Seguindo a Lua

Capítulo 30 - Lua Minguante: O caminho que decidimos seguir

VIOLET

Já perdi as contas de quantas vezes estive sobre seu olhar severo somente nesse mês, todas as vezes que eu fugia de Mahina tentando me livrar dessa condição idiota ele me olhava com um misto de raiva e desgosto.

- Já disse que  vai haver casamento e não adiaremos. - ele disse.

- Mas eu sou um Escolhida, tenho coisas mais importantes para me preocupar como... Sei lá... Salvar o mundo mágico? - digo. 

- Já esperamos demais, a família dele está impaciente ameaçando cortar negócios. 

- Ah, é por causa de negócios... Eu não sei porque eu ainda espero que meu pai fale comigo e não o rei que quer manter negócios. 

- Eu sou seu pai e o rei. - ele disse com convicção.

- Você não é nosso pai, é só o rei orgulhoso, frio e onipotente, sua coroa pesa tanto que deixou seu filho favorito viver uma parte de sua vida infeliz por causa do fato de você preferir tradições que a felicidade dos seus filhos. - digo com uma lágrima ameaçando de escorrer. 

- Já disse para não falar do Arturo, ele sabia dede o começo que não ia casar com quem quisesse, ele que quis ficar com a camponesa. - ele disse irritado.

- Olha o que está dizendo, rei. Ninguém escolhe por quem se apaixonar.

Nem que seja por um cara que vive levando mulheres para sua cama, começa a namorar sua melhor amiga e em nenhum momento te notou. Se pudéssemos escolher por quem se apaixonar, eu não estaria nessa merda sentimental. 

- Na família real é assim que tem que ser.

- Maldita coroa, tirou a felicidade das minhas irmãs, a minha e principalmente a do meu irmão, a única coisa que ele queria antes de morrer era que você acabasse com essa palhaçada de tradição. 

- Ninguém tem culpa pela morte do seu irmão. - ele disse com o olhar frio. 

- Tá tentando aliviar a culpa que você sente? Eu não acredito que seu orgulho de rei elimine seus sentimentos de pai. 

- VOCÊ VAI CASAR SIM, MAIS UMA GRACINHA DESSA EU TE DESERDO E VOCÊ VAI PARA A RUA, SÃO AS ORDENS DO SEU REI! - ele disse gritando. 

- REI IDIOTA! - gritei e sai correndo. 

Corri até meu quarto em tropeços, os olhos embaçados pelas lágrimas, um grito contido na garganta. Ódio, tristeza, desespero, eu já não sabia diferenciar qual é qual, a vontade de socar a cara do meu pai era enorme, ou eu caso ou vou para a rua, quem ele pensa que é para controlar a vida das pessoas dessa maneira tão cruel? 

Não adiantaria eu cair em prantos, decidi que dormir era o melhor remédio, quando eu acordasse teria que conhecer meu noivo escolhido pelo meu pai. Eu desmaiei na cama, talvez pelo cansaço emocional, acordei com as pancadas na porta. 

- Princesa Violet? Princesa Violet? Você tá ai? Abre a porta!

Levantei bem devagar e com passos lento fui até a porta. Rianny estava do outro lado me olhando furiosa. 

- Até que enfim. - ela disse entrando rapidamente no quarto. 

- Eu estava dormindo. - respondi.

- Brigou com seu pai de novo? - ela sentou na cama. 

- Sempre que venho eu brigo com ele, odeio ele, odeio esse casamento, odeio essa realeza. - digo.

- Não é tão ruim assim, Vossa Alteza. - ela tenta me consolar.