49 - Vou sentir sua falta

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As coisas tinham ido bem, quando a comida ainda não chegava resolvemos orar por nosso relacionamento, a volta foi tão tranquila, eu me senti a pessoa mais feliz do universo, com Ian ali, o garoto que eu amo.

Eu tinha um pouco de medo disso, amar, é confuso, estranho, mas quando percebi ficou tão claro, eu amo Ian por tudo, pelo jeito que ele me trata, como seus olhos brilham quando ele fala de Jesus comigo, quando ele é cuidadoso, o jeito que ele sorri, a forma com que seu cabelo fica depois de estar molhado, seu perfume, quando ele me abraça me puxando pela cintura... quando ele se esforça para ler minha saga favorita e me escuta falando dos livros.

Olho para minha mão direita a aliança prata fina e linda brilhou levemente, mas não importava, a aliança, aceitaria namorar com ele mesmo se ela fosse de papel, e algo dentro de mim tinha o conhecimento de que Ian sabia daquilo também.

A moto parou e de repente já estávamos na porta da casa de Ian, ele me ajuda a descer e me acompanha até em casa, estávamos de mãos dadas enquanto ele contava uma coisa engraçada sobre a infância dele.

— Sério uma torta? — Eu o questiono e percebo que paramos na porta de minha casa, pego o celular no bolso do casaco que era mais meu que de Ian e olho as horas.

— Vou ganhar pontos com seus pais, chegou uma hora antes do tempo. — Eu sorrio para ele, olho para a casa e algumas luzes fracas estão acesas, Ian me puxa pela cintura e eu passo meus braços pelo seu pescoço e nos aproximo ainda mais.

— Vou sentir sua falta.

— Somos vizinhos palhaço. — Ele ri e dá um beijo em minha testa, depois outros descendo pelo meu rosto até chegar em minha boca, eu me aproximo mais dele e o beijo de vez, ele sorri e me beija rápido antes de eu me afastar.

— Mesmo assim, são metros de distância. — Eu sorrio, e encaro a porta atrás de mim.

— Boa noite. — Eu digo e lhe dou um beijo rápido, tento me afastar, mas ele não me deixa, com isso ele apenas dá um risinho travesso antes de me soltar.

— Boa noite meu amor. — Ele beija a ponta do meu nariz, eu sorrio com isso, me viro e destranco a porta, dou uma última olhada para Ian que continua sorrindo, dessa vez com as mãos no bolso de sua calça, fecho a porta de vagar e lhe mando um beijo no ar ele ri.

Volto a minha casa e encosto minhas costas na porta, suspiro, escuto alguns passos soarem em direção a sala e olho para a dona deles, minha mãe sorria já de pijama para mim, levanto minha mão direita em sua direção e sorrio ela quando vê abre um sorriso gigante e vem em minha direção aos pulinhos.

— Não acredito! — Ela pega minha mão e observa a aliança.

Eu me sento ao seu lado e conto tudo que tinha acontecido para minha mãe.

— Ian é um bom garoto filha, fico feliz por vocês. — Ela diz.

— Bom mesmo. — Escuto a voz de meu pai vindo da varanda, eu encaro minha mãe e nós começamos a rir.

— Escutou toda a conversa? — Ele balançou a cabeça em meio termo e eu apenas sorrio.

Começo a subir as escadas e escuto meu pai falar:

— Ele é um bom garoto mesmo. — Meu sorriso aumenta e continuo a subir as escadas em direção ao meu quarto, meu pai não diria aquilo para mim nem para Ian, mas fiquei feliz de ele gostar do meu namorado.

Antes de entrar no meu quarto penso se devo ir ao quarto de Emma e conversar, ainda ela continuava a me ignorar, eu já estava cansada, tinha se passados dias e nada, talvez contar que agora Ian tinha virado meu namorado ou...

Eu encaro a porta de seu quarto fechada, fecho meus pensamentos e percebo a quão cansada eu estou, amanhã, talvez, eu falaria com ela.

Entro no meu quarto e a primeira coisa que faço é tomar um banho quente, eu já estava morrendo de sono, tiro minha maquiagem e coloco meu pijama, saio do banheiro e o vento frio surge olho para a sacado do meu quarto com as cortinas voando leve por conta do vento as portas da sacada de vidro estavam abertas.

tiro um pouco a cortina de frente e observo a casa na frente, meu olhar logo encontram os dele e o mesmo sorri, reviro os olhos em ironia e o vejo pegar seu celular, fecho om pouco as portas e me jogo em minha cama pegando meu celular.

você: não cansa de ficar me esperando na sacada?

Eu aguardo a mensagem de Ian, mas em vez disso recebo uma ligação.

— Não. — Ele diz e eu fico em silencio.

— O que foi? — Puxo mais as cobertas para mim e me encolho por conta do frio.

— Não me resolvi com Emma. — Eu tinha comentado com ele alguns dias antes sobre, quando achei que não duraria muito.

— A pequena ainda está te ignorando?

— Sim, não sei o que eu faço, já dei espaço para ela, um tempo, mas...

— Talvez ela precise de mais tempo do que você acha que ela precise.

— Tem razão, mas vou tentar conversar com ela amanhã mesmo assim.

— Vai contar para ela sobre a gente?

— Não sei tenho medo dela ficar ainda mais brava e não falar comigo nunca.

— Tem certeza?

— Ela te considera um amigo, se pensou que a faculdade ia me afastar dela, eu namorar com você significaria que eu estaria te afastando dela junto comigo.

— Quer me namorar escondido garota dos livros? — Eu rio.

— Vai ser emocionante.

— E como. — Eu escuto sua risada no fundo e sorrio com isso.

— Vai me devolver meu casaco?

— Hm, acho que não, gosto dele. — Ele parece sorrir.

— Claro que gosta, tem meu nome. — Reviro os olhos.

— Palhaço.

— Que você ama. — Ele responde e eu sorrio.

— Amo.

Continua...

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