Aquela era uma bela manhã de sábado.
Uma leve brisa abraçava o ambiente e o tornava agradável.
O garoto de cabelos loiros observava a vastidão de rosas no jardim enquanto seus pais estavam em uma reunião com a família Henderson; eram grandes parceiros de negócios e amigos íntimos desde muitos anos.
Alan não gostava de estar por perto quando eles conversavam. Era entediante demais para ele. Sentia-se deslocado no meio das outras crianças bem vestidas, mesmo que também se vestisse da mesma forma.
Mas sozinho ele não precisava forçar sorrisos. Não precisava sorrir quando Marjorie Henderson mencionava a beleza de Donna e tentava forçar a menina a conversar com ele.
Mesmo tendo apenas sete anos de idade, Alan detestava tudo aquilo.
Por que não podia ser como as crianças normais?
Com um olhar perdido, não viu quando um garoto de sua idade se aproximou por trás, com a clara intenção de lhe dar um susto.
Alan estava distraído demais para perceber, então o menino de cabelo escuro como carvão gritou, surgindo em sua frente.
— Seu merdinha! — Alan gritou com o susto.
As bochechas de Daniel Henderson coraram, provocando um sorriso no outro garoto.
— Merdinha?! Onde você aprende essas coisas? — o menino estranhou que uma criança falasse daquela forma, mas Alan apenas encolheu os ombros.
— Ouvi uns meninos mais velhos da escola dizendo.
— E então aprendeu? — Daniel sentou-se ao seu lado naquele banco, vestido quase da mesma maneira que Alan. — Se o seu pai descobrir...
Mesmo que Daniel fosse seu melhor amigo, Alan destoava dele. Em muitas coisas, na verdade, mas gostava do menino gentil ao seu lado. Perto dele não precisava fingir o quanto ser filho de um magnata exigente o incomodava. Daniel era gentil e obediente ao extremo, mas no fundo tinham muitas coisas em comum.
— Papai irá puxar minhas orelhas. Ou deixará isso a cargo da governanta. Sorte que Claire gosta de mim.
— Sim, ela gosta. Mesmo que você seja um moleque estranho às vezes. — Daniel brincou, socando o ombro do seu amigo levemente.
Alan riu, encarando as rosas.
— Você acha que seu pai vai se casar de novo? — Daniel tocou no assunto, ganhando um olhar de Alan.
— Hm, acho que não.
— Você gostaria de ter uma madrasta?
— Não sei. Se ela não for como a mamãe, sim.
Com o cenho franzido, Daniel se calou por alguns instantes. Ele sabia que a mãe de Alan era ausente. Tinha o abandonado há quase dois anos por algum motivo que ele não compreendia muito bem. Em suas conversas com Alan, tinha chegado à conclusão de que nem ele mesmo entendia, mas sabia que aquilo deixava seu amigo chateado.
Mas ele ainda não imaginava que...
Alan sabia de tudo.
De todos os detalhes por trás do desaparecimento de sua mãe.
O menino tinha visto com os próprios olhos a mãe com um homem que não era seu pai; com um completo estranho no quarto dela. Pela porta entreaberta, viu os corpos nus sobre a cama... movimentando-se de maneira estranha; ruídos esquisitos.
Seus olhos não compreenderam aquela cena até ser velho demais para ter ideia.
E então... seu pai o empurrou para o lado e entrou naquele quarto de maneira abrupta.

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Beijos Roubados
Storie d'amoreFilho de alguém rico e influente de Illinois, Alan Gustafson não se encaixava na imagem de garoto certinho e não fazia muito esforço para mudar isso, mesmo que ainda se importasse com o julgamento do seu pai exigente. Quando ele conheceu a humilde L...