Capítulo 21

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ALFONSO

— Você tem que ir. — Contrariado, tento vestir a mulher nua esparramada em minha cama.

Tem roupa de cama por todos os lados – travesseiros metade na cama, metade sobre o criado-mudo, o edredom está no chão ao pé da cama, os cobertores estão embolados ao lado dela, o lençol de elástico se soltou em dois cantos do colchão, e o lençol de cima enrola a mulher que está deitada de bruços, dormindo. Suor, sexo e seu shampoo frutado disputam a primazia dos cheiros no quarto.

— Any... — Puxo o lençol, mas ela está enrolada nele. Como isso aconteceu? Sorrio.

Eu sei como aconteceu.

Ela solta os braços e os estende sobre o colchão, como se fizesse um alongamento caprichado. Mas, em vez de relaxar, os dedos agarram o colchão como se ela estivesse pendurada na beirada do telhado de um prédio alto.

— Any?

— Não vou me mexer — ela resmunga com o rosto sobre o colchão.

— Não pode ficar.

— Que horas são? — Ainda não se mexe.

— Quatro.

Ela geme.

— Me acorda em duas horas.

Suspiro e passo a mão na cabeça, no cabelo que foi puxado e acariciado nas últimas quatro horas.

— Tony acorda às seis.

— Ótimo, eu faço café para todo mundo.

Suspiro frustrado.

— Eu falei para ele que não teria sexo.

— Que pena para você. — O corpo sexy treme quando ela ri em silêncio.

Quero cravar os dentes na curva sexy da bunda exposta e foder essa mulher até ela perder os sentidos, para deixar de ser teimosa e dar risada da minha situação.

Chego um pouco mais perto. Hmm... Parece que meus dentes já deixaram marcas naquela bunda. Ela merece.

— Anahí...

— Estou ficando com frio. — Ela vira a cabeça para o lado e abre um olho. — Pega um cobertor e vem me esquentar com esse seu corpo quente e sem roupa.

— Vai ter que sair escondida pela escada dos fundos às seis em ponto. — Pego um cobertor do chão e começo a puxá-lo para a cama.

— Aham... calor do corpo pelado. — Ela sorri.

Tiro a cueca e nos cubro com o cobertor.

Ela se livra do lençol e me abraça com o corpo inteiro. Depois de calar aquele cantarolar persistente três vezes, desisto e aceito o ruído como uma canção de ninar.

•••

Bam! Bam! Bam!

— Pai, não acho o outro pé de meia. Por que a porta está trancada? Você nunca tranca a porta.

Abro os olhos e sento na cama com um movimento brusco. Anahí senta ao meu lado mais lentamente, esfregando os olhos.

Crec! Crec! Crec!

Ele já está encaixando a cópia que fica em cima da porta na fechadura. Como ele conseguiu tirá-la de lá tão depressa?

— Anthony, não entra...

A luz do corredor nos ofusca e a silhueta dele aparece na soleira, uma das mãos segurando um pé de meia. Anahí puxa o cobertor sobre o peito nu, mas acho que ele já viu. Talvez não. Talvez esteja escuro demais aqui dentro. Merda. Espero que esteja escuro aqui dentro.

Razões & Emoções -Adapt AyA [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora