capítulo 8: instinto protetor

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Alan

Eu era um stalker?

Considerando minha atitude recente, talvez eu pudesse ser considerado um.

Que porra eu estava fazendo ali?

De toda forma, eu só estava observando.

Como um maldito perseguidor.

Não, eu não era um perseguidor. Só estava curioso.

O que tinha de tão especial naquela garota? Por que ela me deixava assim tão... estranho.

Decidi não pensar muito nisso e ainda dentro do carro, eu observei a loira se despedindo de um homem mais velho. Vi quando o cara fechou as portas do estabelecimento onde ela trabalhava.

Por conta do horário, ela estava saindo do trabalho.

Louisa não reparou no meu carro do outro lado da rua e seguiu um caminho que parecia habitual para ela.

Apenas uma pessoa comum voltando do trabalho.

Para mim, ela não era nada comum.

Ela me deixava intrigado.

Curioso.

Ainda dentro do carro, observei a garota andando sobre uma calçada.

A rua estava praticamente deserta, com exceção de alguns veículos que passavam eventualmente.

Eu imaginava que aquele bairro era perigoso.

Não era aconselhável andar por ali sozinho. Não naquele horário.

Será que a garota morava perto dali?

Quando me dei conta, eu já estava saindo do carro.

Bati a porta, ainda vendo a garota se distanciar.

Uma brisa fria soprou contra meu rosto, e imaginei que choveria em breve. As nuvens carregadas no céu denunciavam isso, mas não voltei para o carro.

Não ainda.

De repente eu me vi caminhando alguns metros atrás da garota.

Minha intenção não era falar com ela. Não naquele momento. Eu apenas a observaria a distância até que ela estivesse em sua casa.

Bom, eu asseguraria que ela chegasse em segurança até lá.

Louisa não precisava saber que eu estava atrás dela naquele exato momento, então fui discreto.

Bem discreto.

Como a rua era meio escura, ela não me notaria facilmente.

A não ser que decidisse checar.

Minha mente entrou em alerta quando uma figura se aproximou dela.

Era um homem.

Eu não o tinha notado antes e, pela reação seguinte de Louisa, ela também não.

Será que era algum parente? Amigo?

O alarme em minha cabeça dizia que não.

Franzi o cenho quando ele segurou seu pulso e disse algumas coisas.

Que porra estava acontecendo?

Pela distância e ângulo eu não conseguia ver o que estava na mão do cara e muitos menos ouvir o que dizia.

Algo estava estranho.

Evidentemente fora de lugar.

Aquilo não estava certo.

Beijos RoubadosOnde histórias criam vida. Descubra agora