43 - Como anda a investigação?

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IAN

Eu estava no trabalho por uma semana, entro na livraria de 6 andares bem a minha frente, da qual havia falado sobre com a garota dos livros, cumprimento o homem que estava atrás do balcão.

— Bom dia senhor Ian. 

— Bom dia, aquele livro chegou? 

— Sim, por favor me acompanhe.

Ando o seguindo e me pego pensando em Lyra, ela amaria isso aqui, tinha conversado com ela todos os dias desde que viajei, apesar de um pouco ocupada com os estudos ela sempre me atendia.

Dias antes...

— Oi. — A voz de Lyra soa ao fundo.

— Oi. — Respondo.

— Me ligou antes.

— Sim. — Eu fico em silencio, era muito bom escutar sua voz.

— Aconteceu algo? — Ela me pergunta. Não garota dos livros, eu só liguei por que senti falta da sua voz, e mesmo que tenha se passado quase dois dias também sinto falta de você, e as vezes penso que se me mandasse latir eu faria, por que amo vê-la feliz, mas não falaria isso, não agora.

— Anh? A não, sim, eu queria te mostrar algo, vou te mandar. 

Dia atual.

Pego meu celular e entro no notas, repasso a lista ao senhor em minha frente que me pede para esperar a confirmação, então eu espero, o que não demora muito.

— Obrigado. — Agradeço e saio da livraria, pegaria minha encomenda quando voltasse para casa.

— Como anda a investigação? — Pergunto assim que entro na sala, observo Marcos em frente ao computador me olhando irritado, coloco o casaco pendurado e sigo ao meu lugar.

— Qual o caso? — Ele me entrega um relatório, analiso e o leio atentamente, o caso era extremo, mas não impossível, leio o local do acontecimento do crime e olho intrigado, o mesmo lugar que meu pai foi visto pela última vez antes do hospital.

— Vou pegar o caso, te encontro mais tarde. 

— Claro. — Ele resmunga e volta para o computador.

Vou ao local, estaciono o carro bem em frente, analiso as informações e ando pelo lugar, recebo uma ligação, Marcos, atendo.

— Pegaram o cara, ele quer se entregar. — Desligo, era uma distração, estavam pensando enganar o garotinho de 10 anos, mas eu já tinha crescido havia um tempinho.

Ando na rua vazia e estreita, olho o galpão em frente, aparentemente vazio, arrombei a porta.

— Agente de investigação, é melhor permanecer onde está. — Um cara de capuz é o que eu vejo assim que entro.

— Olha só, você cresceu, eu sinceramente fiquei um pouco em dúvida se ia se enganar com um cara querendo se entregar, mas pelo visto seu pai o ensinou muito bem. — Ele diz quando se vira para mim e tira o capuz eu me surpreendo, mas não muito.

— E você sempre teve inveja dele, não é? — Uma risada ríspida é o que eu solto. — Por isso que o matou?

— Você é esperto garoto. 

— Você era o melhor amigo dele, se quer tinha alguma consideração?

— Não, ele tirou tudo de mim meu jovem, minha carreira. 

— Foi fútil a esse nível? Ele tinha uma família. 

— Eu pensei em me entregar hoje, mas queria ver você, é a cara dele.

— Então você se arrependeu. 

— A gente amadurece, antes tarde do que nunca não? Tenho até cabelos brancos agora. — Ele vem em minha direção.

— Matei seu pai Ian, neste mesmo lugar, estávamos investigando um caso juntos e digamos que foi uma bala perdida, eu me arrependo, mas não posso ser preso.

— E como espera escapar de mim?

— Mesmo se me pegar, não tem provas. — Ele vem em minha direção e tenta direcionar um soco em minha cara, eu esquivo, e o imobilizo no chão.

— Esperava mais de você Coller — Pego o gravador no meu bolso e rodo todo o crime que ele havia confessado em minha frente.

— Não, não! — Eu o prendo mais contra o chão.

— Se algo acontecer Ian, saiba que eu conheço muito bem sua nova namoradinha, a morena de cabelos lisos, bem bonita inclusive, tem muito bom gosto. — Eu o prenso ainda mais contra o chão e ele fica com dificuldade em falar.

— Garanto que não vai acontecer nada Coller, por que não vai conseguir nem dar uma ordem se falar dela novamente. 

Ele se cala e escuto meus reforços chegando.

*

— O dia foi cheio. — Eu digo a ela.

— O que aconteceu? — Conto a garota dos livros tudo que havia acontecido.

— E você? Tá bem com isso?

— Sim, me sinto em paz, ele está atrás das grades agora, finalmente pareço ter tirado um peso das minhas costas.

— Seu pai tinha apresentado você a ele antes? — Era nítido o quanto a garota dos livros me fazia bem, eu já estava até sorrindo.

— Sim, ele era muito próximo da família, mas sumiu depois que meu pai se foi.

— E como foi seu dia? — Pergunto e fecho os olhos tentando a imaginar aqui.

— Bom, Jonas me deu um bom dia, com todas as palavras. — Ela ri.

— Sério, o Jonas?

— Sim! Me sinto um ser humano melhor agora. — É a minha vez de rir.

— Bom eu vou desligar, amanhã tenho que acordar cedo.  — Ela diz.

— Rotina de estudos? — Ela parecer sorrir.

— Sim. — Nos despedimos e ela desliga a chamada, dou um longo suspiro, olho para o quarto do apartamento, vou em direção ao armário e pego minha bíblia.

Assim que me ajoelho no chão, me sinto incrivelmente bem, Jesus nos preenche de uma forma mágica, especial, leio o livro da bíblia em que estava, era maravilhoso sentir a presença do espírito santo preencher o cômodo.

Oro por todas as coisas que tinham acontecido até então, pela minha família, meus amigos, para coisas boas que estavam por vir e finalmente...

— Senhor, mais uma vez aqui, você já sabe que vou orar por ela... — Eu estava orando pela garota dos livros desde o dia que descobri que eu a amo, o que tem um tempinho.

Quando acabo deito na cama e encaro o teto, ainda faltavam três semanas para ver ela de novo, por favor que não pareça uma eternidade. 

Continua...

O Meu VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora