No camarote em que Handhal alugara, tudo era só felicidade, entretanto estavam menos agitados, exceção à Jamille que estava com a corda toda. É claro, eles extravasaram tudo que podiam e ainda sobrava gás para o fim da madrugada.
Ficaram jogando conversa fora, enquanto a pista fervia no andar de baixo em sons variados entre indie, rock, hip-hop, electropop, eletrônico, batidas de funk misturadas ao pop gringo, pagode retrô...
— Nossa tô pra lá de Bagdá! — Giuliano. — Como queria a minha caminha agora!
— Larga de ser frouxo! — disse Jamille. — Qué colinho, qué? Vem aqui pro colinho da mamãe, vem! — toda desengonçada tentando puxar Giuliano, fingindo que iria beijá-lo.
— Jamille, não paramos nenhum instante! — falou Handhal. — Mas que a madrugada tá maravilhosa, isso tá.
— Este chato aqui, — Antonella segurou Handhal. — queria ficar o tempo toda na minha cola. "Dio Santo!" — disse com carinha dengosa.
— Eu na sua cola? Cê tá muito convencida, garota! — Handhal com o sorriso bobo.
— Mas, não fui eu, quem pediu pra namorarmos de hoje em diante. — disse Antonella, comunicando a todos.
— Tão de sacanagem? Hellôo... Para tudo! Eu já pensava que já "ficavam". — debochou Jamille, fazendo aspas.
Todos riram, abraçaram e beijaram o novo casal.
— Maninha, já era tempo de desencalhar, parabéns por ter arrumado um trouxa. — e novamente abraçou Handhal. — Quero ver, é encarar a fera do seu Giuseppe.
— Vai ser babado, já vejo tio Giuseppe, fazendo aquele trololó. — falou Jamille na maior zoeira.
— Que nada, tá de boa ... Giu, olha como cê fala com seu cunhado, hein, abestado! —disse-lhe Handhal feliz da vida.
— Handhal? Se cunhado fosse bom, não começaria com "Cu"! Se liga, hein? — Giuliano disse dando uma baita gargalhada.
— Ah tá Giu, não querendo ser chata sendo, até que fim que o seu humor mudou. — disse Jamille, levantando as mãos para o céu. — Já tava bolada com você.
— Eu, hein? Isso é fruto de sua imaginação! Tô bem, sacô? Vai ficar me gastando agora? Aê se liga, tô bem pra caralho!
Jamille sentira que o amigo não estava bem desde do ocorrido no restaurante, mas nesse momento, fingiu que deixara para lá, por ter percebido a voz irritada de Giuliano.
— Que tal voltarmos para pista? — perguntou Jamille, animando o pessoal. — Porque quando começamos numa danceteria, a esta hora ficar de papinho, soninho aqui, soninho pra acolá, parece lero de velório e eu "não gosto de velório, só vou no meu, amadinhos, porque não tenho opção!" — gargalhou, bebericando mais um copo. — Bora, bora, bora... bando de lesados!
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OLHARES (NOVELA HOMOAFETIVA)
Fanfiction"Atitudes valem mais do que duas mil palavras. E alguns olhares valem mais que quinhentas declarações de amor." Clarissa Corrêa Dois seres completamente diferentes no modo de pensar e de agir que em um dado momento, seus olhares se encontram e veem...