48 - Quer namorar comigo?

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Me segurei mais em Ian enquanto passamos pela rua gélida. 

— Não vale espiar. — Ele diz me olhando pelo retrovisor da moto, então volto a fechar os olhos sorrindo.

— Sem graça. — Ele ri, sinto que viramos uma rua, depois outra, me apoio nele ainda mais aproveitando o calor, eu estava começando a ficar com frio, sinto Ian desacelerar e finalmente parar meu coração se agita, escuto ondas se batendo umas nas outras e algumas pessoas bem poucas, conversando.

— Tudo bem, vai abrir os olhos, mas sem olhar. — Eu sorrio e abro os olhos.

— Olhos nos meus olhos garota dos livros. — Ele diz e me oferece a mão como uma ajuda para descer da moto, encontro seu olhar e vejo atrás dele o mar agitado.

— Pode se virar. — Assim que ele diz olho para o lugar que estava atrás de mim, fico boquiaberta, um restaurante lindo, quase como uma cafeteria, aconchegante, a beira do mar, lindo, era lindo.

— Ian, estamos encharcados. — Ele gargalha.

— Eu consigo perceber. — Reviro os olhos em ironia. — Me passa a mochila. 

Abro a mesma e pego o casaco de Ian que estava comigo desde o seu jogo de basquete, ele me encara, visto o casaco, eu estava mesmo com frio.

— Por que está olhando para o meu casaco? — Minha pergunta o deixa surpreso.

— Seu casaco? — Ele me puxa pelas laterais do casaco e sinto um frio na barriga. — Pelo que eu saiba tem meu nome no casaco... — Ele fecha o casaco em mim e sobe o zíper do mesmo, quando acho que ele acabou, o mesmo puxa o capuz sobre minha cabeça e ri.

Tiro o capuz da minha cabeça e ele estende a mão para mim, eu a seguro.

— Está linda. 

— Mesmo com o cabelo todo bagunçado? 

— Ele não está bagunçado. — Ian aperta mais minha mão, é um gesto confortante.

Eu me apaixono pelo local, luzes amareladas durante todo o caminho de entrada, cercada por plantas ao redor, o lugar tinha um aspecto amadeirado, ao ar livre, Ian me direciona para os fundos do mesmo, e fico surpresa com o que vejo, um sofá com uma mesinha na frente e luzes por toda a parte, bem na frente estava o mar, gigante, agitado, esperando por algo, olho para o interior onde dava para ver por conta da vidraça, era uma enorme estante de livros.

— Sabia que ia gostar. — Ele diz e nos nós sentamos.

— Obrigada, é lindo... — Ele sorri travesso prestes a dizer "obrigado" quando eu complemento:

— O lugar. — Ele me encara esperando algo a mais, mas não digo nada.

— Só o lugar? — Questiona.

— Não as luzinhas também. — Eu o encaro e em seu rosto aparece o seu único sorriso travesso, eu gargalho e ele cutuca minha cintura.

— Ei. — Ele faz de novo, e de novo.

— Não vai me elogiar garota dos livros? — Faço que não com a cabeça e ele me cutuca de novo, quando estava prestes a revidar uma mulher alta com pouco mais de 50 anos aparece no lugar em que estávamos, fingimos naturalidade.

— Ian! viu como ela olhou pra gente encharcados, nos deve achar malucos.

— Tentando mudar de assunto? — Ele pergunta, pego o cardápio que a moça havia deixado ali e finjo estar interessada.

O Meu VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora