Seu rosto se iluminou Lyra vira o cinema, pelo longo shopping, apesar de ter sido a primeira vez que pisou no shopping da nova cidade.
Ela pensava em sua vida cotidiana e sobre sua última leitura, da qual se identificou, como nunca tinha se identificado antes com nenhum livro. Lyra reparou em si mesma pensando em Ian, e logo expulsou o pensamento tentando não pensar no garoto, afinal, pensamos muito em alguém quando essa pessoa começa a se tornar importante de alguma forma na nossa vida, e Lyra não queria focar em outra coisa a não ser na faculdade que tinha que escolher naquele momento.
Pensava em sua música favorita, pensava em seus pais, viu se pensando no seu futuro então tudo começou a rodar, suas mãos ficaram tremulas e sua respiração abafada, imaginou outras pessoas vendo-a e pensando sobre ela, Lyra ficou ainda pior, precisava de ar, precisava ficar sozinha, não gostava de ser o centro das atenções, passar mal no meio do shopping não evitaria aquilo. Lyra andou o mais rápido que conseguia.
"E se você nunca conseguir fazer o que ama."
" Lyra bobinha, fraca e tola."
"Sabe ninguém nunca vai te amar pelo o que você é ".
chega, chega, chega, chega, chega, chega.
È só sua ansiedade Lyra, as vozes na sua cabeça não são reais, elas não provam nada.
De repente as vozes somem ficam no fundo da mente no fundo da alma e é quando Lyra percebe onde está, sentada do lado de fora do shopping, tremendo.
Eu não conseguia pensar, não conseguia respirar, tremia tanto. Me observo sentada segurando o choro, aconteceu tão de repente.
— Lyra! — Escuto meu nome vindo do outro lado e vejo um garoto familiar vir até mim.
— Calma, respira. — Ian foi respirando junto comigo tentando me ajudar.
Minha cabeça doía, mas os pensamentos tinham sumido, Ian pegou minhas mãos com uma gentileza impressionante, e apertou de um jeito reconfortante.
— O que está fazendo aqui? — Eu o encaro e olho para o mesmo que estava agachado em minha frente.
— Sabia que a humanidade publica em média, um livro a cada meio minuto? — Eu o olho confusa. — Do que você tá falando?
— Bibliosmia é a palavra que define a ação de cheirar livros, se identifica?
— O que está fazendo aqui? E porque está falando disso comigo?
— Eu li o livro que você estava lendo aquele dia na praia, não sabia que gostava de ler até então, o que achou da parte em que eles se declaram, ou que ele morre? Eu sinceramente fiquei tocado com essa parte. — Ele tinha lido o livro que eu estava lendo e acabara de me dar um spoiler.
Eu o observo e vejo que tem um sorriso brincalhão estampado em seu rosto.
— Seu idiota, sabia que eu não terminei de ler? — Eu o olho furiosa, e então ele solta uma frase num tom debochado:
— Sabia.
Então minha ficha cai, ele estava falando aquelas coisas para me ajudar a parar de pensar nos meus problemas. Ele estava me ajudando.
— Obrigada.
— Pelo spoiler ou pelos assuntos interessantes?
— Por me ajudar, não só agora, mas me ajudou a ficar de olho na Emma.
— Não tem problema, cuidar da pequena é como lembrar de Amy quando éramos pequenos, quando não tinha ninguém para cuidar da gente, ficávamos juntos.
— Mesmo assim, obrigada.
— Não tem de que garota dos livros. — Meu olhar vai em direção ao mesmo estranhando o apelido.
— LYRA! cadê os ingressos? — Arregalo o olhar para Amy que vem correndo na minha direção junto do menino que até hoje não sei o nome.
— Meu Deus, eu esqueci me desculpa, deve ter algum filme para vermos ainda.
— Achei que tinha ido embora ou tinha sido sequestrada, te procurei por toda parte.
— Desculpa, acho que me perdi, acabei achando seu irmão.
— Acho que o cinema vai ficar para a próxima. — Amy diz vindo ficar ao meu lado.
— Eu e o Ian íamos ver um de terror com nossos amigos só que eles furaram com a gente tem dois ingressos sobrando.
— Se quiserem a gente não vai ligar né, Ian. — Ian o olha e ri como se visse o que Marcos queria realmente dizer.
— "Eu não vou me importar e você também não." — Ian sussurra alto o suficiente para eu escutar, imitando o que Marcos queria dizer.
— Se a Amy for eu vou, vai ser em 3d? — Pergunto, quase sendo ignorada por que Amy e Marcos não paravam de conversar entre si mesmos Ian diz:
— Não, mas acho que isso não vai importar muito
— Não vão nem prestar atenção no filme direito. — Completo sua fala, enquanto caminhamos na direção do cinema.
— Marcos é um cara legal? — Pergunto.
— Ele é, por que a pergunta, viu a beleza do meu amigo e gostou dele um pouco mais? — Eu rio e Ian me cutuca com o cotovelo. — Claro que não, ta na cara que eles tão afim um do outro.
— Fiz a pergunta por que Amy não merece alguém ruim.
— Sabe que eu conversaria com ela se ele não fosse uma boa pessoa. — Disse Ian. — Claro que ia. — Digo num tom debochado.
— O que está insinuando?
— Eu Lyra, puf estou insinuando nada.
— Lyra. — Ian diz meu nome de uma forma diferente mais humorística. — É típico de sua pessoa.
— Ah tem certeza? — ele diz num tom desafiador.
— O bom garoto salvar a vida de protagonista inocente.
— Então eu sou o bom garoto, da sua história?
— Não foi isso que eu quis dizer. — Eu afirmo.
— Não foi o que pareceu.
— Hum, até parece. — Saio o mais rápido que consigo.
Olho para o local com a placa enorme cinema.
continua...
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O Meu Verão
RomansaLyra tem um verão inesperado quando seus pais resolvem se mudar para outro Estado, tendo acabado seu último ano do ensino médio, a dúvida sobre o que fazer com sua vida parece mais real do que nunca. Cercada de novos momentos Lyra conhece novas pess...