Capítulo 27

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ALFONSO

Acordo ofegante com essa mulher nos braços... e meu filho. Gotas de suor escorrem de minha testa por causa de um pesadelo.

Estávamos na sala de parto, e Helen estava na porta balançando a cabeça. Ela moveu os lábios para dizer "penitência", antes de desaparecer como um fantasma. Anahí fez força mais uma vez. O médico anunciou que era uma menina. Eu a beijei até sentir seus lábios flácidos sob os meus. Máquinas começaram a apitar. Todo mundo correu. O médico anunciou: "Estamos perdendo a paciente".

Na cena seguinte, eu estava ao lado do túmulo de Anahí segurando nossa bebê.

— Hummm... — ela murmura, pressionando a bunda em minha ereção matinal. — Gosto dessa mão e onde ela está — sussurra, e segura minha mão que está sobre sua barriga. — Feliz Ano Novo.

— Feliz Ano Novo. Como se sente?

— Mais ou menos. Meio enjoada.

— Comida e mais ervas. — Sento na cama e pego água e o frasco de tintura.

Ela ri.

— Isso é maconha?

— O nome certo é cannabis. Abre a boca.

Ela senta e revira os olhos.

— É mesmo, então?

— Abre. — Seguro o conta-gotas.

— Alfonso...

— Anahí, abre.

— Não enquanto não responder.

— "Não" é um "sim".

— É um não?

— Abre a boca.

— Responde!

— Eu faço minhas tinturas medicinais. É ilegal plantar maconha em Minnesota.

Ela suspira e abre a boca. Esguicho todo o conteúdo do conta-gotas.

— Eca!

Entrego a ela o copo com água.

— Bebe. E vamos providenciar alguma coisa para você comer.

— Está fugindo da pergunta. Preciso ouvir você dizer: "Anahí, não estou dando tintura de maconha para o seu bebê".

Visto uma camiseta e calça de moletom.

Nosso bebê.

— Nosso bebê. Precisa me contar como começou a plantar todas essas coisas, a fazer as próprias tinturas. Isso não combina com o jogador de futebol, o agente esportivo, o advogado.

— Sempre gostei de botânica. Na escola, fiquei encantado. Sei que atormento o Anthony por causa da obsessão por ciência e música, mas eu era obcecado por colecionar e plantar sementes, plantava tudo que cabia no espaço disponível. Espera só... em algum momento meus pais vão contar a história das cenouras crescendo no meio do jardim da frente de casa.

Anahí ri.

— Mas você é advogado.

— É, bom, as pessoas raramente fazem aquilo que amam. Fazemos o que parece sensato no momento. Eu também amava futebol, mas quando não deu certo, fiz o que parecia mais inteligente.

— Adoro ouvir sobre o jovem Alfonso. — Ela sorri e espreguiça, arqueando as costas. Vejo os mamilos salientes embaixo da camisola.

— O que está olhando?

Razões & Emoções -Adapt AyA [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora