39 - Sim, é para você

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— Não acredito — Eu não era muito fã do escuro, principalmente quando não tinha um celular por perto para poder iluminar, mas pelo menos eu não estava sozinha.

— Ian? — O chamo voltando para onde tínhamos vindo e de repente bato em algo grande e fixo quase como uma parede, mas era Ian.

— Aí. — Reclamo.

— Machucou? — Ele questiona. — Não.

— Acho que não vamos terminar de ver o filme hoje.

— Deve voltar logo, nunca fica por muito tempo sem luz. — Ele me responde.

Eu ergo uma das minhas mãos para tentar achar Ian, minha mão encosta em seu ombro, ele parece sorrir, ele parece pegar algo em seu bolso e logo vejo a lanterna de seu celular apontando para o caminho da sala, e depois para mim e sorri.

— O pijama de gatinhos? — Pela pouca iluminação da lanterna vejo o erguer uma de suas sobrancelhas. Eu balanço a cabeça em negação e desvio o olhar, mas não consigo e volto a o encarar.

— Acho que... — Eu simplesmente esqueço como se respira, ou como olhar para alguma coisa a não ser seu rosto ou seu sorriso que me prende fixamente, eu ainda estava com uma das mãos nele e dessa vez sinto uma de suas mãos em minha cintura, Ian havia acabado de me puxar para mais perto dele, seu sorriso vira algo intenso, meus olhos sobem até seus olhos que aparentemente estão em minha boca, e ai definitivamente esqueço como se respira e penso que se ele não estivesse com uma das mão firmes me dando um apoio talvez teria ficado com as pernas bem bambas, sinto um frio satisfatório percorrer por minha barriga, ele suspira e aproxima o seu rosto do meu lentamente, bem talvez meus olhos tinham parado em sua boca bem rápido, eu me aproximo e é como se nenhum dos dois quisesse cortar aquilo, por que ficamos exatamente parados olhando um para o outro, esperando por algo.

Eu abaixo muito pouco a mão que estava quase em seu ombro e sinto uma superfície forte bem ali subindo e descendo com sua respiração e então... tum, tum, tum! ondas frenéticas atingem minha mão o coração de Ian estava batendo tão rápido que quase não conseguia contar entre uma batida a outra, ele se aproxima mais e o mundo parece esperar por algo, eu pareço esperar por algo, nada absolutamente, não escuto nada ao meu redor.

Sinto sua mão firmar ainda mais em minha cintura e eu resisto a vontade de me aproximar mais ainda, mas ele não parece resistir e se aproxima, sinto sua respiração em meu rosto, meu coração acelera, tá de brincadeira?

Eu estava quase começando a me aproximar ainda mais, até que um flash de luz surgiu e depois voltou a se apagar, tiro minhas mãos imediatamente dele e dou um passo para trás, relutante Ian tira a mão de minha cintura e solta o ar que parecia estar prendendo, não julgo eu também solto o ar que não fazia ideia de estar preso dentro de mim.

As luzes voltam e enxergo o rosto de Ian com definição o mesmo parece perplexo pensando em algo distante, desvio o olhar, e sinto minhas bochechas quentes, eu realmente deveria estar vermelha, me viro de costas e tento quebrar o silêncio.

— Bom agora podemos terminar de ver o filme. — E começo a andar até a sala e escuto passos atrás de mim.

— Hm? Sim... O filme.

Eu me sento no sofá e agradeço mentalmente por ter apagado a luz da sala sendo iluminada unicamente pela televisão, por que nesse momento eu deveria parecer um pimentão.

— Ele realmente fugiu? — Ian pergunta prestando muita atenção no filme.

— Você vai descobrir. — Digo e logo vem um enorme trovão que me dá um susto, murmuro uma coisa sobre ter me assustado e Ian repara.

O Meu VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora