12 - Jura?

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— Você está participando do evento? — A moça que estava com os folhetos me questiona após eu me aproximar.

— Sim. — Digo e ela me entrega outro papel.

— A dica é:  apareço em lampejo, tenho cheiro e emoções tão pouco sou um sonho ou algum tipo de ilusão sou o presente e posso ser o passado.

— Espera isso é tipo um caça ao tesouro? 

— Sim, só precisa das pistas e então vai encontrar o que veio para encontrar.

— E como isso me ajuda a descobrir minha profissão?

— Se isso vai ajudar ou não só depende de você. Afinal o que você quer?

Tão pouco sou um sonho ou algum tipo de ilusão... sou o presente e posso ser o passado.

— Memórias, é isso! — Digo alto sem perceber, olho as pessoas ao retor a algumas olham para mim com estranheza.

— Moça você tem certeza que é isso? — Me viro para me comunicar com a moça e então não vejo ninguém, ela estava bem ali. 

memórias...

Me recordo por um instante uma loja de fotografia da qual havia passado, fotos fazem parte das memórias, fotos registram momentos para que fiquem ainda mais inesquecíveis.

Volto o caminho enquanto observo cada vez mais a cidade, atravesso a cidade procurando novos locais até que me lembro do papel da qual a mulher havia me entregado, olho para o mesmo, observo  e vejo que estou próxima a loja de fotografia. 


— Bom dia. — uma mulher me recebe enquanto entro na loja, a mesma sorri e eu sorrio de volta quando digo:

— Bom dia. uma pista do evento me levou até aqui...

— Ah claro, vem comigo. — Ela diz e entra em uma sala com várias pessoas das quais umas estavam explicando um sobre o que era a fotografia desde pessoas tirando fotos.

— Se divirta, e explore.

— Obrigada.

— Para muitos fotografar artisticamente é algo que tem como objetivo expressar a emoção ou a ideia de um fotógrafo.  — Um cara meio alto de uns 19 anos diz mostrando várias fotos expostas nas paredes.

— Mas fotografia é pegar momentos de alguma coisa que você achou um sentido, e transformar em algo físico, registra o momento e quando observa o que captou se lembra de todos os sentimentos. — quando o menino acaba ele me encara e finaliza sua apresentação:

— Temos câmeras espalhadas registrem momentos aqui da forma que vocês veem. — Olho ao meu lado e tem uma câmera, penso se deveria mesmo fazer aquilo, ou se alguém pensaria ser bobo, ninguém liga para o que você faz seres humanos são individualistas, ninguém presta tanto atenção em você. Pego a câmera e miro para uma foto que eu havia visto, ao redor dela havia algumas luzes de decoração que deixavam o ambiente mais aconchegante.

Ligo o aparelho e sou guiada por uma música que começou a tocar, registro o momento e vou olhar a foto, melhor eu tirar outra por precaução, giro em direção onde estava a foto exposta e olho para a câmera para ver se estava ficando boa o ângulo, até que a imagem fica escura e uma pessoa aparece na frente da câmera.

— Acho que te atrapalhei...

— Jura? — Brinco.

— Qual o nome da garota que eu atrapalhei? 

— Lyra.

— Prazer Lyra, me chamo Yuri.

— Prazer. Trabalha aqui?  — Pergunto -o e ele sorri respondendo:

— As vezes sim, veio pelo evento? 

— Sim. — Digo e escuto uma voz no fundo da loja o chamando.

— Bom tenho que ir,  muito trabalho pela frente. Espero te encontrar por aí Lyra. — Ele termina com uma piscadela e eu fico sem jeito.

Me viro voltando para a foto que eu estava tirando e  registro fotografias de outros lugares que achei bonito, como de uma planta pequena mas com flores lindas brancas, de algumas pessoas rindo pelo local e por fim guardo a câmera onde estava, vou em direção ao caixa perguntando sobre o próximo local. 

— Aqui está o último lugar de hoje, tirou algumas fotos? — Ela me entrega outro papel de onde eu não tenho ideia do que seja.

— Sim. 

— Se quiser imprimir elas pode. 

— Obrigada.

— A pista está no folheto.

Me viro e olho para a impressora ao fundo, tento conectar a câmera mas não consigo.

— Não achei que íamos nos encontrar tão cedo. — Olho para traz e vejo Yuri rir.

— Nem eu. — Olho para o menino e depois volto a fazer o que eu estava fazendo.

— Quer ajuda? — Ele me pergunta, pensaria em recusar mas queria ir rápido para o próximo local.

— Quero. — Quando falo ele pega a câmera das minhas mãos e começa a imprimir rápido as fotos, enquanto ele foi imprimindo me senti como uma velhinha que não sabe nada de tecnologia. Então comecei a reparar no mesmo, ele era quase tão alto quanto Ian mas não era moreno, ele era loiro, umas mechas eram mais iluminadas que outras, como o cabelo de Amy, que um dia ela me falara sobre acontecer por ficar em muito contato direto com o sol, será que ele surfava?

— Pronto. — Ele me entrega as fotos.

— Obrigada. — Ele sorri e eu me viro pronta para o próximo lugar.

"não é uma rima, tão pouco um poema, mas vem do coração, tão lindo quanto uma nota musical".

 Olho em volta procurando uma resposta, mas não penso em nada, então resolvo mandar mensagem para Amy.

"oii, tudo certo ai?"


"tenho que te contar uma coisa, mas precisa ser pessoalmente."



"está tudo bem, Amy?"


"sim, a competição está incrível, algum dia  você

 precisa vir aqui, não é nada demais o problema,

 quando chegar eu te conto pessoalmente, alguma novidade?"



"te falo pessoalmente, fui no primeiro lugar, não acho que 

fotografia é pra mim, amo tirar fotos mas não amaria trabalhar com isso."



 "boa sorte, tenho que voltar a próxima etapa já vai começar, 

me deseje sorte!!!" 


"BOA SORTE!!!, vai arrasar"


Desligo o celular e respiro fundo algo no fundo de mim suspeitava de onde seria o próximo lugar, ajeito meu fone e coloco o play novamente na minha playlist...

"não é uma rima, tão pouco um poema, mas vem do coração, tão lindo quanto uma nota musical".

Não acho que precisaria dos meus fones para escutar música no outro local.


continua...

O Meu VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora