Capítulo 43 - Lua Cheia: No fim a verdade sempre aparece

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Quando cheguei em casa ontem acabei apagando na cadeira da escrivaninha, acordei com Lucy batendo na porta sem parar. Abri e me deparei com ela e uma bandeja com o café da manhã.

- Que horas são? - perguntei pegando a bandeja.

- Já são O9h05, tava muito silencioso seu quarto então eu bati para garantir que você não estivesse morta aí dentro.

- Para sua infelicidade ainda estou bem viva.

- Mas a cara é de zumbi.

- Você sempre é tão agradável pela manhã. - sorrio falsamente.

- É um dom natural. - ela retribui o sorriso.

- Terminei as revistas que peguei com você, por acaso você tem as mais antigas? Quero dar uma olhada em tudo que aconteceu desde que chegamos para ver se acho alguma coisa suspeita.

- As que eu tinha eu dei para Violet, ela disse que gosta de colecionar essas revistas, me disse algo sobre recortar algumas notícias e colocar em um álbum.

- Vou dar uma olhada no quarto dela depois. Ela tá bem? - perguntei.

- O pai dela chamou ela no castelo hoje, ela voltou com uma cara pior do que antes, Jane deu um cházinho com efeito calmante.

- Se acontecer algo você me avisa.

- Você sempre é mais informada que eu, é mais fácil eu pedir isso. Tô indo, vou treinar com o Alan e a Jane.

- Cuidado para não se machucar.

- Ok, mãe. - ela fechou minha porta.

Depois de tomar o café que Lucy me trouxe comecei a me sentir muito sonolenta e acabei adormecendo mais uma vez. Lá estava eu no mesmo sonho, de novo no funeral do amigo do papai que vim a descobri depois que era um rei. Jack estava lá, na ponta do caixão com dois homens que eu não conseguia ver direito, ele parecia frio e distante, seu olhar era de ódio. Acordei com um pouco de dor de cabeça, será que eu tinha começado a delirar? Gostar de alguém nos leva a loucura?

Fiquei parada na frente do quarto de Violet por alguns minutos tentando decidir se eu entrava ou não, parte de mim dizia que era roubo e invasão de privacidade, outra parte dizia que era só umas revistas e que eu ia devolver no mesmo dia e ela nem ia notar, a Lucy com certeza entraria de uma vez e faria a Violet sentir que ela que tá invadindo o espaço pessoal, ela já fez isso comigo e eu fiquei extremamente irritada, não seria certo fazer o mesmo com outra pessoa, mas ela não tava aqui. Depois de mais alguns minutos cansei de pensar, não é como se fosse adiantar alguma coisa eu refletir olhando para a porta, entrei de uma vez e não foi difícil achar as revistas, ela tem uma estante com todas elas organizadas por edição, peguei as datadas desde a nossa chegada.

Por fim fiquei com uma pilha enorme de revista nos braços porque eu era teimosa e não queria fazer duas viagens, abri cuidadosamente cada uma delas para não danificar e fui lendo o mais rápido que eu podia, moda, notícias, eventos... A maioria eram esses assuntos, as parte que falavam de economia era uma página por edição e mostrava que a queda começou no período da morte do rei, o que não era tão estranho assim, mortes de monarcas tendem a dar esse efeito, mas normalmente se estabiliza em algum momento, mas não é o que tá acontecendo. Achei uma matéria de fofoca e especulação sobre a morte do rei, aparentemente nem todo mundo engoliu a história de causas naturais fatídicas, também havia especulações sobre um possível herdeiro e que ele seria um assassino afim de tomar o trono, se bem que meu pai disse que o rei teve a garganta cortada... Não, espera... Não é possível!

De repente veio um flash de informações na minha cabeça, os sonhos do velório, a sensação de familiaridade, ele no fundo da foto conversando com o rei, os Guardas Reais todas às vezes que saímos, um dos primeiros Escolhidos tendo uma relação tão próxima com ele, as habilidades sociais, políticas e diplomáticas, ele era inteiramente um príncipe moldado... Como eu não percebi isso antes? Minhas mãos começaram a tremer com a adrenalina que percorria meu corpo, peguei o celular com dificuldade e liguei para a minha mãe.

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