ALFONSO
— Você tem que ir. — Contrariado, tento vestir a mulher nua esparramada em minha cama.
Tem roupa de cama por todos os lados – travesseiros metade na cama, metade sobre o criado-mudo, o edredom está no chão ao pé da cama, os cobertores estão embolados ao lado dela, o lençol de elástico se soltou em dois cantos do colchão, e o lençol de cima enrola a mulher que está deitada de bruços, dormindo. Suor, sexo e seu shampoo frutado disputam a primazia dos cheiros no quarto.
— Any... — Puxo o lençol, mas ela está enrolada nele. Como isso aconteceu? Sorrio.
Eu sei como aconteceu.
Ela solta os braços e os estende sobre o colchão, como se fizesse um alongamento caprichado. Mas, em vez de relaxar, os dedos agarram o colchão como se ela estivesse pendurada na beirada do telhado de um prédio alto.
— Any?
— Não vou me mexer — ela resmunga com o rosto sobre o colchão.
— Não pode ficar.
— Que horas são? — Ainda não se mexe.
— Quatro.
Ela geme.
— Me acorda em duas horas.
Suspiro e passo a mão na cabeça, no cabelo que foi puxado e acariciado nas últimas quatro horas.
— Tony acorda às seis.
— Ótimo, eu faço café para todo mundo.
Suspiro frustrado.
— Eu falei para ele que não teria sexo.
— Que pena para você. — O corpo sexy treme quando ela ri em silêncio.
Quero cravar os dentes na curva sexy da bunda exposta e foder essa mulher até ela perder os sentidos, para deixar de ser teimosa e dar risada da minha situação.
Chego um pouco mais perto. Hmm... Parece que meus dentes já deixaram marcas naquela bunda. Ela merece.
— Anahí...
— Estou ficando com frio. — Ela vira a cabeça para o lado e abre um olho. — Pega um cobertor e vem me esquentar com esse seu corpo quente e sem roupa.
— Vai ter que sair escondida pela escada dos fundos às seis em ponto. — Pego um cobertor do chão e começo a puxá-lo para a cama.
— Aham... calor do corpo pelado. — Ela sorri.
Tiro a cueca e nos cubro com o cobertor.
Ela se livra do lençol e me abraça com o corpo inteiro. Depois de calar aquele cantarolar persistente três vezes, desisto e aceito o ruído como uma canção de ninar.
•••
Bam! Bam! Bam!
— Pai, não acho o outro pé de meia. Por que a porta está trancada? Você nunca tranca a porta.
Abro os olhos e sento na cama com um movimento brusco. Anahí senta ao meu lado mais lentamente, esfregando os olhos.
Crec! Crec! Crec!
Ele já está encaixando a cópia que fica em cima da porta na fechadura. Como ele conseguiu tirá-la de lá tão depressa?
— Anthony, não entra...
A luz do corredor nos ofusca e a silhueta dele aparece na soleira, uma das mãos segurando um pé de meia. Anahí puxa o cobertor sobre o peito nu, mas acho que ele já viu. Talvez não. Talvez esteja escuro demais aqui dentro. Merda. Espero que esteja escuro aqui dentro.
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Razões & Emoções -Adapt AyA [Finalizada]
RomanceAlfonso é um advogado sério e metódico, que vive amargurado por um passado trágico e dedica seus dias ao seu filho de 12 anos que tem um leve caso de Síndrome de Asperger. Atualmente, Alfonso está precisando de um novo inquilino para seu prédio come...