Na segunda, eu me sentia um pouquinho melhor.
Meu estoque de lágrimas tinha se esgotado e eu apenas tentei seguir minha vida normalmente
Uma decepção amorosa em tão tenra idade não era algo que eu imaginava para mim, mas aconteceu.
Então naquele momento, eu só tinha que tentar esquecer isso.
— Essa loirinha é gostosa demais. — ouvi alguém dizer no corredor quando passei.
Claro que eu me senti incomodada com isso, mas decidi não dar atenção.
— Tira seu olho dela, cara. Eu a vi com o Alan um dia desses. Se ele imaginar...
— Alan Gustafson?
— Isso aí.
— Caralho! Quase vacilei.
— Pois é.
Eu os ignorei, seguindo para a saída.
No ônibus escolar, sentei próxima à janela e voltei meus olhos para a paisagem.
Aquele veículo era um auxílio para os alunos bolsistas que não podiam se locomover facilmente, não tinham outro meio de transporte ou moravam distantes da escola, então não estava cheio.
— Posso sentar aqui?
Uma voz masculina puxou minha atenção e voltei meus olhos para cima.
Um garoto de cabelos escuros e com algumas sardas parecia sem jeito enquanto olhava para a cadeira vaga ao meu lado.
— Fique à vontade. — eu disse gentilmente e ele sorriu em agradecimento antes de sentar.
Voltei meus olhos para a janela.
— Você é de que ano? — demorei um pouco para perceber que o garoto estava falando comigo.
— Segundo. — eu disse. — E você?
— Terceiro. — sorriu.
— Legal. Qual a sensação de estar no último ano?
— Divertida e ao mesmo tempo complicada. Sabe, muitas provas e pressão pra futura admissão em alguma faculdade.
— Entendo. Mesmo considerando a dificuldade, não vejo a hora de ir para o terceiro. Gosto de trabalhar sob pressão. — brinquei.
Ele sorriu.
— Como se chama?
— Louisa Bailey. — eu disse. — Posso saber seu nome também?
— Claro. Eu me chamo Elliott Davis.
— Ah sim.
Pelo restante da viagem, Elliott puxou assunto. Ele não era maçante e soube ser divertido durante a conversa. Como morava mais perto da escola, ele se despediu e saltou antes de mim.
Com um suspiro, encarei a paisagem lá fora.
Em breve eu estaria em casa.
#*#
Alan
Sexta-feira
Eu me sentia frustrado.
Irritado.
As paredes do apartamento tremiam com o barulho enquanto os jovens a minha volta bebiam e se drogavam.
Porra, eu esperava que a polícia batesse em minha porta a qualquer momento, mas eu me safaria. Por ser filho de quem era, não me sentia muito ameaçado.
Em breve.
Incomodada com o barulho, Louisa provavelmente bateria em minha porta.
Sim, eu esperava por isso.
Ansiava.
Desse modo, ela não poderia me ignorar.
E eu poderia vê-la.
Porra! Mas ela estava demorando.
— O que deu em você, Gustafson? Pensei que tinha parado com as festas no apartamento por causa de Louisa. — Jason me encarou com estranheza.
— Eu tinha realmente parado. — resmunguei, enquanto fumava o baseado. Ofereci a Jason, que rejeitou. — Mas preciso vê-la.
O semblante dele clareou com entendimento e então ele sorriu como um maluco.
— Ah!
— O quê?
— Você quer vê-la e esse é o motivo da provocação. Entendi.
Meus companheiros de banda e Daniel já sabiam do meu rompimento com Louisa. Eles concluíram assim que viram minha carranca constante. Desse modo, acabei revelando algumas informações; o suficiente para deduzirem que eu estava na merda.
— Acho que ela não vem. — lamentei.
— Mas vontade não deve faltar. Ela deve está te xingando até a próxima geração por conta do barulho. — Jason disse com divertimento.
— Louisa não é assim. No máximo, deve está chateada.
— E pronta pra te matar. — riu antes de se afastar e se misturar com os outros convidados.
Valérie acabou vindo com seu irmão e eu a ignorei no momento que ela se ofereceu para mim. Porra de menina chata!
Considerando minha irritação crescente e obsessão por Louisa, eu não queria saber de ninguém àquela noite.
Ninguém além dela.
Porra, Louisa não cedeu a minha provocação. Não veio bater em minha porta e pedir com sua voz doce que eu abaixasse o volume do som.
Ela não cedeu, infelizmente.
E eu me sentia péssimo, mesmo depois que a festa terminou.
🤍🤍🤍
O que estão achando?
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Beijos Roubados
Roman d'amourFilho de alguém rico e influente de Illinois, Alan Gustafson não se encaixava na imagem de garoto certinho e não fazia muito esforço para mudar isso, mesmo que ainda se importasse com o julgamento do seu pai exigente. Quando ele conheceu a humilde L...