47 - Acho que perdemos a aposta...

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Se isso for um sonho, ninguém me acorde por favor. Estávamos indo em direção ao local que continha comidas e bebidas dentro do show, uma zona mais afastada, mas que ainda dava para a escutar cantar, Ian passava um dos braços pela minha cintura enquanto andávamos, ele sorria para mim.

— Aqui que eles marcaram? — Eu pergunto e ele assente em confirmação. Iríamos nos encontrar com o pessoal, para terminarmos de ver o show todos juntos.

— Ly! — Amy vem em minha direção e me abraça me fazendo dar dois mine passos para trás por conta do peso.

— Oi! Está linda. 

—  Você também... Ai não acredito — Ela se vira para Ian depois de encarar meu vestido, eu não consigo não sorrir.

— Ai meu Deus, vocês estão lindas! — Olívia se aproxima de nós sorrindo, seus olhos vão para meu vestido e depois ela direciona um sorriso contagiante para mim.

 — Estou morrendo de fome vamos comer. — Amy diz se dirigindo para fora e eu a vejo cumprimentar apenas Jack, Yuri e ela estavam lá juntos? 

— Ainda quero ser padrinho. — Yuri sorri para mim enquanto anda em sua direção para o cumprimentar.

— Tudo bem. —Ele me encara confuso e eu o lanço um sorriso ele parece querer gritar para todo mundo então eu apenas peço em um sussurro que não faça o que estava prestes a fazer, então ele olha para Jack ao seu lado e diz: 

— Acho que perdemos a aposta irmão. — Jack apenas ri, eu paro de sorrir, minha cabeça gira, aposta? Ele, Ian, não faria isso, faria? 

Calma tudo que eu deveria fazer é conversar com ele, e ele me explicaria o que exatamente estava acontecendo, mas fez sentido, Ian não tinha me pedido em namoro, apenas se declarou, e apesar da sinceridade, ele poderia estar mentindo? Algumas verdades, algumas mentiras? Eu o encaro e percebo que o mesmo estava olhando para mim, eu não consigo o encarar de volta, seu sorriso desaparece quando seu olhar encontra o meu, e me viro calma e saio para fora antes de ouvir qualquer coisa que Yuri estava prester a dizer.

A brisa gelada me invade, o que eu estava fazendo? Era algo simples não? ir lá e falar com ele, dizer o que estava acontecendo e pedir uma explicação, então por que eu não fazia isso? Meus pes grudaram no chão enquanto escutei alguns passos atrás, era típico de cena de livro, quando o casal estava bem e vinha uma bomba para acabar com tudo, mas minha vida não era um livro, então não seria um fim por uma simples falta de conversa e maturidade, agarrei toda a coragem que me restava e me virei. 

— Garota dos livros? Tá tudo b... — Eu o interrompo cobrindo sua boca com minha mão, eu o encaro, olhos nos olhos e começo.

— Preciso te perguntar algo, e quero que seja sincero, mas sem perguntas por enquanto. — Quando ele assente concordando tiro a mão de sua boca e apoio em seus ombros.

Conto o que Yuri tinha falado para Jack em todos os detalhes para Ian que não desviava o olhar nem por um segundo se quer, então quando parei finalmente dei espaço para ele falar, ele inclina a cabeça um pouco para o lado e segura meu rosto com as duas mãos e me dá um beijo em minha bochecha, outro e depois outro, até que finalmente começa a falar o que estava guardado.

— A maldita aposta garota dos livros era para saber quem seria o primeiro a namorar a garota que ama. — Meus olhos agora brilham.

— E eu não te pedi em namoro ali mesmo naquele momento, por que quero algo especial e sei que não gosta muito de atenção, e significaria muito mais se fosse apenas nós dois no momento. — Eu fico sem palavras e sinto gostas de água frias me atingirem, eu o abraço. 

— Me desc...

— Não, nem pense em terminar, tem todo o direito de achar o que achou, e fico feliz que queira me ouvir para saber de mim o que era realmente. — Solto um risinho junto ao dele.

— Pensei nas cenas de livro que o casal se separa por algo que poderia ser resolvido com uma conversa.

— Imaginei. — Ele me apertou ainda mais contra si e a chuva acabou se transformando m uma tempestade, mas nenhum de nós se mexeu, nos afastamos um pouco e vi as mechas do seu cabelo molhado caindo sobre seu rosto, ponho os fios rebeldes no lugar e ele sorri. 

— Sempre quis fazer isso. — Ele me encara surpreso. — Sempre que via seu cabelo bagunçado por esses fios que ficavam fora do lugar. — Eu sorrio.

Ian ri enquanto me aperta ainda mais, a chuva estava fria e congelante, mas de alguma forma eu não sentia frio, não com Ian me abraçando.

— Gosto quando faz isso, me sinto um cachorro. — Eu cutuco seu tronco e ele ri.

— Quer entrar? O show ainda tem alguns minutos de duração. 

— Dá para escutar daqui. — Digo ainda com o nariz gelado enfiado em seu pescoço incrivelmente quente.

— Nem um pouco mal por deixar suas amigas sozinhas? — Eu rio. — Elas já são bem grandinhas, e além do mais estão muito bem acompanhadas. — A chuva se acalma enquanto andamos para um lugar coberto.

— Engraçadinha. — Ele se encosta no muro e me puxa para si, estávamos já no estacionamento mais ainda dava para escutar o show.

— Vai gostar de ter Yuri como seu cunhado? —  Ele parece sorrir mais para mim, seu olhar devagar pelo estacionamento e eu digo:

—Tenho dó dele.

— Ah é? 

— Você parece um cunhado muito mal humorado.

— Jamais, lembra do Marcos? 

— Claro, com ele você deveria ter sido esse cunhado. — Ele solta um riso abafado.

— Ainda bem que ele se mudou. — Ele diz e eu concordo. 

— Acho que a Taylor acabou. — Eu reparo no ambiente e vejo que não tem mais músicas. 

— Seu celular tem bateria? — Ele me pergunta.

— Sim, por que?

— Manda uma mensagem para Amy e seus pais, vai estar em casa antes das 23:00.

— Como?

— Tive uma conversa com seu pai e ele me falou que se passasse desse horário ele me deixava mais do que careca, sua mãe apenas riu disso. — Eu o encaro ainda mais confusa.

— Conversou com meus pais sobre isso? 

— Claro, precisava da autorização deles para te pedir em namoro. — Eu o encaro dessa vez rindo sem acreditar.

— Quer saber quando foi isso? 

— Acho que não. — O sigo em direção a moto, eu deveria estar com o cabelo bagunçado por conta da chuva, e com o vestido todo molhado, mas não me importava.

Não quando agarrei em Ian para irmos a qualquer que fosse o lugar que ele estivesse me levando.

Continua...

O Meu VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora