Capítulo 18

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ANAHÍ

Alfonso está dormindo, e eu aproveito para levanta. Pego um café na cantina e dou uma olhada no meu pai. Ele está dormindo também. É possível que durma o dia todo. Com relação ao derrame, cada caso é um caso. A enfermeira disse que o médico só deve examiná-lo em duas horas.

Meu telefone está ficando sem bateria. Eu estou ficando sem bateria. Preciso de um banho, comida e uma escova de dentes. Preciso de roupas de cima e de baixo. O plano original era Abigail me levar para fazer as malas em casa. Alfonso deve ter pensado que a melhor maneira de me enfiar no avião era me drogar no carro e decolar sem hesitação.

— Pode me ligar se ele acordar antes de eu voltar, ou se o médico chegar mais cedo? — peço à enfermeira, e entrego a ela meu cartão.

Ela assente e sorri.

Falta pouco para as seis da manhã, cinco horas em Minnesota. Tenho que encontrar alguém para cuidar dos meus bebês. Eles vão precisar de água e comida em breve, mas não quero telefonar para ninguém a essa hora, é muito cedo.

Alfonso Herrera não está na sala de espera quando eu volto. Talvez tenha ido buscar café. Talvez eu tenha falado demais, e ele foi embora. Não me arrependo de nada. Ouvi o conselho sábio do meu pai e contei a Alfonso o que sinto. Então, se ele não sabe lidar comigo apaixonada por ele, é melhor fugir mesmo.

Antes de a bateria do celular acabar completamente, envio uma mensagem para ele.

EU: Vou sair para tomar um banho e comer. Cadê você? Se está voltando para Minnesota, obrigada de novo.

Aperto o botão do elevador.

— Fui ao banheiro no fim do corredor.

Sorrio ao ouvir a voz atrás de mim.

— Não estou voltando para Minnesota — ele conclui, como se minha dedução fosse muito absurda.

Viro e dou de ombros.

— Eu não te criticaria por isso.

A porta do elevador se abre. Alfonso segura minha mão e me puxa para dentro da cabine. Gosto de como minha mão é pequena na dele. Gosto de como ele faz questão de segurá-la, enquanto segura e maneja o celular com a outra mão.

— Tem gente que depende de você, eu sei que não pode ficar. Devia ir para casa. — concluo.

Ele continua olhando para a tela.

— Tenho a sensação de que está tentando se livrar de mim.

— E eu de que você está com pena de mim.

— De jeito nenhum. — Alfonso me puxa para fora do elevador quando chegamos ao térreo.

— Vamos pegar um táxi para a casa do meu pai. Podemos usar o carro dele para comprar umas roupas e objetos de higiene pessoal para mim. — comento.

— O sedã vermelho é meu. — Ele aponta para o carro parado na frente do hospital.

— Seu?

— É, aluguei. — Ele abre a porta para mim. — Vamos comprar as roupas e voltar para o hotel, é mais perto, a menos que precise ir à casa do seu pai agora.

Balanço a cabeça, dispensando.

Uma hora depois, chegamos ao hotel com as coisas de que precisava e comida para viagem, apesar de Alfonso ter insistido em me levar para comer em um lugar melhor. Eu só queria tomar um banho e voltar ao hospital.

— Vou tomar uma ducha — aviso, depois de comer metade do meu sanduíche. — Ah... — Viro pouco antes de chegar à porta do banheiro. — Tentei mandar mensagem para o dono do apartamento que alugo, então, se meu celular tocar, será que pode atender? É possível que o hospital também ligue.

Razões & Emoções -Adapt AyA [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora