capítulo 58: revelações

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Não demorou muito pra escurecer.

A noite logo deu as caras e preparei o jantar de Ellie. Ela estava melhor depois que fiz uma massagem no local da vacina e estava quietinha. Agradeci pelo fato de os efeitos colaterais não terem sido fortes.

O armário da cozinha estava recheado, então deixei a pequena sentada em uma cadeira enquanto preparava tudo. Havia uma TV ali, e Ellie estava de olho no desenho, distraída com a programação. Desse modo, eu poderia ficar de olho nela.

Alan teve que sair e não parecia animado para isso, mas foi assim mesmo. Ele disse que foi convocado por seu produtor junto com o restante da banda e precisava acertar alguns assuntos importantes. Ele até ligou para que um dos seus amigos fosse buscá-lo ali, já que ele tentaria não dirigir, considerando o estado da sua mão.

— Quando eu chegar, a gente conversa e esclarece tudo. — ele disse; os olhos fixos em mim.

Assenti.

— Ok.

Ele abraçou Ellie e se despediu antes de sair.

Não fazia muito tempo desde que ele tinha saído, mas eu já me sentia ansiosa para sua volta. Assim poderíamos conversar sobre muitas coisas importantes.

Mamãe ligou e coloquei sua ligação no viva-voz enquanto mexia em algo na panela.

Ela questionou acerca de como eu estava me sentindo e eu disse que naquela noite saberia de muitas coisas. Assim que Alan chegasse, tudo seria esclarecido. Eu só precisaria colocar Ellie pra dormir antes de falar.

A campainha tocou em algum momento e franzi o cenho.

Eu já tinha colocado a comida de Ellie e ela estava degustando sua refeição.

— Acho que é o Alan. Mas ele não tem a chave? — estranhei, mas segui até a porta após dizer para Ellie me esperar.

Abri a porta, deparando-me com uma mulher de cabelos loiros e aparência elegante.

Quem era?

— Olá, Louisa. Tudo bem? — disse simpaticamente e estranhei.

— Olá. Como sabe...?

— Alan me ligou e disse que encontrou você. Ele parecia tão feliz. — disse, fazendo-me estranhar ainda mais. — Entendo sua confusão. Bom... Eu me chamo Gwen. Ex-madrasta do Alan. O porteiro não me anunciou porque já está acostumado com minha cara por aqui, então... — deu de ombros. — De qualquer forma, Alan me disse que você estava sozinha com sua filha no apartamento. Decidi aparecer.

— Ele saiu mais cedo. — eu disse. — Acho que não vai demorar. Você pode esperar aqui dentro. Entre. — fiz um gesto gentil e ela sorriu.

— Obrigada, mas meu assunto no momento não é com ele. — disse com a voz carregada de significados. — Meu assunto é com você.

Aquilo me surpreendeu.

— Comigo?

Ela entrou no apartamento e fechei a porta depois.

— Sim. A não ser que você e Alan já tenham esclarecido tudo sobre o passado.

— Estávamos muito abalados mais cedo, então decidimos conversar quando nossa filha estiver dormindo.

— Ótimo! Então creio que você vai se interessar pelo que tenho a dizer. — disse, chamando minha atenção. — Alan não sabe que vim aqui, mas eu tinha que vir e te falar algumas coisas. Se me permitir, é claro. Tentarei ser o mais breve possível.

Eu a encarei, sentindo o peso de suas palavras, e não neguei sua oferta. De qualquer forma, eu estava curiosa.

Muito.








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