— Expulsão! — o diretor sentenciou naquela sala fria.
Comecei a chorar silenciosamente, sentindo o olhar de raiva da senhora Henderson sobre mim.
A professora já tinha se retirado para continuar sua aula e Donna apenas parecia abatida.
— Não, por favor. — implorei.
— Senhorita Bailey. Estou surpreso com sua atitude anterior. — o diretor me encarava com indignação. — Como uma bolsista, deveria prezar por sua bolsa de estudos e valorizá-la, mas decidiu agir de modo condenável.
— Eu não roubei o celular de ninguém. Colocaram no meu armário pra me incriminar. — eu disse a verdade, mas ninguém parecia acreditar em mim.
Eu estava sozinha.
Completamente sozinha diante de um tratamento injusto.
— Agradeça à senhora Henderson pelo fato de que não iremos acionar a polícia. — o diretor continuou, ignorando minhas palavras anteriores. — Mas iremos contatar sua mãe para informarmos sobre o caso e tratarmos o seu processo de desligamento desta escola. Você deveria está ciente de que não toleramos atitudes sujas por aqui. Desse modo, a expulsão representa um bom método de castigo.
— Não faça isso com ela, senhor Arnold. Por favor. — Donna surpreendeu a todos quando decidiu se pronunciar.
Ela se levantou da cadeira. Sua mãe a encarava com espanto. Eu também.
O que ela estava fazendo?
— O que disse, senhorita?
— Eu pedi para que não a expulse da escola.
O senhor estava abismado enquanto a encava.
Franzi o cenho.
Imaginei que Donna seria a primeira a apoiar a expulsão, mas aquilo era inusitado.
— Como não, filha? Essa garota roubou seu celular. — a mãe de Donna se pronunciou, indignada. — Já tivemos misericórdia o suficiente ao não acionarmos a polícia.
— Entendo seu ponto, mamãe. Mas precisamos analisar a motivação dela. — Donna disse com afabilidade. — Meu celular é caro. Bonito. E se Louisa teve a coragem de roubá-lo, precisamos estudar os motivos. Olhem para ela. Provavelmente é muito pobre. Precisa da bolsa de estudos. Deve ter precisado de algum dinheiro e agiu de maneira impensada. Isso explica o roubo. Além disso, esse celular não significa muito para mim. Posso comprar outro quando quiser. E embora eu esteja chateada com a atitude de Louisa, não posso deixar de sentir pena dela. — Donna disse com dor em seu olhar. Eu a encarava com espanto. Estava tão pasma que não conseguia formular uma frase. — Por favor, mamãe e senhor Arnold. Deem mais uma chance a ela. Por mim. Eu gosto tanto da Louisa, mesmo me lembrando de sua atitude péssima. Poupem-na dessa vez. Eu imploro.
Todos ali estavam abismados, inclusive eu.
Por que dona estava fazendo aquilo? Defendendo-me com afinco após eu suspostamente tê-la roubado? Eu não a roubei, mas achei sua atitude inédita. Por quê?
A senhora Henderson suspirou.
— Você é uma menina muito inocente, filha. Às vezes chega a ser ingênua. — a mulher disse, aproximando-se da garota. — Quer mesmo que Louisa continue na escola depois de tudo?
— Sim, mamãe. Ela agiu de maneira impensada; no calor do momento. Merece misericórdia; uma segunda chance. Além disso, a mãe dela ficará arrasada se sua filha perder uma bolsa de estudos tão valiosa. Já imaginaram a dor que será causada?
— Céus! Você é um anjo. — a mulher a abraçou. Em seguida, o olhar da mulher recaiu sobre o homem. — Diante do pedido da minha filha, peço que deixe a garota continuar na escola.
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Beijos Roubados
Roman d'amourFilho de alguém rico e influente de Illinois, Alan Gustafson não se encaixava na imagem de garoto certinho e não fazia muito esforço para mudar isso, mesmo que ainda se importasse com o julgamento do seu pai exigente. Quando ele conheceu a humilde L...