar trancada aqui o dia inteiro!. Ele sai trancando a porta.
Eu: MOSTRO!. Dou um chute na porta e já começo a chorar, como sempre.
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Salva-me
FanfictionNão existe mulher que gosta de apanhar. •Existe mulher com medo de denunciar. •Existe mulher sem dinheiro para ir embora. •Existe mulher humilhada e desacreditada. •Existe mulher machucada, frágil, sem vida.