45 - Mais rápido?

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Definitivamente eu estava tremendo, muito, estava agora tomando um pouco de água de minha garrafa que levei para a prova, ainda não tínhamos começado a mesma, a sala da qual eu faria o exame estava um pouco cheia, peguei alguns biscoitos e comi para ver se eu parava de tremer, tinha ligado para Ian ontem, e eu torcia mentalmente para que as semanas passassem um pouco mais rápido para o ver, se ele estivesse aqui ele com certeza diria algo para me distrair me fazendo rir junto dele.

— Podem começar o exame, vocês têm 3 horas. — O homem alto e aparentemente um pouco mais velho que meu pai disse em pé diante da sala. 

Eu não comecei a prova sem antes orar, nem encostei no caderno, só depois que orei pela prova que abri e escrever meu nome foi a primeira coisa que eu fiz, o nervosismo me pegou novamente então parei, respirei, e orei novamente.

"Por favor, Senhor não deixe o nervosismo me atrapalhar." Quando orei mentalmente o meu coração acelerado e minha respiração bagunçada pararam, e eu fiquei longe das tremedeiras e do medo, Ele havia me ajudado e estado aqui, sempre, Deus sempre estaria comigo, não importa onde, "obrigada." 

Foram as três horas mais rápidas da minha vida.

— Faltam 5 minutos. — Eu ainda não tinha acabado, não tudo, faltava pouco, mas eu precisava correr.

— Acabou o tempo. — Agradeci mentalmente por ter dado tempo de eu ter acabado todas as questões, fomos liberados assim que o senhor disse.

Daqui uma hora era o show, tinha trago em minha mochila minha roupa e algumas maquiagens, entrei no banheiro, me olhei no espelho ainda em choque.

Eu não tinha tempo para processar nada, qualquer sentimento que eu tinha ali deixaria para depois do show, em casa, a prova foi um terror, mas não pensaria naquilo, por enquanto.

Troco de roupa rapidamente e vou até o espelho, faço uma maquiagem simples, não tanto, eu estava pronta em menos de alguns minutos, acho que nunca me arrumei tão rápido em toda minha vida.

Saio do banheiro e vou até o local fora, a brisa me atingiu e me peguei observando a portaria, não tinha nenhum portão, um local com paredes brancas em direção à rua, um banco simples encostado em uma das paredes e várias plantas.

Abro o aplicativo e chamo um táxi, eu conseguiria, eu iria no show, sorri, mas o sorriso durou pouco quando não vi nenhum táxi disponível, o aplicativo não estava dando para chamar nenhum, entrei em outro aplicativo, nenhum carro disponível antes de uma hora, olhei para a rua, e notei o dia escurecendo com um pôr do sol manchando o céu em várias cores.

Não iria ao show, não iria nem mesmo bem na horripilante prova que tinha acabado de fazer, apoio meus braços em minhas cochas e solto um longo suspiro, deixo escapar uma lagrima e não a seco, tanta coisa, não ligaria se eu chorasse naquele lugar público, eu pouco estava me importando para o que achassem, arregalei os olhos quando percebi, eu não ligava tanto para os que os outros pensavam de mim, ou o que julgavam sobre mim.

Voltei ao meu pensamento deprimente depois de alguns segundos, pego meu celular e mando mensagem para Amy.

Você: Acho que não vou conseguir ir ao show.

Amy: Claro que vai.

Você: Nenhum táxi responde, não dá tempo.

Amy: Ly você vai, te vejo daqui alguns minutos.

Ela para de estar online, eu não paro de encarar a tela do celular boquiaberta, outra lágrima escorre pela minha bochecha, eu estava triste, mas não era o fim do mundo.

— Sei que sou lindo e irresistível, mas não precisa chorar de saudades. — Eu arregalo os olhos em susto e surpresa com a voz, meu coração dispara e minha respiração fica desregular, ajeito a postura e olho para Ian parado vestindo uma jaqueta preta combinando com suas calças igualmente pretas, ele estava apoiado em sua moto também de tom escuro de braços cruzados e com uma sacola bem atrás de si.

— O que? O que está fazendo aqui?  — Ele ri e cruza ainda mais os braços. — Indo a um show e você?

Me levanto, ele estava ali, em minha frente eu sorrio animada.

— Ainda continua um palhaço. — Ele me encara e estende a sacola, eu o encaro de volta.

— É melhor correr o show começa daqui a poucos minutos. 

— O que é isso? — Questiono pegando a sacola, ele aponta com o queixo para o mesmo indicando que eu poderia abrir, eu faço e meu olhar brilha, o vestido que eu tanto tinha gostado da loja cara do shopping, eu o olho e não faço a menor ideia do que falar, então ando em sua direção e o abraço passando meus braços em torno de seu pescoço, ele não tem reação, então decido me afastar, mas antes que eu consiga, ele passa os braços pela minha cintura me trazendo mais para si, o calor me invade e respiro seu perfume, que era muito bom.

— Obrigada. — É tudo o que eu digo então ele me aperta mais, mas não de maneira ruim, era uma sensação muito boa.

— Por mais que seja tentador ficar assim, temos um show.

Agarro a sacola e vou até o banheiro o mais rápido que consigo, pelo menos tinha trago o short saia, iria andar de moto com um vestido.

Ele coube perfeitamente, não tive tempo para o admirar muito, então saio do banheiro e vejo Ian já de capacete o oferecendo outro para mim, ele me encara a princípio, mas não diz nada até eu já estar na moto com uma boa distância entre ele, de capacete.

— Está linda garota dos livros. 

— Obrigada, não está nada mal. — Ele me lança uma risada e liga sua moto.

— Vai ter que se segurar.

— Estou bem.

Então ele dispara o acelerador me fazendo de imediato o agarrar passando meus braços em sua cintura me apoiando nele, Ian apenas ri.

— Prepotente, arrogante e um palhaço. — Eu o abraço ainda mais apoiando um pouco mais nele, então o mesmo dispara nas ruas movimentadas.

— Mais rápido? — Ele pergunta com um tom de voz dessa vez mais alto por conta do barulho.

— Por favor. — É o que eu digo, amo velocidade e o vento refrescante bater me fazendo sentir viva.

Continua...

Espero que tenham surtado com essa capítulos tanto quanto eu, e se a resposta for sim se preparem para os próximos.

O Meu VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora