26. Can't Fight This Feeling (P.t. 1)

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"Não consigo mais lutar contra este sentimento

E ainda assim estou com medo de deixá-lo fluir

O que começou como amizade se tornou mais forte

Só gostaria de ter a força para demonstrá-lo"

Can't Fight This Feeling - REO Speedwagon

Can't Fight This Feeling - REO Speedwagon

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27 de Abril, sexta-feira

Cecília se encontrava sozinha em um dos camarins, sentada, com o rosto escondido entre os braços sobre a mesa de frente para o espelho. Já estava cansada mentalmente de tantos pensamentos confusos nos últimos dias, mas, depois daquele dia, sentia-se mais desgastada do que nunca.

Ficou naquela posição por alguns minutos, até sentir o braço latejar um pouco. Ela olhou para o mesmo e suspirou. O machucado, que adquirira de tanto repetir a cena em que caía morta no palco, havia piorado depois das longas horas de ensaio naquela tarde. Não era nada grave, mas mesmo assim a incomodava. Cecília não encontrara nada ali que pudesse passar em seu braço, e tudo o que pôde fazer foi lavar a região com um pouco de água da pia em um dos banheiros.

De repente concentrou-se em seu reflexo no espelho, e várias dúvidas começaram a rondar em sua mente.

Quem ela era? O que estava fazendo naquele lugar? Qual era o sentido de tudo aquilo?

Não queria começar a ter uma crise existencial, não ali. Mas foi impossível não se perguntar tais coisas depois de um dia daqueles, depois de tudo que vinha acontecendo com ela naqueles meses. Às vezes ela não se reconhecia; tinha dias em que se perguntava qual era o sentido de todos os seus esforços e o porquê estava fazendo aquilo, sem encontrar nenhuma resposta.

Ela amava aquilo e queria continuar seguindo atrás daquele sonho, mas por que tudo parecia tão errado às vezes?

Em momentos como aquele, ela só conseguia se sentir ainda mais perdida e sozinha.

Sozinha, estava mesmo assim? Se sentiria daquele jeito para sempre?

Ela olhou ao redor, para o camarim cheio de coisas espalhadas. Lembrou do lugar em que esteve na semana passada, um pouco diferente daquele em que estava agora, mais colorido e alegre, menos quieto e solitário. Mais imagens vieram, daquela noite, lembrando-a que ainda havia mais para resolver antes que aquele dia chegasse ao fim.

Eram seis da tarde, e ela ainda não tinha ideia do que faria.

A livraria provavelmente ainda estava aberta, mas não estaria mais quando ela chegasse até o local. O ensaio demorara demais novamente, e ela ainda enrolou um pouco mais ali, naquele camarim, com pensamentos que não a levavam a lugar algum.

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