Um pedaço dele

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É estranho se sentir perdida de si mesmo. Estranho você perder o controle da sua, própria cabeça, ou sentimentos. Confuso você ter que, lidar, com seu coração dizendo uma coisa, e sua cabeça outra. E pior ainda, ainda a única coisa que você quer fazer, é dormir e nunca mais acordar. Sinto que morri junto com o, Gabriel. Ou talvez, bem antes. Talvez tenha morrido no primeiro dia que ele me estuprou.

Tínhamos acabado de chegar de uma festa, ele estava tão bêbado, que tive que vir dirigindo. Chegamos em casa perto das 03 da manhã, eu guardei o carro, ajudei ele a sair, levei pro quarto, e liguei o chuveiro no morno. Ainda consigo sentir exatamente, tudo que senti aquele dia.

Flashback on...

Eu: Vem, você precisa de um banho. - Ele sorriu - Vamos, amor. Por favor, colabora.

Gabriel: Quero água. Tô com tanta sede. - Neguei o levando pro banheiro.

Eu: Agora não. Primeiro o banho. Vem.

Gabriel se segurou no meu braço, cambaleando até o banheiro, e tirei sua roupa assim que ele abriu o box. O deixei lá por quase 5 minutos, voltei com a toalha, entreguei pra ele, que já parecia melhor, e saí do banheiro. Ele costumava se trocar no closet, então enquanto ele se trocava, eu fui pro meu banho. Estava de olhos fechados, tentando relaxar naquela água morna que caia em meus ombros, quando senti Gabriel me puxar pelo braço. Achei que ele iria me bater, já tinha feito isso uma ou, duas vezes.

Eu: Me solta, amor. - Pedi calma - Vai se vestir. Tá frio.

Gabriel: Não, não ainda.

Seu olhar estava diferente, não como quando me bate, estava mais, escuro, e estranho. Não sei explicar. Ele desligou o chuveiro me levando até a cama em seguida.

Eu: O que você tá fazendo? - Perguntei começando a me assustar. Gabriel ainda estava com muito álcool no organismo, mas sabia exatamente o que estava fazendo.

Gabriel: Cala boca! - Gritou dando um tapa na minha cara.

Eu: Me solta, ou eu vou gritar. - Ele sorriu.

Gabriel: Grita! Grita que eu acabo com a sua irmãzinha.

Odiava o forma que ele usava a, Maiara pra me afetar, ele sempre conseguia. Gabriel segurou meus braços acima da minha cabeça, se jogando em cima de mim em seguida. Ele nunca tinha feito isso, não contra minha vontade.

Eu: Por favor. Você tá bêbado! - Pedi sentido minha voz trêmula.

Gabriel: Eu já mandei você calar a boca! - Gritou outra de novo, dessa vez mais alto.

Sua mão desceu tirando sua única peça, e depois ele separou minhas pernas. Já não conseguia mais controlar o meu choro, não tinha o que fazer, não podia medir forças com ele. Assim que senti que ele estava tentando entrar em mim, comecei me debater a fim de sair dali. Ele não estava com dó, mal olhava pra minha cara.

Eu: Me solta. - Falei mais alto - Agora! Me solta.

Gabriel soube exatamente como me calar. Seus movimentos dentro de mim, me fizeram ficar quieta. Não tinha a quem pedir ajuda, e ninguém ouviria se eu gritasse. Chorei por quase 5 minutos, até me acostumar com a dor e conseguir fazer ele sair de dentro de mim. Não sei de onde arranjei força, mas bati em seu rosto, o fazendo me soltar.

Gabriel: Sua desgraçada! - Gritou vindo em minha direção - Agora você vai ter que aguentar.

Tentei correr, jogar coisas nele, mas nada adiantou. Ele me alcançou, e fez tudo de novo. Seus olhos escuros me davam tanto medo. Eu chorei em silêncio, com os olhos fixados no teto, e esperei que ele se cansasse. Assim que ele caiu cansado do meu lado, eu me virei ficando encolhida na cama, e intensificando o choro. Ele pareceu acordar de um transe, não sei o que aconteceu exatamente, mas ele se virou pra mim, e me puxou pra perto.

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