Capítulo 49 - Lua Cheia: O vilão revelado

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Como eu senti falta de todos esses sentimentos, essa coisa chamada destino que nos conecta, como o mundo parecia sumir quando olhamos um para o outro, esses sorrisos involuntários, essa sensação que eu descreveria como estar embaixo de uma coberta fofinha e quentinha em um dia muito frio. Eu amava ele muito mais do que eu achava até esse momento, quis agarra-lo para que nunca mais escapasse, segurei bem forte suas mãos e se ele saísse correndo eu tava disposta a correr atrás até ele falar comigo.

- Sabia que ia acabar me encontrando. - ele disse.

- Alguém me disse que a gente sempre ia acabar se encontrando.

- Como você esteve?

- Dada a sua situação, acho que eu estive melhor que você, Vossa Alteza Real.

- Acho que você quer uma explicação. - ele suspirou.

- A gente precisa conversar sobre muitas coisas.

- Vem comigo. - ele segurou minha mão e saiu andando.

Ele me levou para uma casa não muito longe de onde estávamos, a sala era tão receptiva, tinha uma prateleira de livro, os sofás eram macios e podíamos ficar soterrados neles. Jack me trouxe um copo d'água e se sentou ao meu lado, ele parecia nervoso.

- Por onde eu começo? - ele perguntou.

- Explicando para mim porque você tem um título real.

- Não é bem uma história que eu goste de lembrar, mas em resumo o falecido rei tinha uma obsessão pela minha mãe e acabou apelando para magia negra e fazendo as coisas com ela, eu nasci e só descobri que era filho dele no meu último aniversário quando o pingente me escolheu e com isso o rei me chamou para o castelo e contou tudo. Só parece que ele sabia quem havia matado minha mãe, mas na hora que ele ia dizer algo foi silenciado e fomos atacados por rastreadores, uma empregada testemunhou que eu tava brigando com ele no dia, considerando a situação como um todo eu teria matado ele em um acesso de raiva e meu pai e Loton foram acusados de serem cúmplices.

- E não tinha outro jeito de provar que não foram vocês?

- Não, todos os rastreadores fazem um juramento de lealdade, não usa magia, mas nunca ocorreu antes, então a narrativa que parece mais verdadeira é a do filho com raiva depois de descobrir o que o pai fez com a mãe, mas eu não tive nem tempo de pensar em querer matar ele, e eu não seria burro de fazer algo no calor do momento.

- Essa narrativa parece mesmo mais verdadeira, acho que por isso a Lucy disse que eu não acreditaria em você.

- E você não acredita? - ele me olhou preocupado.

- Eu sou muito racional têm horas, então no começo foi um choque para mim, eu sabia que você escondia algo grave, descobri que você era da Terra quando fomos ver as resoras, eu tinha uma sensação de já ter te visto antes e se você não queria me contar nada, eu suspeitei que era algo terrível.

- Eles não podem me prender devido ao pingente, mas me seguem para todos os lados, só estão esperando a oportunidade de me matar e o caso ser abafado já que eu sou um assassino e estaria recebendo de volta "o que eu mereço". Eu não queria mais ninguém envolvido, fui usado de bode expiratório e isso colocou Loton e meu pai nessa situação, sou uma ameaça ao governo, e tive inúmeros inimigos desde o momento que uma parcela de gente tomou conhecimento da história, tem tanta gente que queria ter matado o William, mas não chegou a tempo, já cheguei a receber uma carta de ameaça falando que iam cobrar de mim tudo que meu aparentemente pai fez.

- Você não precisava ter escondido.

- Cecília, não tem porque você se envolver nisso, não precisa ficar pisando em cascas de ovos só por causa disso.

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