NO CATIVEIRO...
— Que lugar horrível e fedido, puta que pariu! Que nojo! — disse Vini. — Olha como tamos fazendo nossas necessidades! Me sinto até envergonhado...
— Tava pensando em hotel cinco estrelas? Isto é um sequestro. — falou Rique. — Desencana, cara! Cagar e fazer xixi, a gente faz em qualquer lugar; mas vê se faz longe de mim. — sorriu.
— Não sei como cê ainda tem calma pra me sacanear.
— E quem disse pra você, que tô calmo! Mas, Vini, tente ficar um pouco sossegado, cê tá muito aterrorizado! Eu sei que é difícil pra caralho, ainda mais aqui.
— Tá difícil pra caramba! Cê mesmo tá agitado.
— Eu sei, mas tô esperançoso, confia! Deixa eu ver sua ferida.
— Não foi nada demais, o filha da puta colocou a ponta da faca ou canivete... sei lá, bem aqui do lado, machucou e sangrou um pouquinho, só uma dorzinha no local, mas graças a Deus só foi a pontinha, mas me sinto fraco. Porra, bateram muito na gente, vão pro caralho!
Rique concordou contorcendo-se.
— A única coisa que penso, são nos nossos amigos e familiares que devem tá apavorados e o Giu? Meu Deus! Deve estar destroçado, só de pensar, eu me entristeço; mas ele mesmo assim saberá o que tem de ser feito. — disse Rique.
— Eu penso em Eg e na minha vó... Mas vem cá... Saberá fazer o quê?
— Sabe, Vini, cê pode não acreditar no que vou te falar; eu até duvidei no momento, mas depois com tudo que aconteceu, eu acredito. — disse ele meio distante, seus olhos não brilhavam. — Eu fui avisado!
— Como assim? Avisado de quê?
— A cigana Esmeralda, que eu e Giu conhecemos em Búzios, me preveniu que isto poderia acontecer: o primeiro foi a agressão a Vida; o segundo comigo agora... Talvez eu pudesse ter mudado tudo isso.
— Qual é, Rique, pirou? Cigana? — não acreditou. — Mas mudando de assunto, cê imagina quem mandou fazer isso com a gente?
— Sinceramente, eu desconfio de que tem dedo de André, Rubens, Paolla, Paty e Úrsula. Sei lá!
— André, Rubens e Paolla, tudo bem; mas a Paty e Úrsula? Não acredito. — comentou Vini. — Cê vai me desculpar, até sua mãe eu desconfio, ela é osso duro de roer...
— Acho que ela não teria coragem, poxa, sou seu filho!
— Ah, Rique, nunca se sabe. — Rique ficou pensativo. — E cê acha, que nós vamos sair daqui com vida? — perguntou Vini.
— Eu acredito...
— Por que cê fala assim com tanta certeza?
— Eu não te contei, coloquei GPS nas alianças do meu noivado.
— Não acredito! Isso não existe! Cê tá blefando pra me deixar calmo.
— Eu blefando? Olhe pra minha cara!
— Mas não tô vendo aliança nenhuma no seu dedo!
— Claro, né! Assim, quando távamos sendo sequestrado, eu tirei a aliança e coloquei no bolso... Então, eles não sabem disso, porque eles estavam preocupados em nos sequestrar.
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OLHARES (NOVELA HOMOAFETIVA)
Fanfiction"Atitudes valem mais do que duas mil palavras. E alguns olhares valem mais que quinhentas declarações de amor." Clarissa Corrêa Dois seres completamente diferentes no modo de pensar e de agir que em um dado momento, seus olhares se encontram e veem...