O fim do mundo

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Tokio - Madruga

Sentado numa poltrona confortável, em seu quarto, ele bebia a segunda garrafa de vinho branco que havia pego na adega do pai. Mais uma vez passaria a noite se remoendo pensando em tudo o que havia acontecido nos últimos anos de sua vida, que o fizeram chegar nessa situação, sozinho, sem amigos, largado pela própria família, trancafiado em casa, assombrado pelo espírito dela, da culpa.

Ele já não aguentava mais viver naquela farsa. Todo santo dia recebia aquelas malditas cartas com mensagem enigmáticas, o fazendo relembrar da noite do acidente. De tão recheadas de detalhes sobre a noite do acidente e sobre a sua própria vida, Code já estava começando a acreditar que alguém muito próximo a ele as estava enviando. As vezes, em sua paranóia, achava até que poderia ser a própria Delta, se a mesma não estivesse morta.

O ruivo não sabia o que era paz faz tempo. A cada entrevista que era obrigado a dar para à imprensa por seu pai, Code precisava se esforçar para decorar a história a ser contada. Sabia que não aguentaria mais essa pressão por muito tempo, estava a ponto de explodir e isso não demoraria muito.

A equipe do Uchiha tinha encontrado o corpo do manobrista que havia lhe entregue o carro naquele dia do acidente que culminou com a morte da Delta e a prisão em um centro para menores infratores, de Boruto que afim de ajuda-lo tinha assumido a culpa por tudo e sido julgado e condenado em seu lugar.

"Merda! PQP... você era meu brother, cara! E eu fodi com a tua vida!"

Code resmungou já bastante embriagado ao se recordar dos tempos de farra ao lado do loiro. Boruto foi seu único amigo de verdade. O único que realmente se importava com ele. O Uzumaki, o enxergava como outro garoto qualquer, sendo também filho de político, se identificava com os problemas do ruivo. Divertiam-se e apoiavam-se mutuamente, até aquela fatídica noite do acidente, quando, muito bêbado e chapado, Code perdeu o controle do carro, capotando-o, Delta perdeu sua vida, e Boruto perdeu sua liberdade provisoriamente, além de sua sanidade mental.

"Aí brother! Não sei ...como... nem quando... mas eu vou consertar essa merda toda! Um brinde á você, velho amigo"

(...)

Konoha

Já se passavam das duas da manhã e ele simplesmente não conseguia dormir. A cabeça latejava por causa das lágrimas derramadas na despedida dos amigos e também por conta de algumas cervejas em excesso.

Deitado em sua cama, o loiro repensava em todos os fatos de sua vida que culminaram com a sua partida amanhã para essa praia no fim do mundo.

Havia sido um otario ao tentar ajudar, sem pensar nas consequências que isso lhe traria, uma pessoa que considerava um amigo, que lhe virou as costa na primeira oportunidade. Estava feito, não tinha mais volta, havia sido condenado por homicídio culposo e lesão corporal em crime de trânsito.

Graças ao ótimo trabalho de Dr Shikamaru, a grande influência política de seu pai e aos esforços de Sasuke, havia sido sentenciado a pena mínima e conseguido cumprir apenas a metade em regime fechado.

Viveu o verdadeiro inferno naquele lugar, durante as primeiras semanas, só não tendo sido morto de tanto apanhar, porque o Uchiha conseguiu infiltrar um de seus agentes para protegê-lo durante o tempo em que cumpriu o restante da pena.

O loiro suspirou, agora, dois anos depois, maior de idade, sua pena poderia ser alterada ou até aumentada, em um novo julgamento, presidido por um juiz corrupto, que fora comprado pelo Senador. E para fugir do risco de ser morto em uma cadeia de verdade, estava sendo obrigado a largar tudo, deixar pra trás sua vida, sua família, e principalmente deixar para trás sua garota.

10 Coisas que eu amo em você #BorusaraOnde histórias criam vida. Descubra agora