Me segurei mais em Ian enquanto passamos pela rua gélida.
— Não vale espiar. — Ele diz me olhando pelo retrovisor da moto, então volto a fechar os olhos sorrindo.
— Sem graça. — Ele ri, sinto que viramos uma rua, depois outra, me apoio nele ainda mais aproveitando o calor, eu estava começando a ficar com frio, sinto Ian desacelerar e finalmente parar meu coração se agita, escuto ondas se batendo umas nas outras e algumas pessoas bem poucas, conversando.
— Tudo bem, vai abrir os olhos, mas sem olhar. — Eu sorrio e abro os olhos.
— Olhos nos meus olhos garota dos livros. — Ele diz e me oferece a mão como uma ajuda para descer da moto, encontro seu olhar e vejo atrás dele o mar agitado.
— Pode se virar. — Assim que ele diz olho para o lugar que estava atrás de mim, fico boquiaberta, um restaurante lindo, quase como uma cafeteria, aconchegante, a beira do mar, lindo, era lindo.
— Ian, estamos encharcados. — Ele gargalha.
— Eu consigo perceber. — Reviro os olhos em ironia. — Me passa a mochila.
Abro a mesma e pego o casaco de Ian que estava comigo desde o seu jogo de basquete, ele me encara, visto o casaco, eu estava mesmo com frio.
— Por que está olhando para o meu casaco? — Minha pergunta o deixa surpreso.
— Seu casaco? — Ele me puxa pelas laterais do casaco e sinto um frio na barriga. — Pelo que eu saiba tem meu nome no casaco... — Ele fecha o casaco em mim e sobe o zíper do mesmo, quando acho que ele acabou, o mesmo puxa o capuz sobre minha cabeça e ri.
Tiro o capuz da minha cabeça e ele estende a mão para mim, eu a seguro.
— Está linda.
— Mesmo com o cabelo todo bagunçado?
— Ele não está bagunçado. — Ian aperta mais minha mão, é um gesto confortante.
Eu me apaixono pelo local, luzes amareladas durante todo o caminho de entrada, cercada por plantas ao redor, o lugar tinha um aspecto amadeirado, ao ar livre, Ian me direciona para os fundos do mesmo, e fico surpresa com o que vejo, um sofá com uma mesinha na frente e luzes por toda a parte, bem na frente estava o mar, gigante, agitado, esperando por algo, olho para o interior onde dava para ver por conta da vidraça, era uma enorme estante de livros.
— Sabia que ia gostar. — Ele diz e nos nós sentamos.
— Obrigada, é lindo... — Ele sorri travesso prestes a dizer "obrigado" quando eu complemento:
— O lugar. — Ele me encara esperando algo a mais, mas não digo nada.
— Só o lugar? — Questiona.
— Não as luzinhas também. — Eu o encaro e em seu rosto aparece o seu único sorriso travesso, eu gargalho e ele cutuca minha cintura.
— Ei. — Ele faz de novo, e de novo.
— Não vai me elogiar garota dos livros? — Faço que não com a cabeça e ele me cutuca de novo, quando estava prestes a revidar uma mulher alta com pouco mais de 50 anos aparece no lugar em que estávamos, fingimos naturalidade.
— Ian! viu como ela olhou pra gente encharcados, nos deve achar malucos.
— Tentando mudar de assunto? — Ele pergunta, pego o cardápio que a moça havia deixado ali e finjo estar interessada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Meu Verão
RomanceLyra tem um verão inesperado quando seus pais resolvem se mudar para outro Estado, tendo acabado seu último ano do ensino médio, a dúvida sobre o que fazer com sua vida parece mais real do que nunca. Cercada de novos momentos Lyra conhece novas pess...