Enquanto Forever Alone And Lost estava se destacando no mundo da música, Donna Henderson se sentia derrotada.
A garota decidiu passar a maior parte do tempo no próprio quarto, remoendo sua situação. Seu olhar estava morto e os cabelos estavam desgrenhados. Se dependesse dela, definharia naquele quarto até desaparecer por completo.
E seu ódio por Louisa ainda era grande. Ainda maior depois de sua queda. Lamentava que Alan tivesse descoberto algumas de suas ações e se sentia fracassada. Odiava William Gustafson por ter abrindo a maldita boca e desprezava a mídia que não pegou leve.
Odiava todo mundo. E se odiava por te falhado.
Sentia-se um lixo depois da humilhação e abandono naquela igreja. A vergonha ainda estava cravada em sua pele e ela apenas queria desaparecer.
Daniel e sua mãe eram os únicos que não a olhavam como se ela fosse uma desconhecida, apesar de terem se surpreendido.
De qualquer forma, Donna os odiava também. A única pessoa que amava naquela terra se chamava Alan Gustafson, mas ele a desprezou e abandonou no seu dia mais importante.
Donna sentia vontade de morrer.
E meses depois, ela embarcou em um severo estado de depressão.
Não tinha ânimo para mais nada e ainda tentavam tirá-la daquele quarto, mas ela não queira ver ninguém.
E tentou se atirar da janela do seu quarto um tempo depois.
Se Daniel não tivesse aparecido, segundos antes, Donna teria se lançando daquela janela.
— O que você tentou fazer?! Como pôde?! — Seu irmão chorou enquanto a observava e sacudia pelo seu ato anterior. Em seguida, ele a abraçou, temendo perdê-la definitivamente.
Em seus braços, Donna finalmente teve alguma reação e começou a chorar.
Chorou por não ter conseguido se atirar antes que seu irmão aparecesse.
Seus pais os encontraram minutos depois.
Colocaram proteção em sua janela para que ela tivesse menos risco e tiveram outros cuidados, mas não adiantou muito.
Tomada pela insatisfação, Donna tentou alcançar uma faca na cozinha em um dia qualquer. A empregada tentou intervir, mas acabou ferida no ombro. Assim que a garota fez os primeiros cortes no pulso, seu irmão apareceu e Donna o amaldiçoou mais uma vez por impedi-la.
A família Henderson já não suportava aquela situação, então Noah tomou uma atitude drástica.
— Será melhor se Donna for internada.
— Não faça isso, Noah. Ela vai sofrer tanto longe de casa. — Marjorie soluçou após ouvir as palavras do homem e ele a abraçou, consolando-a.
— Também lamento por isso, querida, mas é o único jeito de proteger Donna. Ela está no meio de uma depressão severa. Representa um risco para si mesma. Já não suporto ver minha filha definhar daquela forma e não fazer absolutamente nada quanto a isso. — suspirou. — Ademais, ela estará segura na clínica. Será bem tratada.
— Sei que você está certo, mas ela não vai aceitar.
— Imagino. — Noah lamentou.
Daniel não sabia do plano dos pais, mas não interviria se soubesse. Mesmo que amasse Donna, sabia que ela precisava de ajuda.
O jovem via sua irmã com uma vítima. Sentia muito pelo estado em que ela se encontrava e imaginava que deveria protegê-la. Marjorie optou por não revelar o que Donna fez contra Alan, apenas deixando claro que o garoto se rebelou contra o pai e falou mentiras, para que aquela imagem imaculada de Donna permanecesse no pensamento do irmão. Não queria ver o olhar de decepção do próprio filho sobre a irmã, então escondeu muitos fatos dele. E esconderia mais se fosse preciso, mesmo que Noah a condenasse por isso.
E Daniel apenas se sentia incapaz ao ver Donna tão destruída.
Ele chegou mais cedo da universidade ao ponto de ver a garota em seu quarto, parecendo pacífica sobre a cama.
Marjorie e Noah entraram no quarto naquele momento. E estavam acompanhados por algumas pessoas desconhecidas.
Daniel franziu o cenho e Donna se sentou na cama, atordoada diante do que estava vendo.
— O que é isso?
— Donna precisa de ajuda, Daniel. — Noah engoliu em seco; os olhos cheios de lágrimas.
Daniel sentiu a primeira lágrima cair no instante que os profissionais se aproximaram da irmã.
Ele viu Donna aos gritos enquanto era levada por aquelas pessoas.
— NÃO! NÃO! NÃO ME LEVEM! — se debatia em desespero. — Não! Mamãe! Papai! Não deixem que me levem. Daniel! Ajude-me! NÃO!
Ela foi sedada, instantes depois, e colocada dentro de uma espécie de ambulância.
— Não chore, meu amor. Ela será bem cuidada na clínica. — Marjorie abraçou o filho, que parecia desolado.
— Entendo. É para o bem dela, mas não me conformo em vê-la naquele estado, mãe.
— Imagino. — Noah se aproximou, espalmando o ombro do filho. — Mas será melhor assim. Donna representa uma ameaça para si mesma e para outras pessoas, infelizmente. A empregada se feriu naquele dia e você viu o estado da sua irmã quando a impediu de atentar contra a própria vida outra vez.
— Sim, eu vi. — Daniel estava desolado enquanto encarava a ambulância.
Noah entrou no veículo segundos depois junto com sua mãe.
— Voltaremos em breve.
— Mas sem minha irmã dessa vez. — ele lamentou, vendo o carro se distanciar.
MARATONA 2/7
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Beijos Roubados
RomansaFilho de alguém rico e influente de Illinois, Alan Gustafson não se encaixava na imagem de garoto certinho e não fazia muito esforço para mudar isso, mesmo que ainda se importasse com o julgamento do seu pai exigente. Quando ele conheceu a humilde L...