O meu fim?

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As expressões estão tensas, todos dividiam o mesmo sentido de ódio por Gabriel. Maiara me olhava com ternura, ela queria me proteger e me levar pra longe desse caos, no fundo ela se culpava por não ter insistindo mais. Mas eu não culpava ela, porque ela tentou me alertar muitas vezes, eu que não prestei atenção. Olhando pro relógio eu vi que faltavam pouco tempo pra Gabriel chegar, eles precisavam ir embora antes dele chegar. Não queria mais confusão.

Eu: Vocês precisam ir. Ele vai chegar logo. – A ruiva negou.

Maiara: Ir e deixar você aqui? Óbvio que não, Maraisa.

Eu: Irmã, é sério. Se ele vê vocês aqui, eu nunca vou conseguir me livrar dele. Ele vai me levar pra outro lugar, e só vai piorar as coisas. Por favor, vão embora logo. – Pediu chorando.

Julia: Tudo bem. Mas olha, vou deixar esse celular com você. Ele é pequenininho, você pode esconder em algum lugar, deixe ele sempre no modo avião pra não chegar nenhuma notificação. Mas quando precisar, manda mensagem. Não pensa duas vezes.

O celular que Julia me entregou era realmente pequeno. Ele parecia um pouco antigo, mas seria o suficiente pra eu mandar mensagem quando precisasse. Eu não queria que eles fossem, eu sei que assim que eles saírem, vou voltar a sentir medo. Mas não posso colocar eles em risco, já basta eu.

Maiara: Se cuida, por favor, se cuida. – Sussurrou enquanto me abraçava – Eu te amo, irmã. E não se preocupa, vamos acabar logo com isso.

Eu: Eu te amo! – Sussurrei chorando.

Eu não via Maiara a tanto tempo, que queria que ela ficasse grudadinha em mim pro resto da vida. Eu agradeci todo mundo por se esforçarem tanto pra me ajudar, e 10 minutos depois deles terem saído, Gabriel chegou.

Gabriel: Eu tô com fome! – Disse, com certeza tinha bebido, sua voz estava arrastada – Maraisa?

Eu estava na sala, mas ele não tinha me visto ainda, estava de costas pra cá. Eu suspirei me levantando, e fui até ele. Gabriel me olhou de cima abaixo com aqueles olhos que me davam medo e nojo. Seu sorrisinho brotou no canto do rosto, e ele segurou meu rosto pra me beijar.

Eu: Me solta. – Empurrei seu braço – Eu já fiz o seu almoço. Tá aí na mesa. – Me virei querendo sair dali.

Gabriel: Pra onde vai? – Perguntou me causando arrepios – Sente-se aqui.

Eu: Eu não quero agora. – Respondi com a voz baixa, mas ele não gostou muito.

Gabriel se levantou pisando fundo e vindo em minha direção. Sua mão tocou meu braço, mas em segundos o toque já era uma agressão, sua mão apertava o meu braço.

Gabriel: Isso não foi um pedido. Foi uma ordem. – Eu conseguia ver a raiva nos seus olhos – Senta agora!

Eu: Eu quero subir pra tomar banho!

Gabriel: Eu disse pra você, sentar na merda da mesa! – Gritou descontando um tapa no meu rosto – Agora! Eu não vou falar de novo.

Sem opção eu sentei na mesa junto com ele, e me forcei a comer. Minha fome passou assim que ele me bateu outra vez, meu rosto queimava, doía. Eu já deveria ter me acostumado com a queimação depois do tapa no rosto, ele sempre faz isso. Cada minuto do lado dele pareciam horas. Odiava tudo ali, inclusive o fato de ter que esperar ele acabar, pra sair da mesa. A comida não estava mais descendo, até a água que eu tentei tomar, me deixou enjoada.

Gabriel: Fresca! – Esbravejou – Come logo isso. Depois reclama que não a deixo comer.

Eu: Eu não tô com fome. – Respondi baixo, minha voz estava embargada pelo medo, Gabriel estava bebendo enquanto almoçava, e o álcool não costumava demorar a fazer efeito no seu corpo – Posso subir?

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