A pista me levou a um lugar de música.
"não é uma rima, tão pouco um poema, mas vem do coração, tão lindo quanto uma nota musical".
— Cantar... — Sussurro para mim mesma.
Lembrei de Ian tocando o violão assim que entrei no espaço, eu o encontraria na praia mais tarde, então eu estava reparando em lembranças sobre seu cabelo preto e olhos castanhos claros, que as vezes lembrava mel.
— Bom dia, bom vejo que várias pessoas toparam isso aqui., meu nome é Carly e vou falar um pouco sobre o que fazemos. Muitas vezes pensam na música algo que não dá em nada, mas eu digo que a música distribuí o que o coração está cheio.
A moça foi explicando partes técnicas e eu me afastei para a parte onde algumas pessoas estavam tocando e cantando.
— Devia tentar cantar um pouco. — Eu gostava de cantar, mas não para muitas pessoas, sempre pensei em alguém me julgar, cantava ao lado de Amy porque me sentia confortável com ela apesar de a conhecer por nem um mês direito.
A mulher que disse havia sentado do meu lado e tinha começado a cantar baixinho e ia aumentando conforme havia pego mais confiança e se soltou. Parou por um momento e me disse em forma de conselho:
— Não devia ligar tanto para o que os outro pensam ou vão pensar de você.
— Geralmente eu venho aprendendo a não ligar, mas nesses últimos dias tem sido complicado.
— Bom sabe o nome de alguém aqui? — Ela disse olhando em volta.
— Não, nem mesmo o seu.
— Então porque eles reparariam em você? — Pensei por um momento no que ela havia dito e sorri, mesmo sem entender no momento.
— Sou Lyra. — Disse estendendo a mão.
— Olívia. — Ela apertou minha mão, comecei a reparar na menina em minha frente ela era um pouco mais baixa que eu e seu rosto era familiar, apesar do tom de seu cabelo ser muito mais escuto ela se parecia com Yuri.
— O que foi? — Ela me questiona.
— É que você tem um rosto muito familiar.
— Deve ter conhecido meu irmão, Yuri.
— Mentira, ele é seu irmão?
— Infelizmente, já sei ele te lançou uma cantada esquisita? — Rio e a encaro.
— Quase isso, eu acho.
— Mora aqui tem muito tempo?
— Não tem nem um mês direito que me mudei.
— Tá explicado porque nunca tinha esbarrado em você antes.
— Também tá participando do evento ou tá "trabalhando" — Fiz aspas com as mãos enquanto falava a palavra trabalho.
— Segunda opção, mas eu amo música, não só escutar, mas eu amo cantar, você realmente devia tentar.
— Tá bom.
Então Olívia começa a cantar novamente junto com o resto das pessoas, respiro fundo e canto um pouco junto, o sentimento é muito bom.
Me assusto olhando para as horas no meu celular, estava quase na hora do almoço, e de encontrar com Ian. Me despeço de Olívia da qual tinha pego o número de celular e volto correndo para casa, depois de claro pegar a pista pra o dia seguinte.
— Como foi lá? — Assim que abro a porta de casa o cheiro da comida invade todo o cômodo onde estou, e minha me pergunta ao lado do meu pai picando cebola.
— Foi muito bom, aliás conheci uma nova possível amizade.
— Possível é? — Meu pai ri enquanto pergunta sem questão de ter uma resposta.
— Lyra. — Ouço uma vozinha familiar e me viro.
— Oi, como foi na escolinha? — Pergunto a Emma.
— Não sei direito, mas .... hum, até que foi legal.
— Conheceu alguns amiguinhos lá?
— Sim, eles são bem legais. — Sorrio com sua resposta e subo para meu quarto, colocando um biquíni por baixo de uma roupa mais confortável.
Volto a cozinha e preparo meu prato e me sento ao lado de minha mãe no sofá externo.
— Preciso te contar uma coisa, mas é boa.
— Tenho até medo do que você vá falar Lyra.
— Arrumei um emprego. — Ela me encara e se concentra em meu rosto abrindo um sorriso sincero.
— Que bom! vai poder me dar presentes... — Eu a encaro e ela percebe então tosse disfarçando e fala:
— Quais dias? E em que?
— Só nos finais de semana. Numa livraria mãe, existe um trabalho com mais cara minha?
— Destino, quando as coisas estão nos planos de Deus elas acontecem, da melhor forma, ele sempre quer o melhor para nós.
— Eu sei mãe, mesmo que eu tenha demorado para entender.
— Bom te ver assim, feliz.
— Acho que é a mudança, mudar está... me fazendo bem.
— Talvez esse seja — Me distraio em meus pensamentos e nem percebo o que ela termina de falar, mas quando ela me olha eu assinto como se tivesse entendido.
— Estou orgulhosa de você, agora que estou perdendo o meu emprego vai ser muito bom filha, você começar a trabalhar. — Ela fala e se espanta como se tivesse sido sincera demais, revelou demais.
— Perdendo o emprego? como assim? porque não me disse nada? — Pergunto assustada.
— Não contei nem para seu pai, peço que não conte pelo menos até eu ter certeza da situação.
— Tudo bem, mas o que está acontecendo? Tem algo de errado, não tem?
— Meu gerente, ele é uma pessoa ignorante, me deu mais trabalho do que uma pessoa normal conseguiria fazer e pedi meus direitos, ele negou, falou que se não conseguisse seria demitida.
— E o quanto você precisa fazer?
— Muita coisa Lyra, quase um mês direto para conseguir, e ele simplesmente passou as tarefas para mim. Eu e seu pai não trabalhamos mais na mesma área, e estou com esse novo gerente.
— Você deveria ser a gerente. — Ela me encara. — Serio mãe, você é incrível, responsável e não daria mais do que cada pessoa pode fazer.
— Obrigada Ly.
— Mas não é assim que as coisas são, não depende de mim nem de você, depende de mais pessoas do que pensamos.
— E se ele for denunciado? — Dou uma ideia.
— Como?
— Ele trata mais pessoas assim não trata? — Ela faz que sim com a cabeça, continuando me olhando.
— Mais pessoas devem pensar dele dessa forma.
continua...
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O Meu Verão
عاطفيةLyra tem um verão inesperado quando seus pais resolvem se mudar para outro Estado, tendo acabado seu último ano do ensino médio, a dúvida sobre o que fazer com sua vida parece mais real do que nunca. Cercada de novos momentos Lyra conhece novas pess...