SEXTA-FEIRA AINDA À NOITE
BÚZIOS
NA RUA DAS PEDRAS
"Rique olhou assustado, enquanto via Giuliano sair do bar em que fora, caminhando sorridente em sua direção; mas de repente o sorriso sumiu, parando com os dois copos nas mãos, deixando-os cair sobre o chão de mosaico de pedras cinzentas da calçada."
(...)
No mesmo instante em que os copos se espatifaram na calçada em que estava Giuliano em frente e, do outro lado da rua; André virou-se em direção ao barulho que para seu espanto e ódio viu o italiano. O grandão ainda tentou desviar a atenção do "amigo", tentando responder...
— André, tô na casa de um...
André bruscamente o interrompeu, sem querer ouvir.
— Caralho, Rique! É o maldito do carcamano de merda.
— Brou, deixa pra lá, o cara só deve tá se divertindo com os amigos, vai encrencar aqui também? Deixa o cara! — tentou desvencilhar. — Isso já foi há muito tempo. Se liga!
— Só se foi pra você, mas pra mim, não! Não consigo me esquecer daquela humilhação! Pro caralho, Rique!
André saiu em direção onde Giu estava; Rique ainda tentou segurá-lo, ato que não conseguiu êxito e de imediato o seguiu, vendo o italiano tenso.
(...)
— Ora, seu otário, eu sabia que um dia te encontraria de novo! — exaltou-se André, chegando próximo como um leão raivoso.
— Coé, cacatua ambulante. — Giu não se intimidou. — Não chegue tão perto, ou recebe outro soco de novo. Gostou, né? Vá se foder!
— Muito valentão, carcamano de merda! Tô morrendo de medo, babaca!
— Pare, André! Deixa o cara em paz! — ordenou Rique.
André colocou a mão no queixo como estivesse pensando maliciosamente e soltou:
— Peraí, cês estão juntos aqui? Como não imaginei... — disse de supetão. — Agora, tô entendendo tudo! Pensam que não vi? Quando cês tavam segurando as mãos na mesa do Shopping? Nunca que iria imaginar... — começou a rir nervosamente. — Como não percebi? Que idiota fui...
— Cê tá louco? Cheirou cola? Cê não viu nada demais, apenas um agradecimento e um pedido de desculpas, porra! — exclamou Rique tentando ser convincente, pois não estava gostando nada do rumo daquela conversa.
— Ah tá... agora tô entendendo tudo? — continuou André, insinuando algo. — Aquilo lá era um encontrozinho romântico, puta que pariu! — riu novamente. — Era isso!
— Porra, cara, cê tá precisando de um médico! — falou e pensou rápido. — Claro que era encontro pra desfazer a confusão que fizemos, eu lhe falei lá mesmo, porra! — exclamou Rique. — De onde cê tira tanta merda?
— E por que mentiu, ou melhor, me ocultou naquele dia? Cê é viado, Rique? Tão se comendo? — questionou André com fúria. — Responde!
— Vá pra puta que te pariu, escroto! — enfurecido Giu. — Filho de chocadeira, puto!
— O quêeeeee? Filho do que cê me chamou? — perguntou irado André ao italiano e partiu para cima, mas Rique ainda o segurou, vendo pessoas que iam se aglomerando.
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OLHARES (NOVELA HOMOAFETIVA)
Fanfiction"Atitudes valem mais do que duas mil palavras. E alguns olhares valem mais que quinhentas declarações de amor." Clarissa Corrêa Dois seres completamente diferentes no modo de pensar e de agir que em um dado momento, seus olhares se encontram e veem...