capítulo 3: clientes inesperados

2.6K 233 215
                                    

Um mês depois...

Louisa

- Querida Lou... com seu carisma, creio que esvaziará todo o meu estoque. Você é ótima. - o animado Giovanni me encarou com um sorriso.

- Você está exagerando, mas obrigada. - sorri sem jeito.

- Sério, desde que começou a trabalhar aqui há duas semanas, o fluxo de clientes, principalmente masculino, aumentou consideravelmente.

- Não me deixe envergonhada, Giovanni. - eu disse, sorrindo. - Pelo menos os clientes são gentis. O máximo que já fizeram foi pedir meu número de telefone ou me elogiarem.

- Ainda bem, mas em caso de passarem dos limites, me acione imediatamente. Estou no andar de cima.

- Tá ok. Obrigada pelo apoio.

- Disponha. E boas vendas, Lou. - desejou e saiu dali, deixando-me atrás do balcão.

Eu tinha um banco alto onde podia sentar quando tinha uma pausa nos atendimentos e agradeci Giovanni por isso, ou não suportaria ficar muito tempo em pé. Eu admitia que era uma verdadeira sedentária e precisava voltar a fazer minhas atividades. Em breve eu compraria uma bicicleta e descartaria o ônibus escolar para ir à escola, já que poderia fazer alguma atividade física pela manhã.

Eram por volta das 20h e eu já tinha tomado um banho e vestido uma roupa casual, que consistia em calça jeans e camiseta azul de algodão. Agora estava em meu trabalho temporário, e tudo era bem tranquilo. O apartamento onde eu morava com mamãe ficava perto da loja e eu agradecia pela distância mínima. Eu ainda trabalharia até algumas horas antes de poder ir para casa.

Observei que estava escuro lá fora por conta do horário e logo avistei uma cliente entrando na loja.

Era uma idosa que gostava de comprar biscoitos de polvilho e sempre tinha uma palavra gentil para mim.

Eu a conhecia há pouco tempo, mas já gostava dela.

- Olá, Louisa. Como está o trabalho?

- Bem tranquilo, senhora Bennett. Obrigada por perguntar.

- Que maravilha! Ainda tem aqueles biscoitos de polvilho que eu amo? - questionou.

- Claro! - abri um sorriso. - A prateleira lá atrás está cheia deles. Quer que eu pegue?

- Não precisa, Lou. Estou indo buscar. - logo ela seguiu para o corredor, de onde pegou seu produto e trouxe para o balcão.

Eu realizei a venda e logo a idosa estava saindo, dando-me tchau e sorrindo no processo. Retribuí o gesto gentil e suspirei quando estava sozinha.

Eu até que gostava de trabalhar ali, mesmo que algumas vezes ficasse preocupada com minha mãe. Agradecia por ela está respondendo bem ao tratamento medicamentoso e isso era uma ótima notícia para mim. Fazia-me trabalhar com tranquilidade.

E assim, eu quase não via o tempo passar.

Por volta das 22h, eu virei meu rosto para a porta de vidro, quando percebi que alguém estava entrando.

Era um casal. Deviam ser bem jovens; provavelmente tinham a minha idade.

Eles adentraram o estabelecimento, checando as primeiras prateleiras.

- Por que nos trouxe aqui, Alan? - a garota parecia descontente.

Ela era bonita e tinha belos e volumosos cabelos escuros. Já o cara...

Nossa!

Eu estava com a boca um pouco aberta quando o analisei com mais atenção.

Ele vestia roupas escuras e coturnos. Eu vislumbrei tatuagens coloridas em um dos braços, que seguiam até o pulso. Isso se destacava na pele branca. Ele também tinha um piercing na sobrancelha direita e cabelo curto e escuro. Além disso, usava um brinco na orelha. Um típico bad boy. Um garoto que eu só conseguia imaginar nos livros, porque nunca tinha visto de perto. Não nos lugares onde frequentei, pelo menos. Nem mesmo na escola. É claro que havia alguns garotos bonitos na Kings High School, mas como aquele... não, não havia ninguém como aquele cara. Um verdadeiro sonho clichê. E exalava perigo pelos poros.

Beijos RoubadosOnde histórias criam vida. Descubra agora