Capítulo 14

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ANAHÍ

— Você está linda, alegre. Como vai o braço? — A Dra. Hamilton sorri quando as portas do elevador fecham.

— Curado. E eu estou sempre alegre. — Olho para o visor digital onde os números vão aumentando, mas sinto os olhos dela em mim.

— Está cantarolando um pouco mais alto que de costume.

Olho para ela.

— Você me ouve cantarolar?

Ela ri.

— Todo mundo ouve. Resmungamos o dia todo, você cantarola. Precisa me contar o que coloca no seu café da manhã, estou precisando.

Hoje de manhã tomei uma dose de fantasia by Alfonso com o café, mas não sei se quero contar isso para ela.

— Esse sorriso não sai mais do seu rosto. Tem alguma coisa a ver com aquele meu vizinho?

A porta do elevador abre, e eu saio dele.

— Você nunca vai saber. — respondo sorrindo.

Quando estou a caminho da minha primeira consulta, que é um paciente de câncer que está fazendo quimioterapia, envio uma mensagem para Alfonso.

EU: Bom dia :)

Quando estou abrindo a porta do consultório, o celular vibra.

Alfonso: Bom dia.

Sorrio e guardo o telefone no bolso. Se ele estivesse arrependido da noite passada, teria ignorado minha mensagem.

A animação provocada por essas duas palavras torna minha manhã linda, exceto pelas duas ligações de Alex. Deixo a ligação cair na caixa postal duas vezes, mas ele não deixa recado. Dei tudo que tinha, e agora não tenho obrigação nenhuma com ele.

Quando entro no edifício de Alfonso Herrera, Advogado, passo devagar pela frente do escritório para ver se ele está lá dentro. Dalila olha para mim e sorri, mas o escritório atrás dela está vazio. Aceno e continuo andando para o elevador, desapontada por não ver Alfonso.

Destranco a porta, desligo o alarme e acendo a luz.

— Opa... — Tem um enorme buquê de flores em cima da minha mesa. Deixo a bolsa na cadeira e procuro um cartão entre as flores, mas não tem nada ali.

Alfonso? Deve ser. Ninguém mais pode entrar aqui.

Sorrio, sentindo um calor que me inunda da cabeça aos pés. Não consigo lembrar a última vez em que alguém me mandou flores. Alexander era muitas coisas, mas não era o tipo de cara que mandava flores. Na época, eu não me incomodava com isso porque não me considerava o tipo de mulher que se importava com flores. Mas agora, com esse buquê lindo em cima da mesa, tenho certeza de que flores são, oficialmente, meu presente favorito.

EU: Obrigada.

Leio a mensagem antes de enviar, considerando a possibilidade de usar em emoji de coração e talvez um "bj", mas não sei se já chegamos nisso. A última coisa que quero é assustá-lo com um emoji. Usava muitos emojis de coração com Alex, é estranho usar a mesma coisa com Alfonso. Escolho uma carinha sorridente e mando a mensagem.

Alfonso: De nada.

Esse sorriso só sairá do meu rosto hoje se alguém arrancar com um martelo e um formão.

•••

— Oi.

Levanto os olhos do chão coberto com as partituras musicais que estou organizando depois da saída do último cliente.

Razões & Emoções -Adapt AyA [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora