Eu não estava acreditando no que estava acontecendo, ainda mais porque envolvia meu filho e seus amigos; os clientes pedindo as contas, aquilo me deixou irado. Quando cheguei com os seguranças, já estava com meu sangue fervendo.
— O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?!— perguntei nervoso.
— Pai! Eles estavam...
— Zitto! (Cale a boca) — não deixei Giuliano me explicar, dando-lhe um olhar reprovador; afinal, independente do que fosse: "O cliente sempre tem razão" para quem lida com comércio; embora, sinceramente, não acho, mas eu tinha que resolver aquela situação da melhor maneira.
— Senhores, o que aconteceu? — antecipei-me aos clientes, porque nessas horas é bom ouvir os que eles tinham a dizer.
— Muitos simples, este garçonzinho de quinta categoria me empurrou da cadeira sem nenhum motivo.
— Pai, mentira! Eles ofederam a Jamille! — disse meu filho tenso. — Sono dei piantagrane!(Eles são desordeiros!).
— Zitto! — falei.
Eu ouvia todos argumentos estapafúrdios de todas as partes; repreendi Giuliano e depois disse que conversaria com ele e seus amigos; pedi desculpas aos clientes, era o que se tinha a fazer naquele momento:
— Senhores, desculpe-me por qualquer inconveniente que isso possa ter causado.
— Eu quero a demissão deste funcionário de merda! — disse-me um rapaz topetudo muito alterado, não se ligando de quem falava, era meu filho.
Apenas ouviu...
— Embora entendamos que não podemos desfazer o inconveniente que o senhor sofreu, aceite como cortesia, pagar a metade da conta de vocês como uma expressão de nosso pesar que isso tenha ocorrido. — foi o que tinha a ser feito.
— Não queremos esmola do senhor! Quero justiça! Quero que esse babaca seja despedido! Mas nós ficaremos aqui e continuaremos nosso jantar, que não é barato.
— Senhor, como queira, será um prazer. — menti. — Lamento informar que não poderei fazer isso agora; no caso, despedi-lo, pois tenho falta de um funcionário.
— Este é um restaurantizinho mesmo! Isso é uma pocilga! Aff! — falou o topetudo.
Na hora, eu tive vontade de socar a fuça daquele figlio di puttana!(filho da puta!).
— Senhor, de qualquer forma, isso nunca deveria ter acontecido, por favor, aceite nossas desculpas. — falei e saí puto da vida, mas com cara de "bom amigo".
Fui à mesa dos clientes que ainda restavam, pedindo desculpas e dizendo que isso nunca havia acontecido e que jamais aconteceria novamente, foi deveras humilhante.
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OLHARES (NOVELA HOMOAFETIVA)
Fanfiction"Atitudes valem mais do que duas mil palavras. E alguns olhares valem mais que quinhentas declarações de amor." Clarissa Corrêa Dois seres completamente diferentes no modo de pensar e de agir que em um dado momento, seus olhares se encontram e veem...