8- Então eu sou o bom garoto, da sua história?

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Seu rosto se iluminou Lyra vira o cinema, pelo longo shopping, apesar de ter sido a primeira vez que pisou no shopping da nova cidade.

Ela pensava em sua vida cotidiana e sobre sua última leitura, da qual se identificou, como nunca tinha se identificado antes com nenhum livro. Lyra reparou em si mesma pensando em Ian, e logo expulsou o pensamento tentando não pensar no garoto, afinal, pensamos muito em alguém quando essa pessoa começa a se tornar importante de alguma forma na nossa vida, e Lyra não queria focar em outra coisa a não ser na faculdade que tinha que escolher naquele momento.

Pensava em sua música favorita, pensava em seus pais, viu se pensando no seu futuro então tudo começou a rodar, suas mãos ficaram tremulas e sua respiração abafada, imaginou outras pessoas vendo-a e pensando sobre ela, Lyra ficou ainda pior, precisava de ar, precisava ficar sozinha, não gostava de ser o centro das atenções, passar mal no meio do shopping não evitaria aquilo. Lyra andou o mais rápido que conseguia. 

"E se você nunca conseguir fazer o que ama." 

" Lyra bobinha, fraca e tola."

"Sabe ninguém nunca vai te amar pelo o que você é ".

chega, chega, chega, chega, chega, chega

È só sua ansiedade Lyra, as vozes na sua cabeça não são reais, elas não provam nada. 

De repente as vozes somem ficam no fundo da mente no fundo da alma e é quando Lyra percebe onde está, sentada do lado de fora do shopping, tremendo.


Eu não conseguia pensar, não conseguia respirar, tremia tanto.  Me observo sentada segurando o choro, aconteceu tão de repente.

— Lyra! — Escuto meu nome vindo do outro lado e vejo um garoto familiar vir até mim.

— Calma, respira. — Ian foi respirando junto comigo tentando me ajudar.

Minha cabeça doía, mas os pensamentos tinham sumido, Ian pegou minhas mãos com uma gentileza impressionante, e apertou de um jeito reconfortante.

— O que está fazendo aqui? —  Eu o encaro e olho para o mesmo que estava agachado em minha frente.

—  Sabia que a humanidade publica em média, um livro a cada meio minuto? — Eu o olho confusa.  — Do que você tá falando?

— Bibliosmia é a palavra que define a ação de cheirar livros, se identifica? 

— O que está fazendo aqui? E porque está falando disso comigo? 

— Eu li o livro que você estava lendo aquele dia na praia, não sabia que gostava de ler até então, o que achou da parte em que eles se declaram, ou que ele morre? Eu sinceramente fiquei tocado com essa parte. — Ele tinha lido o livro que eu estava lendo e acabara de me dar um spoiler. 

Eu o observo e vejo que tem um sorriso brincalhão estampado em seu rosto.

— Seu idiota, sabia que eu não terminei de ler? — Eu o olho furiosa, e então ele solta uma frase num tom debochado: 

— Sabia. 

Então minha ficha cai, ele estava falando aquelas coisas para me ajudar a parar de pensar nos meus problemas. Ele estava me ajudando.

— Obrigada.

— Pelo spoiler ou pelos assuntos interessantes?

— Por me ajudar, não só agora, mas me ajudou a ficar de olho na Emma.

— Não tem problema, cuidar da pequena é como lembrar de Amy quando éramos pequenos, quando não tinha ninguém para cuidar da gente, ficávamos juntos. 

— Mesmo assim, obrigada.

— Não tem de que garota dos livros. — Meu olhar vai em direção ao mesmo estranhando o apelido.

— LYRA! cadê os ingressos? — Arregalo o olhar para Amy que vem correndo na minha direção junto do menino que até hoje não sei o nome.  

— Meu Deus, eu esqueci me desculpa, deve ter algum filme para vermos ainda.

— Achei que tinha ido embora ou tinha sido sequestrada, te procurei por toda parte.

— Desculpa, acho que me perdi, acabei achando seu irmão.

— Acho que o cinema vai ficar para a próxima. — Amy diz vindo ficar ao meu lado.

— Eu e o Ian íamos ver um de terror com nossos amigos só que eles furaram com a gente tem dois ingressos sobrando.

— Se quiserem a gente não vai ligar né, Ian. — Ian o olha e ri como se visse o que Marcos queria realmente dizer.

— "Eu não vou me importar e você também não." — Ian sussurra alto o suficiente para eu escutar, imitando o que Marcos queria dizer.

— Se a Amy for eu vou, vai ser em 3d? — Pergunto, quase sendo ignorada por que Amy e Marcos não paravam de conversar entre si mesmos Ian diz:

— Não, mas acho que isso não vai importar muito 

— Não vão nem prestar atenção no filme direito. — Completo sua fala, enquanto caminhamos na direção do cinema.

— Marcos é um cara legal? — Pergunto.

— Ele é, por que a pergunta, viu a beleza do meu amigo e gostou dele um pouco mais? — Eu rio e Ian me cutuca com o cotovelo. — Claro que não, ta na cara que eles tão afim um do outro. 

— Fiz a pergunta por que Amy não merece alguém ruim.

— Sabe que eu conversaria com ela se ele não fosse uma boa pessoa. — Disse Ian. — Claro que ia. — Digo num tom debochado.

— O que está insinuando? 

— Eu Lyra, puf estou insinuando nada.

— Lyra. — Ian diz meu nome de uma forma diferente mais humorística. — É típico de sua pessoa.

— Ah tem certeza? — ele diz num tom desafiador. 

— O bom garoto salvar a vida de protagonista inocente. 

— Então eu sou o bom garoto, da sua  história? 

— Não foi isso que eu quis dizer. — Eu afirmo.

— Não foi o que pareceu.

— Hum, até parece. — Saio o mais rápido que consigo.

Olho para o local com a placa enorme cinema.

continua...








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