capítulo 1: motivação

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Chicago, Illinois

🤍

Louisa Bailey

Aquele era meu terceiro mês no segundo ano da Kings High School, mas eu ainda não tinha me acostumado com a sensação de deixar minha mãe sozinha em casa.

Eu estava preocupada.

Minha vontade era deixar a escola e correr para casa, mesmo que amasse estudar.

Aproveitando o intervalo, fiz uma ligação enquanto ouvia os alunos conversarem e rirem a minha volta. Pareciam empolgados com o almoço, e eu apenas queria falar com alguém muito importante para mim.

— Lou? — mamãe atendeu, preocupada. — O que houve?

— Nada demais. Só estou ligando para saber como a senhora está.

— Oh, filha. Estou bem. Não se preocupe.

Fiquei mais tranquila ao ouvir aquilo. Desde que tinha desenvolvido Hipertensão Arterial, devido ao consumo de alimentos com sódio e sedentarismo, eu me preocupava bastante. Era uma doença desenvolvida há cinco meses em minha mãe. Como ela ficava sozinha no apartamento, eu temia que algo ruim acontecesse e eu ficasse no escuro sobre isso.

— Mesmo? Se surgir qualquer problema, me liga. E eu vou correndo para casa.

— Não se preocupe. Estou bem. Só uma dorzinha de cabeça, mas vai passar. Já tomei os medicamentos. De resto estou muito bem. Estou assistindo um seriado que gosto muito.

— Fico tranquila em ouvir isso. — suspirei, aliviada. — O intervalo está prestes a terminar, então tenho que encerrar a ligação. — eu disse. — Até mais tarde, mãe.

— Até breve, Lou.

Depois do almoço, segui para a próxima turma e me sentei em uma cadeira na frente. Eu gostava de sentar ali, afinal o ruído de conversas era irritante lá atrás. E eu queria muito entender o conteúdo ministrado. Precisava daquelas aulas e demais estudos para me preparar para uma grande prova.

Se estudasse o suficiente, poderia realizar meu sonho de ingressar em uma das maiores escolas de elite do país. American Paradise School, localizada em Chicago, era referência em ensino de qualidade e eu sonhava em estudar ali.

Eu já tinha prestado exames para lá ano passado e início do período letivo, mas não passei infelizmente. As bolsas eram muito disputadas e só os melhores as conseguiam. Eu não fui um deles, mas estava me esforçando para ser em breve.

Eu até gostava da minha escola atual, mas isso não me impedia de buscar algo melhor. E com uma formação na APS eu poderia ingressar facilmente em uma boa universidade e ter um bom emprego no futuro. Sim, com isso eu ajudaria minha mãe e poderia viver longe de tanta escassez.

Mesmo com o dinheiro da pensão por morte que mamãe adquiriu após papai ser baleado fatalmente em um assalto, eu entendia que aquele dinheiro não era suficiente, considerando que tínhamos contas a pagar, incluindo o aluguel do apartamento e alimentação, além do tratamento dela.

Mamãe pediu que eu priorizasse os estudos e não procurasse um emprego temporário. Mas eu faria isso em breve e é claro que lhe avisaria. Estava pensando na proposta de Giovanni, sobre atender clientes em sua loja de conveniência/variedades. Ele me pagaria pelo trabalho e aconteceria durante a noite. Seria uma boa maneira de ajudar com as despesas, mesmo que eu temesse deixar mamãe sozinha em casa durante a noite.

De toda forma, eu iria pensar.

As aulas terminaram e decidi seguir para casa.

Eu não tinha amigos na Kings High School e no início até tentei socializar, mas percebi que todos pareciam ter seus próprios grupos. Assim, acabei sozinha.

Pelo menos eu agradecia por ter amizade com os professores e ser alvo de suas gentilezas. A maioria me tratava bem devido ao meu bom comportamento e notas boas. Agradecia também por não ter atraído muita energia negativa.

— Que bunda grande! — um cara disse lascivamente quando passei por ele no corredor.

Fiz uma careta, ainda andando.

— É grande do jeito que eu gosto. Será que é tão macia quanto parece? Eu daria umas boas palmadas. — o amigo dele fez um comentário nojento e me apressei em direção à saída.

Eu já tinha alguns problemas de baixa autoestima. E ouvir aquelas coisas só piorava a situação.

Eu me achava bem diferente do padrão da minha escola. Não era excessivamente magra ou alta. Na verdade tinha um traseiro maior que o da maioria das garotas e seios fartos. Enquanto roupas justas deixavam a maioria das garotas bem, eu me sentia desconfortável por revelar curvas demais, então usava trajes um pouco mais folgados, de modo que eu parecia bem maior do que era.

Mesmo que não tivesse tanta intimidade com os alunos daquela escola, eu já tinha ouvido alguns comentários do tipo "ela é gorda", "seus peitos são grandes demais" "ela é enorme"... Etc. e aquilo me chateava bastante, mesmo que eu tentasse ignorar. Quando não ouvia isso, era alvo de assédios eventuais que, graças a Deus, não passavam de palavras. Eu temia qualquer contato físico indesejado.

Agradeci quando já estava na parte de fora e não vi os garotos. Suspirei de alívio, pensando no assédio recente e logo me apressei em direção ao ônibus escolar, que já estava estacionado ali perto.

Dentro do ônibus, sentei próxima à janela e observei a paisagem outonal de fora. Alunos não paravam de entrar no veículo e avistei nuvens carregadas no céu, tendo uma ideia de que iria chover em breve.

E realmente choveu...

Quando eu já estava em meu quarto, enrolada em meu fofo lençol e pronta para mergulhar em um sono profundo.



🤍


Olá, pessoal.

Espero que estejam apreciando a leitura👀









Beijos RoubadosOnde histórias criam vida. Descubra agora