capítulo 53: ruína

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Enquanto Forever Alone And Lost estava se destacando no mundo da música, Donna Henderson se sentia derrotada.

A garota decidiu passar a maior parte do tempo no próprio quarto, remoendo sua situação. Seu olhar estava morto e os cabelos estavam desgrenhados. Se dependesse dela, definharia naquele quarto até desaparecer por completo.

E seu ódio por Louisa ainda era grande. Ainda maior depois de sua queda. Lamentava que Alan tivesse descoberto algumas de suas ações e se sentia fracassada. Odiava William Gustafson por ter abrindo a maldita boca e desprezava a mídia que não pegou leve.

Odiava todo mundo. E se odiava por te falhado.

Sentia-se um lixo depois da humilhação e abandono naquela igreja. A vergonha ainda estava cravada em sua pele e ela apenas queria desaparecer.

Daniel e sua mãe eram os únicos que não a olhavam como se ela fosse uma desconhecida, apesar de terem se surpreendido.

De qualquer forma, Donna os odiava também. A única pessoa que amava naquela terra se chamava Alan Gustafson, mas ele a desprezou e abandonou no seu dia mais importante.

Donna sentia vontade de morrer.

E meses depois, ela embarcou em um severo estado de depressão.

Não tinha ânimo para mais nada e ainda tentavam tirá-la daquele quarto, mas ela não queira ver ninguém.

E tentou se atirar da janela do seu quarto um tempo depois.

Se Daniel não tivesse aparecido, segundos antes, Donna teria se lançando daquela janela.

— O que você tentou fazer?! Como pôde?! — Seu irmão chorou enquanto a observava e sacudia pelo seu ato anterior. Em seguida, ele a abraçou, temendo perdê-la definitivamente.

Em seus braços, Donna finalmente teve alguma reação e começou a chorar.

Chorou por não ter conseguido se atirar antes que seu irmão aparecesse.

Seus pais os encontraram minutos depois.

Colocaram proteção em sua janela para que ela tivesse menos risco e tiveram outros cuidados, mas não adiantou muito.

Tomada pela insatisfação, Donna tentou alcançar uma faca na cozinha em um dia qualquer. A empregada tentou intervir, mas acabou ferida no ombro. Assim que a garota fez os primeiros cortes no pulso, seu irmão apareceu e Donna o amaldiçoou mais uma vez por impedi-la.

A família Henderson já não suportava aquela situação, então Noah tomou uma atitude drástica.

— Será melhor se Donna for internada.

— Não faça isso, Noah. Ela vai sofrer tanto longe de casa. — Marjorie soluçou após ouvir as palavras do homem e ele a abraçou, consolando-a.

— Também lamento por isso, querida, mas é o único jeito de proteger Donna. Ela está no meio de uma depressão severa. Representa um risco para si mesma. Já não suporto ver minha filha definhar daquela forma e não fazer absolutamente nada quanto a isso. — suspirou. — Ademais, ela estará segura na clínica. Será bem tratada.

— Sei que você está certo, mas ela não vai aceitar.

— Imagino. — Noah lamentou.

Daniel não sabia do plano dos pais, mas não interviria se soubesse. Mesmo que amasse Donna, sabia que ela precisava de ajuda.

O jovem via sua irmã com uma vítima. Sentia muito pelo estado em que ela se encontrava e imaginava que deveria protegê-la. Marjorie optou por não revelar o que Donna fez contra Alan, apenas deixando claro que o garoto se rebelou contra o pai e falou mentiras, para que aquela imagem imaculada de Donna permanecesse no pensamento do irmão. Não queria ver o olhar de decepção do próprio filho sobre a irmã, então escondeu muitos fatos dele. E esconderia mais se fosse preciso, mesmo que Noah a condenasse por isso.

E Daniel apenas se sentia incapaz ao ver Donna tão destruída.

Ele chegou mais cedo da universidade ao ponto de ver a garota em seu quarto, parecendo pacífica sobre a cama.

Marjorie e Noah entraram no quarto naquele momento. E estavam acompanhados por algumas pessoas desconhecidas.

Daniel franziu o cenho e Donna se sentou na cama, atordoada diante do que estava vendo.

— O que é isso?

— Donna precisa de ajuda, Daniel. — Noah engoliu em seco; os olhos cheios de lágrimas.

Daniel sentiu a primeira lágrima cair no instante que os profissionais se aproximaram da irmã.

Ele viu Donna aos gritos enquanto era levada por aquelas pessoas.

— NÃO! NÃO! NÃO ME LEVEM! — se debatia em desespero. — Não! Mamãe! Papai! Não deixem que me levem. Daniel! Ajude-me! NÃO!

Ela foi sedada, instantes depois, e colocada dentro de uma espécie de ambulância.

— Não chore, meu amor. Ela será bem cuidada na clínica. — Marjorie abraçou o filho, que parecia desolado.

— Entendo. É para o bem dela, mas não me conformo em vê-la naquele estado, mãe.

— Imagino. — Noah se aproximou, espalmando o ombro do filho. — Mas será melhor assim. Donna representa uma ameaça para si mesma e para outras pessoas, infelizmente. A empregada se feriu naquele dia e você viu o estado da sua irmã quando a impediu de atentar contra a própria vida outra vez.

— Sim, eu vi. — Daniel estava desolado enquanto encarava a ambulância.

Noah entrou no veículo segundos depois junto com sua mãe.

— Voltaremos em breve.

— Mas sem minha irmã dessa vez. — ele lamentou, vendo o carro se distanciar.









MARATONA 2/7












Beijos RoubadosOnde histórias criam vida. Descubra agora